Capítulo 35

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Saudades?/Família Nova!

Dylan Narrando

Mas quem era o cara que chamou a minha Daisy de pequenita? Não estou gostando nada dessa situação, mas ela estava tão calma ao telefone e eu confio que ela está bem e só posso esperar.

- Oi! – Natalie diz sem me aperceber que ela entrou no quarto.

- Como é que...? - Faço gestos estranhos com as mãos tentando fazer com que ela explique.

- Bom, eu vi seu pai saindo às pressas pelas ruas e acabámos esbarrando pelo caminho, ele me deu o vosso endereço para eu dar uma visitinha. Aproveitei que não tinha nada para fazer no momento. – Ela se senta na minha cama sem ao menos pedir. – Espero que não se importe.

- Não, está tudo bem.

- Então... podemos ter aquela conversa estranha que todos os ex-namorados costumam ter quando se reencontram? – Natalie estava estranhamente tranquila neste momento.

- Bom, pode começar. – Me aconchego na minha cama e sem querer toco na sua perna levemente. – É... pode falar. – Engulo seco.

- Você sabe que eu não tinha escolha. O meu pai e eu precisávamos de sair da cidade, mesmo tendo minha tia aqui não era o mesmo, você sabe o quanto ela me odiava... Eu te falei cem vezes que eu odiava despedidas, se eu te visse antes de embarcar no avião, eu com certeza perderia o voo, lá no fundo você sabe disso. – Ela coloca a sua mão no meu peito direcionado ao meu coração. – Me desculpe por não ter mantido contato com você estes últimos anos, era melhor assim... – Ela suspira.

- Entendo.

Eu admito, fiquei devastado assim que a vi ir embora, mesmo ela não me vendo lá no aeroporto. Esse ano foi o pior para mim, já não bastava ter perdido a minha mãe, depois a pessoa que eu amei foi embora, minhas notas desceram drasticamente, me tornei arrogante e fiquei distante. Foi complicado, porém poderia ter sido pior se não tivesse meus amigos me dando apoio.

- Bom, agora eu voltei e vou ficar. – Natalie me abraça totalmente feliz.

- Ficar? – Questiono surpreso.

- Sim! Não é ótimo?!

- É mais do que ótimo. – Admito sem querer.

Eu tive tantas saudades dela.

Não, eu não posso estar hipnotizado por ela novamente. Não posso sorrir com ela como nos velhos tempos, isso já passou, está bem enterrado. Eu estou com a Daisy, somente a Daisy. Jamais irei trair ela.

- Me perdoa pelo tempo perdido? – Ela segura minhas mãos me deixando um pouco desconfortável.

- Sim, claro. São águas passadas. – Retiro minhas mãos rapidamente.

- Bom, eu preciso de ir pegar umas caixas com o meu pai, sabe, mudanças dão trabalho! – Ela se levanta.

- Certo, certo. Se precisar de alguma coisa, só falar.

Precisava de manter um afastamento considerável para mostrar que não iriamos passar de bons amigos.

- Com certeza. Adeus!

Esperei ela sair até dar vários tapas em mim mesmo:

- Está louco Dylan?! "É mais que ótimo!" Quem fala isso para uma ex-namorada? Por amor de Deus.

Eu preciso de me afastar rapidamente dela. Se Daisy descobrir... melhor, eu irei contar para ela. Acho que ela já sofreu com mentiras suficientes.
Eu não posso crer que Natalie ainda tem aquele impacto em mim, ou é apenas por ela voltar tão de repente?

Eu só preciso de ver a Daisy.

Daisy Narrando

Eu estava nervosa, mais do que nervosa, como se eu estivesse a prestar a conhecer o presidente ou algum rei. Peter segurou na minha cintura e querendo ou não, isso me tranquilizou. Descemos juntos as escadas passando pela sala e por fim entrar na sala de jantar principal.

A primeira pessoa que vejo é o meu pai conversando com uma mulher bem mais velha que pelas semelhanças, era minha avó. Peter foi me apresentando um de cada vez. Depois vi uma mulher pálida como a neve com um vestido caríssimo, minha tia e mãe do Peter. Vi uma garota talvez da minha idade, loira, conversando alegremente com um garoto de olhos azuis, meus dois novos primos. E por fim, um homem também de idade, praticamente a réplica de Peter, que seria meu tio.

- Olá família! – Peter chama atenção inteira da sala.
Todos param de conversar e centram olhares em mim.

- Dalila? – Minha avó pergunta e eu assinto com a cabeça nervosa com a reação que iria receber.

- Priminha! – Minha prima loira se joga para cima de mim nos fazendo cair. – Oi, meu nome é Crystal. – Ela me larga sorrindo.

- Oi meu nome é...

- Dalila! Nós sabemos.

- Daisy! Por favor, me tratem por Daisy. – Esclareço. Eu não me sinto bem sendo chamada por Dalila.

- Acho já basta nossa avó ser chamada de Dalila então. – O garoto que estava ao lado de Crystal se manifesta. – O meu nome é Matheus. – Ele sorri.

- Não acredito que finalmente conheci minha neta.

Ela me abraçou e não me largou por um bom tempo até uma pessoa chamar atenção.

- Peter Carter Montenell, quantas vezes eu já te falei para não fugir pela janela? Tem noção o quão isso é perigoso? E você Leo? Por que não me falou que ele estava na sua casa? Como sempre, sendo seu cúmplice! – A mãe do Peter acaba com o bom clima dando um sermão ao Peter. Se bem me lembro ele disse que saiu de casa há umas boas horas sem avisar ninguém.

Já vi quem é a mais tensa da família.

- Se está á espera de um pedido de desculpas, está perdendo o seu tempo. – Peter se senta na mesa com a cara emburrada.

Bom, minha família parecia ser normal até agora.

- Em casa falamos.

- Então, como pode ver esta é minha mãe e sua avó, Dalila. Sua tia Teresa, seus filhos e seus primos Peter, Crystal e Matheus, e o pai deles, Christian. – Meu pai apresenta todo mundo.

- É um prazer conhecê-los a todos.

- Nós estávamos desejosos para te conhecer. – Crystal me abraça novamente.

Ela me lembra minha prima Caitlyn da parte da minha mãe. Sempre bem-disposta e uma grande fã de abraços.

- Bem-Vinda á família. – Christian, meu tio diz de braços abertos.

- Obrigada.

- Você é bem-parecida com o meu irmão. – Teresa fala. – E sua mãe também.

Espero que eles não odeiem minha mãe pelo que ela fez. Vou reunir essa família novamente para esclarecermos tudo.

- Dali... Bom Daisy, só queremos que saiba que nós entendemos o lado da sua mãe, bem, tudo não. Não pense que somos vingativos ou algo do tipo. Esperemos que ela fale aqui com o meu cunhado e arrumem as coisas. – Christian diz firme.

Bom para uma família com um histórico longo e não muito bom, eles parecem ser gente boa e super, super normais! Não estava nada a espera disto. Agora no assunto da minha mãe, preciso de convencê-la em falar com o meu pai, mais cedo ou mais tarde vai ter que ser. Não poderá evitar.

- Podemos comer? Estou faminto! – Peter reclama chamando pela empregada.

- Peter!

- Que foi agora, mãe?

- Não briguem na frente da nossa convidada especial, hoje não. – Minha avó pede com a sua voz doce e calma.

Estou vendo que vou me dar muito bem com eles.

A Garota (quase) InvisívelWhere stories live. Discover now