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Luan


Eu sei que quando estou com você, eu me sinto real.
(E se fosse verdade)


Acordei primeiro do que Eva e fiquei observando ela dormir. Parecia um anjo.

Em algum momento da madrugada, acordei e com cuidado tirei sua roupa, deixando-a apena de lingerie vermelha.

O edredom estava jogado para o lado e podia ter uma visão maravilhosa do seu corpo perfeito e pertencia somente a mim. Toquei sua pele, era tão macia que mais parecia uma seda. Se não tivéssemos que ir para a aula, eu continuaria deitado na cama admirando a minha luz, porque era isso que Eva tinha se transformado.

— Meu amor, está na hora de acordar — falei beijando seu ombro.

— Só mais dez minutos, por favor — respondeu sem abrir os olhos.

— Vamos nos atrasar.

Eva preguiçosamente abriu os olhos e ficou me olhando. Acho que eu nunca iria me cansar de ver seu olhar ao acordar. Ela colocou as mãos embaixo de sua cabeça e continuou me olhando como se eu fosse tudo para ela.

— Bom dia, minha luz — falei lhe oferecendo o meu sorriso.

— Bom dia. Está sentindo alguma dor?

— Não, estou bem. Desculpe-me por ontem.

— Fará o que me prometeu ontem? Não vai mais correr?

— Prometi, não foi?

Ela me deu um meio sorriso, aceitando minha resposta.

Guto estava no estacionamento nos esperando quando estacionei minha caminhonete.

— Se vocês estão chegando juntos, então quer dizer que minha cabeça está salva?

— Para sua sorte, seu grande linguarudo — falei saltando do carro.

— Eu só fiz isso pensando no seu bem, não esqueça disso.

Não tinha como ficar chateado com Guto por muito tempo. Trocamos saudações e depois seguimos para o campus. Mia estava na entrada nos aguardando.

— Não me espera quando sair. Pegarei meu carro e deixar na oficina. Passo a noite para te levar ao cinema, o que acha?

— Posso escolher o filme?

— Contanto que não seja comédia romântica de novo.

— Mas você disse que adorou a minha última escolha — disse colocando as mãos na cintura.

— Só falei porque teve alguns golpes de lutas no final. Até a noite.

Dei um beijo demorado e depois segui com Guto para nossa primeira aula.

Eva estava pensando mesmo que iríamos ao cinema, mas eu tinha outros planos. Não peguei meu carro, eu apenas inventei uma desculpa para arrumar meu apartamento e preparar uma surpresa para ela.

Eu não era bom na cozinha, então resolvi não arriscar. Eva gostava de comida italiana e para não errar, pesquisei os restaurantes próximos e encomendei tudo, até mesmo uma garrafa de vinho. Ela não bebia, mas usaríamos pelo menos para um brinde. Comprei velas e deixei a sala à meia luz.

No horário marcado, inventei uma desculpa que ainda estava sem carro e perguntei se ela poderia vir me buscar. Sem desconfiar, ela aceitou.

Eu não me cansava de admirar sua beleza, usando quase nada de maquiagem. Estava em um vestido vinho, alças largas, justo até sua cintura e depois seguindo solto até a metade de suas coxas. Seus cabelos estavam soltos, caindo em ondas sobre seus ombros.

— Você sempre me deixa sem fôlego — falei tentando controlar minha vontade de agarrá-la.

— Pensei que deveria começar a me arrumar um pouco mais. Você não deve estar acostumado com garotas desleixadas como eu — sorriu tímida.

— Gosto de você como é — falei a beijando.

— Se já estiver pronto, podemos ir.

— Na verdade, mudei de ideia.

— Tudo bem, podemos fazer outro programa — disse dando de ombros.

— Por que não entra? Tenho uma surpresa para você.

— Surpresa? — perguntou quando a conduzi para dentro.

Eva fez aquela cara de que não estava entendendo nada. Quando se aproximou da nossa mesa de jantar improvisada, abriu a boca em um gesto de surpresa e olhou para onde eu estava.

— Você preparou um jantar? — perguntou me olhando.

— Quis fazer uma surpresa para você.

— Por quê?

— Seu aniversário. Sei que já passou, mas gostaria de comemorar. E também para me desculpar pelo susto de ontem.

Eva olhou para a mesa arrumada e as velas acesas e depois voltou a me olhar.

— Você preparou tudo isso sozinho?

— Mais ou menos. Tive uma ajudinha do YouTube, e o jantar não fui eu propriamente que cozinhei.

— Está lindo, perfeito.

Eva sorriu e me beijou.

— É a primeira surpresa que recebo na vida. Sempre vi isso em filmes, mas nunca pensei que um dia teria algo parecido. Obrigada.

— Obrigado você por me dar a oportunidade de fazer isso. Eu te amo — falei voltando a lhe beijar.

— O que o chefe preparou?

— Pedi um belo jantar italiano — falei rindo.

— Minha comida preferida.

— Eu sei.

Conduzi Eva à mesa e puxei a cadeira para ela poder sentar e depois sentei ao seu lado. O vinho estava posto em cima da mesa, em um balde com gelo. Peguei sua taça e servi um pouco.

— Sei que você não bebe, é apenas fazer um brinde — falei entregando-lhe sua taça e depois me servindo — um brinde ao seu aniversário, aos dias maravilhosos que estamos vivendo e a sua enorme paciência comigo.

Tocamos nossas taças e depois bebemos um pouco.

— Espero que o jantar esteja à sua altura.

— O jantar, assim com a companhia.

Jantamos em silêncio, mas sempre trocando olhares apaixonados. Eu estava começando a acreditar que minha mãe estava certa ao falar que Eva era quem eu estava esperando.

Quando terminamos, levei de volta para a sala. Ainda tinha a última surpresa da noite. Deixei-a sozinha por um instante e coloquei uma música, que descobri ser sua preferida ao ouvi-la cantar sempre que ia tomar banho, "A thousand Years".

— O que está fazendo? — ela quis saber quando voltei para junto dela.

— Colocando uma música para dançar com minha garota — falei segurando Eva pela mão e levando para o centro da sala.

— Amo essa música!

— Eu sei.

— Sou horrível dançando — sorriu.

— Então seremos dois horríveis fazendo isso.

Quando a melodia começou a tocar, segurei sua mão dentro da minha e a machucada apoiei nas suas costas. Eva colocou sua mão sobre meu ombro e começamos a dançar, nossos olhares nunca desviando um do outro.

Eva estava sorrindo como se não estivesse acreditando no que estava acontecendo. Na verdade, nem eu estava acreditando no que eu estava fazendo. Eu, Luan, havia preparado um jantar a luz de velas e agora estava dançando com uma garota.

— Amo você Eva. Eu realmente amo.

Era tão fácil falar essas palavras para ela, embora Eva ainda não tivesse confessado o mesmo.

Eu não me importava, ela falaria quando se sentisse segura.


Seu amor, meu destinoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora