Capítulo X

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Capítulo 10 - Carla Fernández

Desde o momento que eu chegara em casa depois de presenciar o estupro de Tyler, ânsias de vômitos se tornaram frequentes. Meus pais se preocuparam mas eu disse que eram apenas gases ou qualquer outra coisa.

Os vídeos e as fotos estavam salvas em meu celular, mas eu não tinha coragem de vê-las. Eu não sabia o que fazer, se denunciava, se tiraria conclusões, se questionava Tyler, se excluía as fotos e esquecia tudo.

Eu precisava fazer algo, mas o que eu não sei. Lembrar daquele homem apalpando firmemente o corpo de Tyler em regiões manchadas provocadas pelo mesmo, e ainda vê-lo em um quase estado de necrofilia me fazia chorar imediatamente.

Eu estava disposto a fazer tudo para ajudar Tyler, só precisava de um começo do que fazer.

Eu estava na minha cama com o celular em mãos. Saber que o vídeo e as fotos estavam ali era assustador. Tentei mudar de pensamento. Ainda resolverei o que fazer com essa mídia.

Um sentimento me invadiu e uma saudade imensa do Rafael surgiu. Eu queria estar deitado sobre o seu peito quente, acariciando aquela barba rala e beijando aqueles seus lábios finos. Ele me ajudaria a saber o que fazer.

Dentro de dez minutos, visualizei a foto do perfil dele mais de cinco vezes. Era uma foto dele das férias no Rio de Janeiro: ele com um samba-canção azul do lado de uma prancha de surfe, mostrando a língua e sorrindo.

Ah, gritei mentalmente, que saudade!

Esse sentimento de saudade foi aumentando a cada vez mais que eu pensava nele. Sentir aquele corpo pesado sobre o meu, enquanto ele dizia o quanto me ama era tão reconfortante. Eu me sentia completo com ele.

O sentimento de raiva foi passando de acordo com o aparecimento repetino dessas boas lembranças. Tomei uma decisão desesperadora: disquei o seu número e chamei.

Chama, chama e nada dele atender. Liguei mais três vezes e nada. Tentei uma última vez andando pelo quarto e nada. Tomei uma decisão mais desesperadora ainda. Calcei minhas sandálias e fui andando até a sua casa.

Como eu tinha dito anteriormente, sua casa não era longe. Cheguei em menos de vinte minutos de caminhada. Subi os três degraus e hesitei em apertar a campanhia quando eu ouvi barulhos vindo de dentro da casa.

Por um momento, achei ser apenas impressão mas ouvi a sua voz grave acompanhada com a de uma mulher. Uma voz feminina, fina e bem chata. Os dois estavam discutindo.

Fiquei ali, em pé, com o ouvido na porta. Sei que é errado mas eu queria saber o que é que estava acontecendo e eles pareciam estar discutindo um com o outro.

- Me esquece de uma vez, Carla! - Rafael disse.

- Claro que não, Rafa. - ela respondeu, com uma voz enojada.

- Já te disse pra não me chamar de Rafa. - Rafael falou mais alto que o normal.

- Eu te amo e você me ama! - ela disse.

- Não te amo não, sua louca!

Houve uma pausa.

- Para de infantilidade e volta para a sua cidade e me deixa em paz de uma vez por todas.

- Você não quer que eu vá na verdade. Porque você me ama! Admita isso, Rafael!

- Meu Deus do Céu! Sai da minha casa.

- Você tá me expulsando?

- Tá difícil de entender? Agora sai da minha casa e some da minha vida.

Meu Querido Professor (Romance Gay)Where stories live. Discover now