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Luan


Não é porque você se feriu na guerra que você deixa der um bom soldado.
(Supernatural)


Meu humor não estava um dos melhores. Quando encontrei Eva no mercado, fora pura coincidência. O que aconteceu em seguida não foi planejado.

Saber que ela estava saindo com Léo estava me matando. Saber que não seria mais eu a fazê-la sorrir e que não a veria acordar e ver seu cabelo bagunçado, era como me matar lentamente.

Léo não era um cara bom para ela. Ninguém era bom o suficiente. A verdade era que eu estava com ciúmes.

Eu poderia estar curtindo as baladas como antes, mas ao invés disso, passava minhas noites em casa sentindo o enorme vazio deixado por ela. Quando não estava em casa, estava na academia treinando apenas para aplacar sua falta.

Ainda era difícil aceitar que eu a perdi. Como fui burro em sair para beber, quando eu poderia ter ido para casa esfriar a cabeça e depois ter tentado falar com Eva novamente.

Esses pensamentos me consumiam quando me deitava todas as noites para dormir. Sentia o seu cheiro em todo o meu quarto, nas camisas que ela usava para dormir.

Acordava nas madrugadas procurando por seu calor, mas o que encontrava era o vazio e o frio ao meu lado na cama.

Faltava duas horas de mais uma luta e eu ainda estava na academia socando mais um saco sem parar. Tentando afastar as lembranças dos momentos felizes que tivemos juntos.

Será que algum dia essa dor diminuirá?

Será que olharei para ela e não sentirei meu coração gritar por seu nome?

Parei de socar o saco de areia e respirei pesadamente enquanto descansava minha cabeça sobre ele. Tirei minhas luvas e segui para o vestiário. Tomei uma chuveirada rápida e me vesti para ir para casa. Quando estava saindo, dei de cara com Alice sentada na recepção mexendo no celular.

— O que está fazendo aqui?

— Te faço a mesma pergunta. O grande Luan não deveria estar descansando para a luta de logo mais?

— Eu me preparo treinando. Quem te deixou entrar? — perguntei sem cerimônia.

— Tenho livre acesso, esqueceu? — ela sorriu.

— Tenho que ir para casa, então fique a vontade — falei passando a alça da minha mochila pelo pescoço.

— Na verdade, eu vim porque preciso falar com você.

— O que seria de tão urgente para fazê-la vir aqui atrás de mim? Não fez estragos suficientes na minha vida?

— Você fala como se nunca tivéssemos tido bons momentos.

— Você conseguiu estragar todas as lembranças.

— Nunca armei para você.

— Vamos parar de cinismo e ir direto ao assunto que a trouxe aqui?

Alice guardou o celular na bolsa e respirou fundo.

— Aquela noite fatídica não trouxe consequências ruins somente para você.

— O que seria consequência ruins para você?

— Não usamos camisinha.

Sexo sem camisinha só significava uma coisa: gravidez.

Seu amor, meu destinoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora