Capítulo II

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Capítulo II - Confusão

Já tinha passado mais uma semana de aulas com o professor novo. Rafael foi o melhor professor de física que eu já tive, ele explica muito bem.

Desde o aperto de mão no banheiro, eu não consegui esquecer do Rafael, aquele corpo, aquele braço, aquela mão quente, grande, acolhedora. Eu acho que estava _______ por ele. Era uma lacuna que eu não sabia como completar.

A aula tinha acabado, todos tinham saído. Quando eu estava saindo o professor me puxou pelo braço, fechou a porta com o pé e me prendeu entre ele e a parede.

Ele começou a aproximar a cabeça da minha mas logo se afastou. Conseguia sentir a sua respiração quente e ofegante me encorpando, antes dele sair. Ele afundou a cabeça nas mãos como se estivesse enxugando o suor frio.

- D-Desculpa. - ele disse meio desesperado. - Eu n-não queria.

Então, completamente constrangido, ele segurou a maçaneta da porta e abriu a mesma para mim. Eu, ainda perplexo, sai da sala e fui para fora esperar o ônibus. Ele chegou e eu entrei e fui para casa.

Cheguei em casa e cumprimentei os meus pais. Subi para o meu quarto e me joguei na cama, olhando para o teto. A ideia de saber que o professor tentou me beijar me deixou surpreso, e ao mesmo tempo confuso e amedrontado.

Eu tinha certeza, eu estava começando a me apaixonar pelo meu professor. Mas eu estava indeciso, não sei se dava bola, ou se me afastava, não queria me sentir culpado por nada. Porém, aquele sorriso lindo e branco, aquele corpo e aquele seu olhar me seduziam e me faziam querer ficar colado nele o dia todo.

Coloquei fones no ouvido e toquei minha playlist e acabei dormindo na cama, praticamente a tarde toda. Acordei com a minha mãe me chamando para jantar. Desci as escadas e quase enfartei ali mesmo. Sentado no sofá estava o professor Rafael, com uma camisa de botões preta que destacava o seu peito, uma calça jeans justa e um tênis preto, seu cabelo estava penteado em um topete, e seus olhos castanhos estavam fixados em mim. Fiquei meio boquiaberto mas me recompus e subi para o quarto, me arrumei e desci. Cumprimentei com um aperto de mão e um abraço (mas que abração da porra). Consegui sentir a temperatura quente e aconchegante de seu corpo e soltei-o.

- Oi professor. - Cumprimentei. E virei para o meu pai. - Pai, o senhor conhece ele?

- Ah, sim... o sr. Spencer trabalhava naquela mesma escola que eu. Sabe? Aquela que você se molhou de água...

- Pai... - Interrompi-o.

O professor abafou um riso e quis se acomodar mais.

- Por favor, Jacob, não precisa me chamar de sr. Spencer, só Rafael está bom!

Todos sentamos e aproveitamos a nossa lasanha. Comi depressa, quanto mais rápido eu saísse daquela mesa melhor. Por alguns segundos fiquei olhando, disfarçadamente, para o professor enquanto ele comia, aquela sua língua molhada e enorme e aqueles dentes brancos e alinhados, completamente sexy. Em uma dessas olhadas, ele fixou o olhar em mim e guiou o meu olhar para onde estava a sua mão, mais para baixo, apertando o seu membro por debaixo da calça. Congelei na hora, tanto que minha mãe, Christina Foster, perguntou o que houve.

- Nada não, mãe! Só lembrei que é muita coincidência, o professor Rafael começar a ser meu professor ontem e já está comendo em nossa mesa. - Ri, idiotamente, baixo.

- Eu até que tinha achado seu rosto familiar... - Rafael disse - Você é a cara do seu pai!

Ficamos rindo enquanto o meu pai se gabava do quanto era bonito, eles pareciam ser realmente amigos.

- Bom, licença! - Disse levantando da mesa e encostando a cadeira na mesa - Tenho que finalizar um trabalho para amanhã e já está tarde!

Me despedi de todos e subi as escadas para o meu quarto. Entrei no cômodo e comecei a teclar algumas palavras, depois de vinte minutos terminei o trabalho e fui me trocar para dormir. Peguei uma toalha e o pijama e segui para o banheiro. Fechei a porta que não trancava (pois meu pai ainda não consertou) e coloquei uma música alta para tocar e comecei a me lavar enquanto dançava e cantava. Senti que alguém estava me espionando mas relevei, afinal o professor já tinha ido embora.

Desliguei o chuveiro e me sequei, vesti a cueca branca e coloquei o pijama azul. Sai do banheiro enxungando o cabelo com a toalha. Quando estava quase entrando no quarto, alguém me puxa para um corredor que fica do lado do banheiro, escondido da escadaria. Era Rafael, ele apertava o meu bíceps e me olhava com um olhar sedutor e estranho.

- Não sei se é certo fazer isso. Mas eu não aguento mais.

Ele prendeu o seu corpo no meu e aproximou a sua cabeça. Senti sua respiração quente e seu hálito de menta. Suas mãos seguravam a minha nuca e esfregavam o meu cabelo. Seus lábios finos porém robustos chegavam cada vez mais perto. Ele tinha liberado algum hormônio selvagem que eu não sabia explicar. Aproximei-me e coloquei as mãos em suas costas. De repente, a ação que mudou para sempre a minha vida aconteceu. Nossos lábios se tocaram, um beijo quente, molhado, desejoso e muito prazeroso. Eu ainda não quis avançar com a língua, apenas aquilo estava muito bom. Afastei a minha boca para respirar um pouco, ele estava ofegante.

- Professor...

- Amanhã a gente conversa na escola.

Então ele saiu, desceu as escadas e foi embora. E eu fiquei ali, parado, no corredor, molhado e com muito tesão pelo meu querido professor.

Meu Querido Professor (Romance Gay)Where stories live. Discover now