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Eva

Cada história tem um final. Mas, na vida, cada final é um recomeço.
(Grande menina, pequena mulher)


Nos dias seguintes, Luan cumpriu o prometido, não falou comigo e quando nos encontrávamos no estacionamento.

Contei para Mia o que aconteceu e ela me pediu para que eu desse tempo para Luan refletir, que ele estava passando por um período de luto e quando essa dor acalmasse, eu tentasse falar com ele.

Passei a deixar meu carro próximo à entrada do prédio, o que me rendeu mais economia de tempo e evitar horários em que nos encontraríamos pelos corredores.

Isso não impedia de pensar nele, quando estava sozinha, como ele estava lidando com a perda de sua mãe. Mesmo ele não merecendo, me preocupava com o que ele estava fazendo para se manter financeiramente porque ainda não estava podendo lutar.

— Adele nos convidou para sair no fim de semana comemorar seu aniversário atrasado — disse Mia enquanto me acompanhava até o estacionamento.

— Estou sem ânimo.

— Você tem estado retraída desde a conversa com Luan. Até nos proibiu de comprar um bolo de aniversário.

— Não estou retraída, apenas um pouco sufocada com as provas.

— Mesmo que não tenha perguntado, Luan está bem.

— Não preciso saber nada da vida dele.

— Voltou para as festas, o que quer dizer que seu luto acabou. Voltou a ser o imbecil que foi sempre.

— Você está certa. Vamos sair, mais será que podemos fazer algo mais leve, um cinema, talvez? — mudei de assunto.

— Por mim tudo bem.

— Vou ver o que está em cartaz e falo com Adele. Aproveitarei também para comprar um telefone novo.

— Beleza. Preciso ir agora. Vê se não vai ficar em casa a toa.

— Não vou, tenho uma seção com meu psicólogo em uma hora.

— As sessões estão te ajudando?

— Às vezes sim, outras não. Meu pai poderia me liberar disso, mas depois do incidente dos cinco mil e da perda do meu celular, ele está irredutível.

— E por falar em dinheiro, Luan precisa te pagar.

— Não emprestei pensando em prazo para me pagar e sei que ele não está podendo agora.

— Ok, só não deixe ele esquecer isso.

— Não vou. Até amanhã!

Despedi-me e segui para o meu carro.

— Olá Garota Veneno.

Olhei para trás e vi Guto caminhando em minha direção.

— Até quando vai me chamar assim? — perguntei enquanto abria a porta do carro e jogava minha mochila no banco do carona.

— Gosto desse apelido.

Eu ri

— o que está fazendo desse lado do estacionamento?

— Estranhei não encontrar seu carro no "meu lado" do estacionamento, então pensei em perguntar a você o motivo.

— Aqui é mais perto da entrada.

— Não seria devido ao cara de olhos coloridos, seria?

— Apenas quis mudar. Preciso ir agora ou vou me atrasar para o meu compromisso — falei me preparando para entrar no carro.

Seu amor, meu destinoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora