A Garota (quase) Invisível

Capítulo 14

O passeio

Héstia parecia conhecer aquele lugar da ponta á cabeça. Qualquer obstáculo á sua frente ela se desviava num piscar de olhos. Não precisava de fazer muita coisa.

- Dylan, acho que estamos indo muito rápido. – Digo tentando manter equilíbrio.

- Relaxa princesa, estamos só começando. – Ele sorri de lado para mim enquanto Thor acompanhava Héstia.

Meu cabelo está deslizando para trás e meu corpo parece que vai cair a qualquer momento. Vejo Dylan e Thor bem atrás de nós tentando nos alcançar. Héstia já havia os ultrapassado. acho que ela vê o nosso passeio amigável como uma corrida.

- Eu disse que isso era uma má ideia. – Grito desesperada.

Depois de meio minuto Héstia desacelera os passos aos poucos.

- Eu estou tão arrependida disto Dylan. – Tento recuperar a minha respiração ainda agarrada ao pescoço da Héstia.

- A culpa é dela. – Ele aponta para Héstia. – Desce dai Daisy.

Olhei para ele franzindo o cenho e desço de Héstia, amarrando-a a uma árvore tal como ele fez com o Thor.

- Como é que você aprendeu a andar de cavalo assim? – Pergunto quando começamos a caminhar.

- Flora, mas minha mãe principalmente.

Só de lembrar da mãe dele, me relembro daquele dia.

- Como é que ela era?

Dylan hesitou um pouco em responder, mas apenas suspirou e disse:

- Melissa era a mãe que todos os garotinhos desejavam ter. – Um sorriso sincero escapa do seu rosto.

- Gostava de a ter conhecido...

De súbito Dylan para de andar olhando para baixo colocando as mãos nos bolsos do seu casaco me observando atentamente. Acho que eu não deveria ter dito aquilo.

- Você quer vir comigo ao túmulo da minha mãe?

Fito meus olhos nos dele com a boca entreaberta.

- Está falando sério?

- Sim.

- Claro Dylan.

Eu não entendo por que motivo ele me quer do seu lado num momento tão importante da vida dele. Era suposto nos odiarmos. Eu realmente não entendo. Mas de certa forma me senti bem, me senti "parte da vida dele", não sei como expressar em outras palavras.

Viro meu rosto para outro lado. Me incomoda o modo que ele age, tão espontaneamente, não consigo saber se ele vai me insultar ou me tratar como alguém que ele se importa. Sempre que olho para ele não me sinto a mesma. E Dylan piora tudo com a sua bipolaridade, de babaca para rapaz inocente e com uma personalidade totalmente diferente. Eu estou confusa e nem sei o porquê disso.

Nossa caminhada já estava a demorar algum tempo e o silêncio era bastante constrangedor.

- Então... onde estamos, Dylan? – Questiono quebrando o clima estranho.

Eu sei que estávamos numa floresta imensa que parecia não ter fim, só queria saber a localização exata.

- Estamos na propriedade Hickerfield. – Seu tom de voz agora estava normal e animado como sempre.

- Quem são os Hickerfield?

- Velhos amigos da minha família. Não tem muito que contar sobre eles.