Capítulo 9

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Ele está em todo o lado!

- Meu deus, vamos ter que esperar nesta fila enorme? – Pergunto impaciente já fora do carro.

- Acha mesmo querida? Eu nasci VIP já. – Cat pisca o olho para mim e sussurra algo no ouvido do segurança. O mesmo nos deixa ultrapassar as cinquenta pessoas que estavam ali.

Admito que não estranhei aquilo, Cat sempre teve contatos para o que for que ela precisasse.

As luzes eram fortes e piscavam a cada segundo, a música ridiculamente barulhenta e as pessoas dançavam freneticamente com os braços no ar. O ambiente era bem apertado, mas ainda assim ainda havia alguns cantos vazios. Eu me sentia perdida já.

- Vamos pegar algo para beber. – William grita devido à música.

- Três shots de tequila. – Cat pede ao bartender de olhos azuis.

- Dois! – Interrompo. – Eu não vou beber álcool. – Olho para eles e ambos sorriem um para o outro.

- Ah vai sim! Vai beber até não conseguir mais. 6 shots de tequila e nunca nos deixem sem uma bebida na mão. – Caitlyn pega uma nota de cem e coloca no bolso do moço.

Estou me arrependendo cada vez mais desta saída.

Caitlyn me chamou para dançar, eu recusei cinco vezes, mas acabei cedendo e me enturmei no meio das pessoas no meio da pista. Estava tocando Don't Let me Down dos The Chainsmokers, Cat se mexia ao som da música, nunca pensei que minha prima dançasse tão bem.

Comecei a me soltar um pouco e a dançar bastante. O efeito do álcool estava se mostrando bastante eficaz, era como se eu fizesse parte da música e conseguia acompanhar cada melodia. Eu dançava e dançava, tanto que já não sabia da Cat e do William.

Senti alguém do meu lado tentando se aproximar e eu o puxei para mim. Eu não estava reconhecendo essa Daisy de lado nenhum, como se uma nova parte de mim tivesse nascido tão tardiamente. Não fazia ideia que existia uma parte de mim que pudesse aproveitar o momento sem se preocupar com mais nada.

O garoto que se aproximou de mim era lindo, os olhos deles brilhavam com o piscar das luzes. Porém, ele estava suando, o que me incomodou um pouco. Afinal a Daisy enfadonha ainda se encontrava ali.

- Oi linda. – Ela agarra na minha cintura com mais força do que eu esperava. Deu hora de eu tentar me afastar.

- Me larga! – O empurrei o fazendo tombar contra o resto das pessoas.

Sai dali o mais rápido possível. Onde que eu tinha a cabeça de me jogar em um cara qualquer. Precisava de colocar minha cabeça no lugar certo.

- Moço, dois shots de vodca por favor. – Peço me sentando.

O problema era o álcool, mas eu estava me afogando em mais ainda. Estou parecendo esses adolescentes chatos que resolvem tudo com álcool.

- Para quem não queria nem beber um pouco de cerveja, está se divertindo bastante hein? – O bartender comenta colocando a bebida à minha frente.

- Eu não sei quem eu sou hoje.

- Você parece ser muito certinha, aproveite a noite e esqueça tudo o resto.

Ele tinha razão, deveria aproveitar enquanto posso. Afinal, eu nunca mais irei repetir essa noite. Mais vale fazer algo diferente e me arrepender do que não fazer nada e me arrepender amargamente. É só uma noite, e daqui uns meses faço dezoito anos, praticamente já sou adulta. Falando nisso, eu sou menor de idade e estou bebendo álcool? Ninguém aqui pede a identidade?

A Garota (quase) InvisívelOnde histórias criam vida. Descubra agora