Capítulo IX

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Capítulo 9 - O segredo de Tyler Zachary

OBS.: Cenas pesadas

Eu passei a segunda-feira toda dentro do meu quarto, revezando entre estudar, jogar e chorar. A conversa que eu tivera com o Rafael não me deixara nada bem.

No momento, eu consegui deixar aquele carro sem nenhum remorso, mas no instante que cheguei em casa, a verdade veio à tona. Perdi o apetite, minhas pernas bambeavam, meu peito batia mais forte. Desde o primeiro dia que lhe dei um beijo, nunca consegui imaginar um dia sem passar com ele.

O amor é uma droga, pensei.

Mas agora aqui estou eu. Deitado, enrolado na cama, resolvendo algo no grupo da escola, e de tempos em tempos revendo a foto do perfil do Rafael. As lágrimas vieram e não pude controlá-las.

▪▪▪

A terça-feira amanhecera chuvosa. Não sei se o clima virou para mim e pensou "Olha aquele menino está triste. Já sei, vou deixá-lo mais triste". Porém, apesar das controvérsias, eu amo chuva. Esse frio, o pingo de chuva batendo em meu rosto, não tem nada melhor.

Quando cheguei na sala, tudo parecia tão monótono. Tinha um casal nas cadeiras do fundo no lugar oposto ao meu, e o Tyler sentado na cadeira ao lado da minha. Ele estava de capuz, seu celular não saía de sua mão, e ele não parava de balançar a perna direita, ansiedade talvez. O porque, eu não sei.

Sentei-me e tentei puxar assunto.

- Estudou para a prova de Biologia? - perguntei a ele enquanto pegava o meu caderno da mochila.

- Ah? - ele retirou o fone de ouvido - Tem prova hoje? - sua feição não parecia preocupada.

- Sim. Vai dizer que você não estudou?

- Esqueci dessa maldita prova. Merda.

- Se quiser ajuda pra estudar no intervalo, estou aqui.

- Não. Valeu, mas não quero. - ele respondeu com um sorriso bem forçado.

- Certeza? É a prova mais importante do bimestre.

- Já falei que não. - ele disse um pouco alto demais e grosso demais, tanto que o casal parou, nos olhou e voltaram a conversar.

Me perguntei o porque da mudança de humor repentina. Calado, voltei a minha cadeira, e antes de colocar os fones de ouvido, ele virou-se para mim.

- Peter, olha, desculpa. - ele disse.

- Não. De boa. - respondi, sinceramente.

- Só... não é nada pessoal.

Sorri pra ele. Antes de virar para a minha cadeira, pude observar duas manchas roxas em seu pescoço, na nuca para ser mais preciso. E uma mancha que parecia ser a de um polegar estava em seu braço, perto do cotovelo.

Ele não percebeu que tinha olhado, mas algo de errado estava acontecendo com ele. O que que essas manchas significam eu não sei, deve ser por isso que ele usa capuz sempre?

Durante todo o dia fiquei preocupado com ele.  Eu queria ajudá-lo de alguma forma, mas não sabia como. Tentei esvaziar a minha mente um pouco desse assunto, precisava me concentrar na prova de Biologia, já que estava precisando de ponto.

Meu Querido Professor (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora