Capítulo 20

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O passado de volta.

- Porque eu gosto de você.

Essa foi a frase que ficou martelando na minha cabeça por uns bons segundos.

- Dylan, você andou bebendo? - Ele olha para mim confuso.

- Claro que não.

Eu não tenho outra explicação além dessa para ele estar se declarando a mim. Senti a antiga Daisy voltar e fiquei com medo.

- Eu preciso ir.

- Espera. Você não sente o mesmo?

- Dylan...

Não consigo me entregar a alguém assim sem mais nem menos, mesmo sabendo o que sinto. Meu coração batia freneticamente, as palavras que eu queria falar não saiam da minha boca. Foi como se as antigas memórias ruins tivessem vindo á tona todas de uma só vez. Colocando a questão se tudo iria correr mal de novo, comigo me entregando e abrindo meu coração. Não, não era isso que eu queria.

- Okay, então. – Ele me liberta lentamente. – Já entendi.

- Não é isso.

- Relaxa, eu já percebi tudo. Vai embora por favor. – Ele me olha desapontado. – Quer saber? Isso não foi nada, você foi apenas mais uma. Foi bem difícil, mas tu caiu no meus pés como eu já esperava.

O olhar dele vazio e as palavras me cortaram como uma lâmina.

Foi assim que me senti quando escutei essas palavras. Vazia. Uma idiota sonsa e ingénua que ainda acredita nas pessoas. Meu julgamento em relação a ele estava certo, ele não valia nada.

- Eu pensei que você era diferente.

Sai daquele correndo, evitando meus amigos. A chuva caia torrencialmente e eu só queria chegar em casa e me trancar no quarto.

Dylan. O nome que irei apagar da minha cabeça, da minha vida, de tudo! Quem é ele mesmo? Nada!

Cansei dele, de tudo. Mal ele sabia que eu ia confessar o que eu sentia e no mesmo minuto ele admite o que eu sempre soube. Mas não podia esperar muito por um garoto como o Dylan. Ninguém nunca mostrou gostar de mim do jeito que eu sempre sonhei. Realmente, não passava tudo de um sonho.

Meu instinto me falou para ir pela esquerda, então eu fui.

Eu estava perdida e bem longe do clube. Acho melhor ligar para os meus amigos. Fiz mais uma decisão estúpida e impulsiva. Não estou me sentindo bem aqui. Tudo escuro e um silêncio horripilante. Quando ia pegar o celular da minha pequena mala, escuto um barulho me fazendo pular e deixar o celular cair do bolso.

- Está aí alguém?

- Finalmente te achei.

Um pano se apodera da minha boca me fazendo ficar inconsciente em segundos.

- Ainda não era a hora certa Eleanor! Sua desgraçada, não sabe fazer nada do que te peço?!

- Desculpa Brian, ela estava sozinha, achei o momento ideal.

- Some da minha vista.

- Mas Brian...

- Sai!

Minha cabeça latejava, minha vista ainda estava um pouco contorcida, apenas escutava vozes perto de mim.

Abri os meus olhos vagarosamente até me aperceber que estava num lugar deteriorado com paredes se descascando. Um janela com grades era a única fonte de luz. Escuto passos vindo na minha direção e meu primeiro instinto é fingir estar dormindo.

A Garota (quase) InvisívelOnde histórias criam vida. Descubra agora