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Luan

Assim como existe dois lados de cada história, existem dois lados de toda pessoa.
(Revenge)


Saí do estacionamento antes que fizesse uma besteira e arrebentasse a cara do idiota que resolveu aparecer para defender a donzela em perigo.

Que droga!

Por que Eva fora atrás de mim?

Eu a observava nos corredores e a observava quando ninguém estava vendo. Como ela conseguia sorrir depois do que passara?

Eu sentia falta das nossas conversas e do seu sorriso tímido.

Fui duro com ela quando descobri a verdade, mas eu não arriscaria deixar alguém entrar em minha vida e depois perdê-la. Se ela tivesse uma recaída e dessa vez não conseguisse ser salva?

Eu estava farto de sofrer perdas. Então precisei ser mais duro. Sei que minhas palavras a machucaram, mas foi minha maneira de proteger a nós dois.

Mas que droga! — bati forte no volante com as duas mãos, esquecendo que uma delas estava machucada.

Senti uma dor dos infernos e precisei estacionar para me acalmar um pouco.

Fiquei repassando nossa discussão e cheguei à conclusão que fui duro demais. Pensei em voltar e pedir desculpas, mas a essa altura, ela já fora embora me odiando mais do que antes.

Liguei meu carro novamente e voltei para a pista. Meu celular vibrou e peguei para ver quem estava me enviando mensagem.

"Cara, você foi embora e me esqueceu aqui?"

Ah! Droga!

Esqueci completamente do Guto. Fiz a curva e segui de volta para a faculdade. Pisei fundo no freio quando passei em frente a um restaurante e vi Eva sentada em uma mesa com o idiota do cara que apareceu para defendê-la. Observei a cena quando vi tocar o rosto de Eva e ela não impedir.

Saltei do carro antes mesmo de pensar no que estava fazendo. Entrei sem ouvir o que a recepcionista estava falando e segui direto para a mesa onde eles estavam.

— Tire suas mãos de cima dela — falei alto o suficiente para atrair olhares em minha direção.

O cara olhou feio e Eva teve que virar a cadeira para me encarar.

— Já não a agrediu o bastante por um dia? — o cara perguntou me encarando.

— Vá embora Luan — Eva me olhou com raiva.

— Não vou embora e deixar que esse idiota fique te tocando como se tivesse algum direito.

— E você tem? Olha o que você fez com ela. É você que não tem o que fazer aqui — disse se levantando.

Eva desviou o olhar e tentou esconder as manchas, mas não rápido o suficiente para que eu não visse.

— Eu não te machucar...

— Mas machucou. Você não consegue controlar sua raiva. Eva só queria conversar e olha como saiu de lá.

— Léo, está tudo bem — Eva tentou apaziguar a situação.

— Não está tudo bem. Sabe-se lá o que ele teria feito com você se eu não tivesse aparecido.

— Eu jamais a machucaria — falei serrando os dentes.

— Olha o estado emocional em que a deixou. É isso que você costuma fazer com quem tenta te ajuda?

— Não preciso de um perdedor como você me dizendo o que fazer.

Seu amor, meu destinoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora