Capítulo XI

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Capítulo XI - A minha primeira vez

No outro dia, quando eu cheguei do colégio, depois de tomar banho do "jeito certo", almocei normalmente e disse para os meus pais que iria na casa do Leon, fazer um trabalho, e eles permitiram. Peguei a minha mochila e me pus a andar os vinte minutos até a casa de Rafael.

Quando cheguei em sua casa, toquei a campanha e esperei a ordem de entrada. De dentro da casa, ele gritou e me disse para entrar. Eu o fiz e fechei a porta, trancando-a.

Observei que ele estava na cozinha e andei até lá, fiquei encostado na entrada da mesma com os braços cruzados enquanto eu fixava os meus olhos nele. Ele estava com uma regata preta e um samba-canção preto lavando os pratos.

- Oi Rafael - eu disse, neutro.

- Oi, Peter! - ele ficou me olhando, sorrindo.

Não respondi nada, apenas o observei. Ele terminou de lavar os pratos e secou as mãos. Depois de observar a cozinha completamente limpa ele nos guiou até a sala e ambos sentamos no sofá.

Sentamos lado a lado, ele ficou olhando para os meus olhos, diretamente, a todo o tempo. Graças a Deus que eu não ficava nervoso perante ele, por isso consegui agir normalmente ali, naquele momento.

- Fico feliz que você veio hoje! - Rafael me disse, sorrindo.

Ajeitei o meu corpo para poder olhar em seus olhos.

- Desculpa, Rafael. - eu disse, assim, de vez.

- Desculpa pelo o quê? - ele se perguntou, confuso.

Suspirei fundo.

- Por ter sido tão infantil.

- Infantil? Como assim?

Comecei a tocar em sua mão, lentamente.

- É que... Eu nem quis saber dos seus reais motivos de terminar o nosso relacionamento e te tratei como o único culpado dessa confusão toda, apesar de que eu também te beijei e eu também fiquei desatento naquele banheiro.

- Ei, não se culpe... Não é por-

Interrompi ele e contei o que eu ouvi no outro dia.

- A alguns dias atrás, eu vim aqui em sua casa, e antes de entrar eu ouvi a voz de uma mulher.

Ele recuou mais o corpo, como se eu tivesse descoberto um segredo seu.

- Vocês estão tendo algum caso? - eu perguntei, tentando tirar uma das minhas dúvidas.

- Não. Ela era a minha esposa. Nos divorciamos ano passado. - ele disse, indiferente.

Pensei um pouco antes de falar, mas não conseguia encontrar a melhor forma para dizer aquilo.

- O que ela quer comigo? - eu perguntei.

Ele meio que se assustou e ficou me olhando.

- O que você quer dizer? - ele retrucou

- Quando eu vim aqui, no momento que ela estava saindo, pude ouvir ela mencionando um "por que" e logo depois você disse para ela para me deixar em paz.

Nesse instante, Rafael colocou o rosto entre as mãos que estavam apoiadas sobre o joelho.

- E pelo que parece, ela sabe onde eu moro. Apesar de que eu não sei o porquê ela iria querer saber disso.

Rafael continuava nervoso, com o rosto afundado nas mãos, sacudindo uma perna.

- Rafael, você pode me responder uma coisa?

Meu Querido Professor (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora