Capítulo XXIII

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Capítulo XXIII - O papel de Dylan

Tarde da noite, Peter carregava a sua mala, com aquelas rodinhas fazendo barulho, enquanto seu rosto ainda se enchia de lágrimas. Ele andou por muito tempo até chegar na casa de sua tia.

Toc, toc, toc!

Esperou vinte segundos quando um homem branco, alto e forte abriu a porta, era Henry Spencer. Ele imediatamente viu o rosto de Peter encharcado e percebeu a mala e o convidou para entrar.

- Peter, o que foi que aconteceu? Você está bem? Por que você está aqui tarde da noite?

Peter apenas tremia, eram muitas perguntas para serem respondidas. A sua tia Sophie surgiu do quarto e abraçou Peter no momento que o viu chorando, desesperada.

- Peter, você está bem? Está machucado? - ela reparou que o garoto não estava em condições de responder perguntas - Rápido, Henry, vá pegar uma água com açúcar!

Passado uma hora, já eram 23 horas da noite, e todos ainda estavam bem despertos. Peter finalmente havia parado de chorar e estava sentado no sofá, segurando o copo, faltando apenas um gole, tremendo pouco. Henry estava recostado na parede e Sophie no sofá do lado de Peter.

- Peter, me diz por que você está assim... -ela disse bem calmamente, segurando uma das mãos de Peter.

Ele olhou para Henry, que balançou a cabeça, incentivando-o, e assim ele tomou coragem e contou toda a história do começo: desde a sua paixão com Rafael até a expulsão de casa. Ela ouvia tudo atentamente, apesar de que algumas vezes ele gaguejava, ou soluçava, ou voltava a chorar relembrando tudo.

Por incrível que pareça, Sophie não ligou para o fato de que o sobrinho estava namorando o seu cunhado, e muito menos para a diferença de idade.

Ela, carinhosamente e simplesmente, abraçou Peter com toda a força do mundo, acariciando o seu cabelo. Peter encostou a cabeça em seu ombro e sentiu o calor emanando dela. Fazia tempo que não achava um ombro amigo, ou alguém que não lhe machucasse.

- Vai ficar tudo bem! - ela cochichava no ouvido dele - Eu te amo de qualquer forma.

Ele soluçou, querendo chorar novamente.

- Pode chorar, meu bem!

E assim, Peter desabou no ombro dela, agora um choro de felicidade.

Depois desse momento ter passado, Henry foi arrumar o quarto de hóspedes para Peter, para onde levou a sua mala e deixou a cama bem confortável para ele.

- Eu realmente não queria incomodar... - Peter disse, muito triste.

- Você é da família, não está incomodando de jeito algum, meu filho! - Sophie o acalmou - Não diga mais isso!

Na madrugada, Peter simplesmente não conseguia dormir, só chorava quando as lembranças de seus pais lhe expulsando viam a tona. Ele agradecia muito pela compreensão de sua tia. Apenas cinco da manhã ele conseguiu dormir.

Umas nove horas ele acordou e percebeu que estava atrasado para a escola. Pensou em correr para pegar a mochila mas se tocou de que não estava em casa, o que lhe trouxe todo aquele sentimento triste novamente. Quando foi à cozinha, Henry estava lá, tomando café da manhã.

- Bom dia - Peter disse desanimado, com uma feição acabada.

- Bom dia. Sua tia ligou para a escola e disse que você está doente e eles atestaram a sua falta. Quer que eu faça panquecas ou ovos?

Era isso que Peter queria para a sua vida: dois pais que o entendesse e o tratasse bem independente de tudo.

- Vou querer uma panqueca, por favor!

Meu Querido Professor (Romance Gay)Where stories live. Discover now