Capítulo XVII

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Capítulo XVII - O sequestro 

Peter acordara em casa, em sua cama, para ser mais preciso. Sentiu uma forte dor de cabeça no momento em que abriu os olhos, a luz do sol bateu com força em sua retina, fazendo-a doer. Seu cabelo estava completamente bagunçado, e o seu próprio bafo lhe incomodava. Ao descer as pernas para sair da cama, todo o seu corpo ficou dolorido. Algo havia acontecido, mas ele não lembrava.

Quando desceu para a cozinha, já eram duas da tarde. Ainda bem que era um dia de sábado e não tinha aula. Os seus pais já estavam almoçando. Peter estava apenas com sua calça moletom e sem camisa, e sua feição marcada pela ressaca.

- A Bela Adormecida acordou? - minha mãe perguntou, antes de colocar o arroz no prato.

Meu pai nada disse, apenas me passou uma olhada. Porém, depois que eu bebi água, ele resolveu dar um discurso.

- Peter, olha aqui, eu sei que a gente fez esse acordo com você e que o respeitariámos acima de qualquer hipótese, mas não sabemos se podemos tolerar isso.

Peter nada entendia, por isso permaneceu calado.

- Nem eu nunca fiquei tão bêbado assim, garoto - Ele disse.

- Como assim?

- Como assim? - minha mãe perguntou, retoricamente - Você vomitou ontem três vezes durante a madrugada, apesar de ter chegado 4h da manhã. Chegou superbêbado. Mal conseguia andar por si só, precisou da ajuda daquele amigo seu, Dylan se eu não me engano. Ele teve que te ajudar até em trocar a sua roupa.

Peter permanencia calado, com a cabeça encostada na parede, doendo.

- Use esse garoto como exemplo - meu pai disse - Esse garoto que lhe ajudou. Adulto, responsável, foi para a festa, não bebeu, voltou normal e ainda te ajudou com tudo. Cresça, Peter! Espero que isso não se repita!

- Não vai se repetir!

Peter subiu para o quarto, nem um pouco afim de discutir e dormiu.

No outro dia, já na escola, Peter teve um dia normal, apesar de que na aula de biologia, Eduardo ficou lhe passando umas encaradas medonhas.

No intervalo, Peter observou Eduardo e Carla conversando a caminho da sala dos professores e os mesmos passaram um olhar disfarçado para o garoto, que relevou.

Quando bateu o sinal da saída, Peter se espreguiçou de sua cadeira e se pôs a andar em direção à sua casa. O sol estava relativamente quente, mas nada que uma suave brisa não relevasse.

No momento em que ele entrou em uma rua que estava deserta naquele horário, ele percebeu algo estranho. Um carro preto e com vidros completamente fumê começou a seguí-lo lentamente, deixando uma certa distância entre eles.

Peter apressou os passos, o seu coração batia mais forte, ele estava com um forte pressentimento. Apenas queria chegar em casa e ficar no seu quarto, porém ele sentia que isso iria ser difícil de acontecer. Sentiu um frio na espinha quando o carro acelerou os pneus.

De supetão, o carro acelerou o suficiente para podê-lo acompanhar, lado a lado. Dentro de alguns segundos, o vidro foi abaixando lentamente e Peter mais nervoso ficava. O garoto permanencia andando velozmente, sem olhar para outro lugar a não ser a sua frente.

Foi quando uma voz grave fez Peter hesitar em parar, que ele realmente se assustou. Uma voz que ele já conhecia, e que realmente o apavorava: a voz de Eduardo Tozzi, que dava ordens para o garoto parar de andar, em alto e bom tom.

Peter apenas ignorava, não queria dar atenção àquele crápula. Porém, um simples cintilar fez Peter mudar de ideia. O cintilar de um gatilho sendo desengatilhado. O barulho de uma arma sendo apontada para o garoto fez os seus pés pesarem chumbo e congelarem no meio da rua.

Meu Querido Professor (Romance Gay)Where stories live. Discover now