Capítulo XIV

5.5K 328 48
                                    

Capítulo XIV - Nathan e Liam

Uma semana depois das aulas de boxe de Nathan terem começado, a sua vida piorou repentinamente. Tudo começou com uma revista, uma maldita revista.

A mãe de Nathan, no início da semana, foi fazer uma limpeza no quarto do filho, e lá encontrou algo que fez as suas pernas bambearem: uma revista, mas não uma revista qualquer, de jogos ou algo do tipo, mas uma revista que todo pai ou mãe temia, uma revista de homens quase pelados.

No mesmo dia, quando o pai de Nathan chegou em casa, ela mostrou-lhe a revista. Eles chamaram o filho em uma tarde e o mesmo desceu sorrindo do quarto, mas, quando viu a revista na mesa em que eles estavam sentados, o seu sorriso desapareceu instantaneamente.

Um sentimento de medo e temor lhe possuiu naquele instante, a mãe chorava; o pai permanecia firme, e Nathan tentava segurar o choro, o que falhou.

O seu pai começou a dar um discurso sobre o quão imoral é ser homossexual e uma frase acabou com o dia, não, com a semana, de Nathan: você é a vergonha desta família. O pai ainda admitiu a vontade de lhe dar uma surra de cinto até ele "querer" ser hétero, mas a mãe não permitiu.

Ambos mandaram-no voltar para o quarto e deixou-o de castigo, permitindo-lhe apenas ir e voltar da escola, nada mais. Nathan, quando desabou em sua cama, não quis saber de mais nada; chorou. Uma cachoeira de lágrimas desciam de seus olhos. Pela primeira vez na vida ele quis se matar. Não pela vergonha de ser gay, mas por ser considerado uma vergonha pelo próprios pais.

A cama parecia mais amigável naquela noite; a porta, nem tanto. Ele quis ficar ali para sempre, chorando.

No meio da noite, de repente, ele teve uma crise de emoções. Ele levantou, se olhou no espelho, e desejou nunca mais ver aquele reflexo. Um reflexo de um perdedor, de uma escória, de um... lixo. Ele deu um murro no espelho. Sua mão sangrou, mas ele não se preocupou; nem mesmo com o espelho, agora, quebrado.

Ele chorava até as suas forças se esgotarem. Quis fugir, mas para onde? A solução era voltar para a cama. Enrolou a mão com uma camisa e tentou dormir, sem sucesso. Um dia que, com certeza, veio a se tornar o pior da vida de Nathan Kneel.

Na escola, já de manhã, Nathan não conseguiu prestar atenção em nenhuma aula. Fez uma prova quase que a base do chute e se esforçou muito para não chorar do nada. Ele tentava evitar Liam, que até ali era o único que se importava com ele. Se ele desabafasse, iria cair no choro.

Como todo dia, ele arrumou as suas coisas quando chegou em casa, e foi para a casa de Liam, sem os pais verem. E percorreu o mesmo percurso de sempre: entrar pelas portas do fundo, ir para o quarto e ir para o porão.

Quando chegou lá, Liam ainda estava tomando banho, mas Nathan concluiu que não precisava da ajuda dele e começou a enfaixar as mãos, para o treino. A dor de sua mão direita (a que bateu no espelho) era perceptível, mas seu cérebro estava tão confuso que Nathan nem sequer ligava para a ferida.

Começou a bater nos sacos de areia como Liam mandou, focando em um ponto fixo e descarregando a tua raiva. Ele agora tinha mais prática e batia de um jeito mais correto. Ele dava socos repentinos, ignorando a dor da mão direita, no saco de areia, encarando-o.

Liam, quando terminou o banho e se vestiu, ouviu o som dos socos no porão e desceu, secando o cabelo com a toalha.

- Já começou sem mim, Chuck Norris? - Liam disse, rindo.

Nathan nada respondeu e continuou com o olhar fixo no saco de boxe. Seus ouvidos estavam anulando todo som externo, apenas o som dos socos no saco de areia importava. A potência dos seus socos agora aumentavam, e a velocidade também.

Meu Querido Professor (Romance Gay)Where stories live. Discover now