O destino
Anna Narrando
- Richard, eu não sei o que fazer.
- Meu bem, você precisa de conversar com Leonardo, esclarecer as coisas como Daisy pediu.
- Eu não sei se consigo encará-lo depois de tantos anos. – Minha cabeça estava doendo de tanto chorar.
- Você vai conseguir, ele é o pai da Daisy, tem de tentar pela sua filha.
- Você não se importa mesmo de eu ir? Você pode vir comigo se quiser.
- Não querida, é uma conversa entre vocês não tem motivo para eu interferir, eu estarei sempre aqui para te proteger Anna, sempre. – Richard me abraça mais uma vez me acalmando.
Depois de Leonardo nunca cogitei na ideia de voltar a me apaixonar, acho que foi destino ter tombado com o Richard no supermercado, foi como amor á primeira vista, Admito que a relação entre mim e o Leonardo terminou de uma forma péssima, sem despedidas ou uma conversa decente, como se nunca tivesse existido. Me pergunto como ele estará depois de 17 anos.
- Eu te amo meu amor, me perdoa. – Fungo o nariz.
- Já está tudo bem, eu entendo o porquê de ter mantido segredo, apenas fale com Leonardo, sim?
- Está bem.
Daisy Narrando
Hoje decidi ir para casa sozinha, Avery e Hailey estão juntas o tempo todo então não quero fazer de vela e James já estava ocupado com o Gabe. Minha mãe por fim, cedeu e eu passei o número do meu pai para ela. Finalmente, ela está disposta a falar com o meu pai.
Passei o número á minha mãe e agora só esperar por boas notícias, além disso, preciso de pedir desculpas pela forma que a tratei mais cedo.
Estava perto do parque que eu costumava ir quando estava sozinha. É impressionante como as coisas mudam, ano passado eu passava pelos corredores só e bem solitária, e agora tenho um grupo fantástico de amigos, nunca pensei que eu estaria tão feliz como estou agora.
Cheguei mesmo a pensar em acabar com a minha vida nesse lugar. Mas depois de muito chorar comecei a pensar na minha mãe. Valia mesmo a pena tirar a minha própria vida? Não! E sabem porquê? Não devemos acabar com tudo apenas porque pequenas coisas deram errado, e dai se você não tem amigos? E dai se você é humilhada? Dê a volta por cima! Lute pela sua felicidade, não dê motivo a eles para rirem de você, seja aquela pessoa que eles nunca pensaram que você seria. Vai ver que tudo vai valer a pena.
Então eu disse para mim mesma para parar, colocar aquela lâmina no lixo e seguir em frente, e para ser sincera, foi a melhor decisão da minha vida.
Esses pensamentos me fizeram confirmar o quão eu sou sortuda nesse momento e o quão estou feliz do lado dos meus amigos e Dylan também, mesmo com todas as complicações ele é um dos grandes motivos da minha felicidade.
Fiquei tanto tempo viajando na minha mente que nem dei pelo tempo passar, segundo o meu celular já eram sete horas da noite.
Sai do parque que por sinal já estava vazio e caminhei por mais um tempo. Ao passar por uma rua bem calma avistei uma senhora se segurando pela parede com várias sacolas nas suas mãos.
- Quer uma mãozinha, senhora? – Indago me aproximando dela.
- Se não se importar. – Ela tossiu por entre as palavras.
- Você sente se bem?
- Sim, sim, é apenas a velhice. – Ela forçou um sorriso, mas eu percebi que ela não estava nada bem.
Peguei na maioria das sacolas a deixando só pegar na mais leve.
- O que uma menina tão linda faz aqui sozinha?
- Precisava de um tempo sozinha sabe, coisas de adolescentes. – Dou de ombros sorrindo.
- Eu entendo... – Mais uma vez ela quase cai e eu consigo a segurar a tempo.
- É melhor irmos no hospital senhora. – Digo já pegando no celular.
- Não! Não é preciso... qual o seu nome mesmo?
- Daisy e o seu?
- Rose. Eu preciso de... – Quando dou por mim Rose já havia ficado inconsciente nos meus braços.
- Droga. Calma Rose, você vai ficar bem.
Peguei de imediato o celular e liguei para as urgências.
A ambulância chegou dez minutos depois, colocaram Rose na maca e me perguntaram o que aconteceu, eu apenas disse que ela tinha desmaiado.
- Ela vai ficar bem? – Pergunto ao doutor enquanto eu permanecia na sala de espera.
- Infelizmente, como eu previ Roselyn se encontra com câncer pulmonar, mais especificamente carcinoma de grandes células.
- Meu deus... existe tratamento?
- Sim, mas, o seu câncer já está num nível bem elevado, não existe grande probabilidade de ela sobreviver, no meu ver, eu aproveitava os dias que tinha com ela. – Ele me lançou um olhar desolado.
- E a família? Eu não conheço nenhum parente dela! – Entro em pânico. – Ela ao menos tem celular? Eu... o que é que eu faço?
- Nós temos posse do seu celular e vamos ligar para o número mais recente da sua lista de contatos. Se quiser manteremos contato com você também.
- Sim, agradecia muito. Posso falar com ela agora?
- Lamento, mas, no momento ela precisa de descansar, pode vir amanhã no horário das visitas.
- Ah, tudo bem.
- Vá para casa, descanse também. – Ele passa a sua mão no meu braço me lançando um sorriso amigável. – Vou fazer de tudo para deixar Rose o mais confortável possível.
- Certo, obrigada.
Voltei para casa ainda sem reação. Eu realmente espero que Rose fique bem, eu mal a conheço, mas sinto que a conheço, não sei, é uma sensação estranha. Ninguém merece passar os dias com câncer e em dor, ainda mais Rose que parecia alguém de bom coração e doce.
Ao abrir a porta de casa me deparei com as luzes desligadas, não era assim tão tarde e ninguém parecia estar em casa.
Subi para o meu quarto e vi a luz do quarto do Dylan acesa, ele estava deitado na cama com um livro e uma mão no peito.
- Olá.
Ele logo se sobressalta ao escutar a minha voz.
- Daisy, meu Deus! Onde você estava? Você sabe que eu odeio quando você sai e não atende as minhas ligações.
- Surgiu umas coisas pelo caminho, depois falamos sobre isso... Como é que você está?
- Bom, melhor agora. – Ele se senta na cama dando sinal para eu me juntar a ele. – Olha, eu sei que precisamos de conversar sobre muita coisa, eu sei...
- Podemos falar amanhã? Eu só preciso da sua companhia.
Ver o estado da Rose, me percebi que não devemos guardar rancor ou raiva e apenas aproveitar o tempo que temos com as pessoas que mais amamos. Dylan tenta falar algo, mas desiste e me dá espaço para deitar me abraçando por trás.
Ele faz carinho no meu cabelo me fazendo adormecer mais cedo.
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A Garota (quase) Invisível
Ficção AdolescenteQual a sensação de ser apelidada de Invisível? Bom, talvez Daisy Stone possa responder a essa pergunta. Afinal, ela mesma se considera a definição de Invisível. Uma personalidade doce, mas ao mesmo tempo arrogante, um coração mole por dentro, mas c...