Capítulo 12

5.6K 488 71
                                    

Bem-vinda á família?!

- O professor errou na correção do meu trabalho. Não acredito que tenho até de ensinar meus professores.

Comentei na chamada com Avery através do Skype.

- Eu preciso de recuperar todas essas aulas perdidas.

Já havia se passado dois meses e nenhum sinal do Brian. Sempre mantivemos a Avery em segurança, desde vigias na sua casa, até com policias disfarçados seguindo Avery. Ela está bem melhor e estou conseguindo a distrair de tudo. Gabe e eu nos tornamos bons amigos, vimos que no final não havia química sobre nós.

- É amanhã seu primeiro dia?

- Sim. Estou nervosa.

- Entendo, mas eu estarei com você o tempo todo e meu melhor amigo James vai estar lá também.

O som da campainha interrompa nossa sessão de estudos e sou obrigada a ir, já que a única pessoa que está aqui desocupada é o Dylan, e de jeito nenhum ele vai levantar a bunda da cama para descer.

- Eu já volto.

Quem é que seria a estas horas?

Ninguém estava na sala então acabei por ir abrir a porta e dou de caras com uma garota com duas malas atrás dela.

- Olá?

Não conhecia a garota de lado nenhum.

- Quem é você? – Já vi que boas maneiras não são o seu forte.

- Daisy. Quem quer saber?

- A mim que não me interessa. – A garota passa por mim puxando duas malas.

Mas que raios?! Fecho a porta de boca aberta.

- Você não pode entrar aqui! Está doida?! – Exclamo indo atrás dela.

- Tio!

Vejo minha mãe, Richard e Dylan descendo as escadas.

A doida correu até eles os abraçando.

- Olá, minha querida. - Minha mãe a cumprimenta de forma educada.

- Olá senhora, é um prazer conhecer a mulher do tiozão. - Ela sorri para ela a abraçando de seguida.

Só eu é que não fui tratada com o devido respeito? Que imagem é essa que eu estou presenciando?

- Vem Hailey, vou te mostrar o teu quarto. - Dylan disse puxando as suas malas.

- Alguém me pode explicar o que está acontecendo por favor? – Questiono já sem paciência.

- Dylan porque você não conversou com a Daisy?

Talvez por estarmos nos ignorando o tempo todo. Só acho.

- Era suposto falar? - Olho para ele ofendida. Eu também vivia aqui. Merecia saber.

- Hailey, vai passar cá uns tempos até que consiga resolver os seus problemas. - Richard responde por ele.

- Pois é tiozão. Falando nisso, minha barriga está gritando por comida! - A doida corre para a cozinha.

- Podem ir arrumar as malas, vou preparar um lanche para todos. – Minha mãe exclama toda sorridente.

Será que eu fui substituída por um robô? Alguém mais amigável, social e querido pelos demais da casa?

Eu estou literalmente parada como uma estátua. Não sei como reagir, falar ou até mesmo o que fazer. Para a próxima vou chamar uns malucos para viver aqui também. Isso aqui não virou hotel nenhum! Pelo menos era o que eu pensava.

- Dylan me ajuda aqui a fazer uma coisa. Daisy, pode ajudar a Hailey com as malas?

- Claro. – Respondo contrariada.

Eles saem todos da sala, ficando apenas eu e Hailey.

- Quer ajuda com as malas?

- Não, valeu Diana.

- É Daisy.

- Tanto faz.

Entrando no quarto de hóspedes ela logo pula para a cama suspirando.

- Isto é bem melhor do que dormir em colchões roubados da lixeira.

Eu vou ignorar o que eu acabei de ouvir. Convidámos uma selvagem aqui para casa. Coloquei suas malas dela num canto e tento sair sem falar mais nada. Não estava nada contente com a situação.

- Oh Daisy.

- Sim? – Me viro para ela.

- Você é o que do Dylan?

- Nada! Eu e ele não somos absolutamente nada.

Não sei porquê, mas, me senti desconfortável com o atrevimento dela e a pergunta aleatória.

- Mas você queria ficar com ele, certo? Afinal, quem conseguiria resistir viver com eles sete dias por semana sem ser tentada por aquele corpo. - Ela pisca o olho para mim maliciosamente.

- Nada disso! Ele nem é tudo isso. – Respondo totalmente vermelha. Essa garota é bem folgada. Não gosto dela.

Mas... Eu ficar com o Dylan? Somos uma equação impossível.

- Bom saber. – Dylan aparece atrás de mim me assustando.

Estou começando a odiar pessoas aparecerem do nada me causando quase um ataque.

- Idiota, avisa quando estiver próximo! – Dou uma tapa no ombro dele saindo da beira dos dois.

Que ótimo! Totalmente feitos um para o outro. Amiga? Colorida, só se for. Se um insuportável que nem o Dylan já me levava ao extremo, imagina agora a sua versão feminina.

Por amor de Deus, me tirem dessa casa de malucos.

- Daisy?

Olho para os lados procurando pela voz e me lembro da vídeo chamada com a Avery.

- Avery! Minha nossa, me desculpa pela demora. – Respondo me sentando na cama de frente ao Notebook.

- Ah tudo bem, eu queria te avisar que preciso de ir. Meus pais querem que eu faça de babá com a Olivia e a Mia.

- Tudo bem. Te vejo no colégio então. Beijos.

Me inclino para trás ficando de frente para o teto estrelado customizado.

- Se meu pai estivesse vivo eu nunca iria passar por isto na minha vida.

Abro a gaveta do criado mudo e pegando a única foto que tenho do meu pai antes de ter a doença. A fotografia estava velha e quase esfacelada, mas ainda dava para ver o seu rosto. Ele parece ser uma pessoa bem-disposto.

Só queria que esse ano passasse mais rápido para ir para a faculdade e ser finalmente independente. Quem sabe, lá eu não seja mais tão invisível.

A Garota (quase) InvisívelWhere stories live. Discover now