Capítulo VI

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Capítulo 6 - A minha (não) primeira vez

O quarto dele ficava no segundo andar da casa, cujo qual uma escada branca dava acesso. Então nós dois subimos, eu na frente subindo os degraus e ele logo atrás, segurando a minha mão.

Entrei lá e tive uma boa primeira impressão do quarto dele: super organizado, uma cama de casal grande com vários travesseiros e colchas de edredom, uma televisão de tela plana de mais ou menos 50", uma suíte com banheira e tudo mais.

Sentei na ponta da cama e fiquei olhando para ele, enquanto o mesmo pegava o controle e ligava a TV. Ele colocou na Netflix e mandou eu escolher alguma coisa. Coloquei um filme de comédia e ele se deitou na cama, me chamando pro lado dele.

Deitei em um outro travesseiro, ainda com um pouco de vergonha. Ele, prestando atenção ainda no filme, me chamou e eu, por instinto, deitei a cabeça no peito dele. Aquele peito farto, quente, dava pra ouvir os seus batimentos ali mesmo.

Os fios dos meus braços se arrepiaram no instante em que ele começou a acariciar os meus cabelos. Aquela mão rígida, grande e aconchegante me dava um cafuné tão bom, que me deixava sonolento.

Esse momento de sono, em que as pálpebras quase se fecharam, é interrompido pelo toque do meu celular. Rafael, que também estava prestes a cochilar, pede para eu atender. Eu, por educação, saio do quarto e fecho a porta e atendo o telefone.

- Alô! - digo.

Do outro lado da linha estava o Leon. Ele começou a conversar sobre meninas e que tinha ficado com uma muito bonita ontem. Eu reviro os olhos. Não acredito que ele interrompeu meu sono por causa disso, penso. Eu apenas ouvia ele falar desta garota e concordava ainda sonolento com constantes "Uhum". Esse meu momento de sono foi completamente expulso de mim quando ele me disse que iria para minha casa conversar pessoalmente comigo. 

Ele não poderia ir para  a minha casa, penso. Tinha dito para minha mãe que eu iria fazer um trabalho com ele, imagina se ela o vê na porta de minha casa, me chamando? Tenho que arranjar uma boa desculpa para me livrar dele, pensei. 

- Você não pode vir para a minha casa! - disse com firmeza.

- Por quê não? - ele disse confuso. 

- É que... é que... - olhei para todos os lados procurando algum jeito de arrumar uma desculpa. - Eu não estou em casa.

- Mas você vai ficar fora de casa o dia todo? - ele perguntou.

- Sim.

- Ok, então. Tchau. - ele se despediu com um tom meio desconfiado.

- Tchau. - desliguei o telefone.

Fiquei andando de um lado pra outro, batendo o celular na mão, preocupado. E se ele fosse para minha casa apenas para conferir se eu estou falando a verdade?, penso, e se ele simplesmente ligasse para os meus pais para saber se eu saí? Por um momento, parei e respirei, e percebi que eu estava exagerando. Ele não iria fazer isso, não meu melhor amigo, ele não iria desconfiar de mim. Ainda um pouco preocupado, voltei para o quarto. O ar-condicionado estava ligado, a TV estava com o volume mais baixo e Rafael estava dormindo, coberto com um grosso edredom. Me enrosquei debaixo da coberta e colei meu corpo nele, fazendo-o me abraçar. Ele me deu um beijo no pescoço e uma mordida na orelha e me desejou bons sonhos. E assim, caímos no sono, abraçados.

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Depois de muito tempo, acordei e Rafael ainda dormia. Olhei para o relógio de parede que tinha no quarto dele e vi que já era quase uma hora da tarde. Me levantei e saí do quarto, indo em direção da cozinha, já que eu estava sem nada para fazer.

Meu Querido Professor (Romance Gay)Tempat cerita menjadi hidup. Temukan sekarang