Intrusa
Dylan narrando
Daisy passou a noite inteira sem falar comigo, postando fotos dela e de pessoas que eu nunca vi na vida. Inclusive um Peter me chamou a atenção. Estava absurdamente perto da Daisy e rindo como se ele tivesse dito algo engraçado. Daisy não ri fácil muito menos se aproxima de alguém sem mais nem menos.
Minha princesinha sorrindo é a melhor coisa do mundo, mas ver que foi outro cara que a faz ficar assim me dá raiva e me deixa inseguro. Eu só sei que me sinto vazio sem ela. Pareço tão depressivo.
Me deitei de lado na cama me apoiando com o braço e o outro com celular na mão.
Mensagem nova de Natalie.
Natalie: Está aí? Estou te vendo online hein... vai dormir! São duas da manhã!
Dylan: Perdi o sono.
Natalie: Quer conversar sobre alguma coisa?
Dylan: Pode ser.
Eu e Natalie sempre fazíamos isso quando eu não conseguia dormir, normalmente, passávamos a noite inteira conversando, chegávamos na escola exaustos e dormíamos na aula.
Ela insistiu umas duzentas vezes pedindo para tomar o café da manhã cá em casa para se assegurar que eu estava bem, ainda acrescentou que ia trazer o seu café especial para me acordar. Acabei aceitando bem sonolento, acho que já nem estava raciocinando nessa hora.
Acabei de tomar um banho gelado para refrescar a minha cabeça, deixei o cabelo molhado, estava com preguiça. Vesti a roupa que já havia pegado e desci logo para tomar o café da manhã.
- Bom dia. – Fiquei surpreso ao ver Natalie conversando com o meu pai.
- Finalmente acordou dorminhoco. – Natalie me abraça e me dá um beijo na bochecha. – Vamos senta. Trouxe o café que prometi.
- O cheiro é bom. – O analiso por dentro.
- Prometo que não tem veneno. – Ela sorri dando uma piscadela.
- Onde está a Hailey?
- Ela já saiu, a gente se cumprimentou e ela ficou super feliz por me ver. Me deu um abraço e tanto!
- Estranho, Hailey nunca gostou realmente de você. – Comento dando de ombros.
- Deve ser coisa da sua cabeça. – De súbito ouvimos a porta se fechar de forma bruta.
- Olá?
- Filha! – Anna se levanta quase levando a mesa consigo, eu acabei me distraindo e o café ardeu na minha garganta. Acabou escapando um pouco de café para o meu casaco.
- Ai!
- Me deixa ver. – Natalie coloca uma mão nas minhas costas e a outra no meu rosto. Tirei os seus braços de mim rapidamente tentando me levantar, só consegui ver Daisy e Anna brigando. Me aproximei delas, queria tanto conversar com a minha pequena.
- Vou indo para o colégio.
Mais uma vez vejo Daisy saindo na velocidade da luz sem ao menos falar algo. Natalie apareceu logo depois que a Daisy fechou a porta de casa. Nem a vi sair de perto.
- Vem, vamos pegar um casaco novo para você. – Natalie agarra no meu braço.
- Não é necessário, eu preciso de falar com a Daisy.
- Não seja tão casmurro, a mancha só vai piorar vem. – Ela me puxa até o meu quarto.
Já não vou conseguir falar com a Daisy antes das aulas começarem. Ela deve estar furiosa comigo... Eu preciso de falar com ela o quanto antes.
- Pai, a Anna está melhor? – Pergunto assim que o vemos lavando o que restou do café da manhã.
- Ela foi pegar um remédio para se acalmar, Anna precisa de apenas um momento a sós com a Daisy. – Ele fala isso olhando de relance para Natalie. – Natalie, quando eu te falei o endereço era só para visitar o meu filho e esclarecer o que você fez a última vez que vocês se viram, não é propriamente bem-vinda aqui.
Meu pai rebenta a bomba de uma só vez.
- Pai! – O repreendo chateado. Não foi culpa da Natalie.
- Tudo bem Sr. O'Brien. – Natalie sorri fraco. – Vamos Dylan?
- Sim. – Olho uma última vez para o meu pai negando com a cabeça.
- A Hailey me disse que a Natalie estava na cidade. Como você está aguentando tudo isso? – Jack sussurra do meu lado.
- Estou bem. É me indiferente a Natalie aqui ou não.
- Por que raios ela voltou?
- Pensando nisso ela ainda não me falou o real motivo. Ela apenas se desculpou pelo que aconteceu, mas não falou o que a fez voltar á cidade.
Sinceramente, não me interessa muito.
Daisy Narrando.
Durante as aulas me enchi de paranoias de quem poderia ser aquela Natalie, alguma ex namorada, uma amiga ou um parente. Seja o que for, algo nela não estava bem e isso me deixava desconfortável e com a pulga na orelha. Tenho de ficar atenta nela. Algo ruim vai acontecer, eu sinto isso.
- Eu vou ter com o James. – Aviso as meninas guardando minhas coisas.
- Não vai não! – Do nada Dylan aparece me impedindo de passar.
- E quem vai me impedir?
- Primeiro você e eu vamos ter uma conversa.
- Hoje você está muito falador. – Ironizo.
- Para com infantilidades, Daisy.
Isso Dylan, me irrita mais, me dá mais vontade de te ignorar pelo resto do dia.
- Eu estou sendo infantil? Por favor Dylan, cresce sim? – Tento passar pelo espaço entre o seu braço e a parede, mas não deu resultado, ele me encurralou entre ele e a parede. Estávamos sozinhos na sala agora.
- Me larga idiota!
- Quem é o Peter?
- Quem é a Natalie?
- Eu perguntei primeiro.
- Meu primo, caramba! Se você não estivesse tão ocupado com a sua nova amiguinha eu teria o prazer todo de te contar. Agora responde você.
Ele ficou imóvel por uns momentos apenas me encarando com a boca congelada.
- Fala alguma coisa idiota. – Murmuro chateada.
- Eu estava com saudades suas... – Ele passa o polegar no meu rosto.
- Não pareceu.
- Como assim? – Ele se faz de desentendido.
- Primeiro não respondeu á minha mensagem e depois te vejo com outra garota? Não pode ficar sem o toque de uma mulher por mais de um dia?
- Mensagem? Que mensagem? – Reviro os olhos com a minha raiva de volta.
- Quer saber? Eu vou indo, Dylan. Não me segue, não estou com paciência para discutir mais. – O empurro para trás pegando a minha mochila de volta.
Reparei que a Natalie estava atrás da porta nos vendo brigar.
- Parece que a sua namoradinha está te esperando. - Sorrio para ele e o mesmo vira o seu rosto vendo Natalie. – Felicidades!
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A Garota (quase) Invisível
Teen FictionQual a sensação de ser apelidada de Invisível? Bom, talvez Daisy Stone possa responder a essa pergunta. Afinal, ela mesma se considera a definição de Invisível. Uma personalidade doce, mas ao mesmo tempo arrogante, um coração mole por dentro, mas c...