46 - Hey, You.

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"Desisti de você cerca de 21 vezes. Senti esses lábios me contarem 21 mentiras. Você vai ser a minha morte. Sábio conselho. Te amar poderia fazer Jesus chorar. — Noah Cyrus (Make Me (Cry))."

Eu ainda estava em puro e completo choque, mas quando sinto a língua dele tentando adentrar na minha boca, é que eu percebo onde estava e o que estava acontecendo. Eu o afasto de mim com força e meus olhos se grudam nos dele, o encarando realmente sem conseguir acreditar no que ele tinha acabado de falar e fazer.

— Chaz... — Eu falo passando os dedos sobre os meus lábios e ele me olha ofegante, com seu peito subindo e descendo e um olhar descrente em mim. Sinto sua dor, juro que se depender ela poderia até mesmo ser considerada palpável, apenas... Não é certo, pelo menos é o que o meu coração está me falando. Porque definitivamente estou com uma sensação estranha demais dentro de mim, e de maneira alguma essa sensação pode ser comparada a alguma coisa boa.

— Eu... Eu sei. — Ele fala começando a caminhar de um lado para o outro, deixando o seu nervosismo evidente.

Eu jamais mesmo pensei que esse fosse o que ele sentisse por mim, não pensei que no fundo isso fosse a forma dele de me amar "calado". Eu me sinto um monstro, pois sei que não poderei lhe dar o que ele quer, mas principalmente, o que ele merece.

Ele à semanas me confortando por causa de um cara que é amigo dele, mas que também estava com a menina que ele amava. Ele fez isso por mim, tudo que ele fez até agora é porque ele me ama e queria me ver bem, e agora aqui estou eu, para o destroçar ainda mais. Prefiro ser sincera desde agora, sem alimentar falsas esperanças, porque pelo menos essa situação é algo que eu preciso mesmo ter controle desde o início.

— Você precisa entender algo. — Eu vou me aproximar dele com calma e ele simplesmente se afasta mais, fazendo eu suspirar. Penso bem no que falaria, pois a última coisa que quero é o machucar mais, mas isso simplesmente é algo fora de cogitação. Eu o amo, mas como irmão. — Olha, você é uma pessoa maravilhosa, mas eu não te vejo dessa maneira e eu sei que vai doer em você ouvir isso, mas acho que nunca vou conseguir ver, você é realmente meu irmão. Eu te amo de uma forma incondicional, só não quero que vá para o outro lado, pois eu realmente...

— A gente não tem nem a mesma mãe e nem o mesmo pai, a gente não tem o mesmo sangue. — Ele fala com raiva e eu mantenho a calma, ou pelo menos tento.

— Eu sei, mas desde que te conheci eu te vejo dessa maneira. Eu realmente não esperava que por baixo de todo o ódio fosse isso que você realmente sentisse, só... Eu não quero que estrague a nossa relação.

— Que relação? — Ele fala fervendo e me olha de cima a baixo. — Eu não consigo nem sequer ficar perto de ti, eu... Eu não me sinto bem, não me sinto amado, só me sinto um apoio. — Ele fala contendo a raiva, mas parecendo que a qualquer instante explodiria.

— Chaz, não faz assim...

— Não fazer como? Eu me declaro feito um idiota pra ti e tu ta aqui tentando achar motivo pra gente não ficar junto, mas eu já sei o porquê, por causa dele. — Ele fala apontando com o dedo em direção a casa do Justin.

— Eu juro que nesse momento eu não estou pensando nele, mas sim da maneira que eu te vejo, é sério. — Ele nega e passa as mãos pelos cabelos de maneira extremamente nervosa.

— Não dá.

— Chaz...

— Eu acho que preciso ficar um tempo longe de ti, só... — Ele aponta para a porta e eu nego nervosa.

— Precisamos resolver isso, eu não quero que você fique assim comigo por...

— Não tem o que resolver. Eu gosto de ti e tu gosta de outro, são as merdas da vida. — Ele vai até a cozinha e eu sigo atrás dele.

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