Tinder - T3ddy (segunda temporada)

Despedidas

- Tem certeza que você tem que ir mesmo? - Dizia ainda agarrada na cintura do Pedro.

- Infelizmente meu amor. - Ele mexia no meu cabelo evitando o contato visual. - Juro que eu dava tudo pra ficar mas não posso.

- Quero ir junto então. - Minha voz ficava trêmula.

- Negativo mocinha, você fica e curte Orlando por que nesses dias só choveu e nós nem conseguimos ir nos parques. - Ele juntava sua mochila do chão.

- Mas não vai ter graça sem você. - Pego sua mochila do seu ombro e coloco no chão.

- Você fala isso agora mas tenho certeza que vai se divertir sim. - Ele pega sua mochila novamente.

- Não. - Coloco sua mochila novamente no chão e o abraço manhosa. - Não quero.

- Maria, para de drama vai. - Ele pega sua mochila. - E deixa minha mochila por que eu tenho que ir de qualquer jeito.

- Tá bom. - Faço um bico de birra. - Mas quero que você me fale quando chegar no Brasil.

- Claro. E você me mande foto de tudo que fizer aqui.

-  Sim.

Vou com ele até a porta e o vejo entrar em um táxi e partir levando parte do meu coração com ele. A verdade é que o Pedro me conquistou de um jeito muito especial e a nossa convivência praticamente contínua fez eu me acostumar com a presença dele e quando não estamos por perto eu sinto sua falta. Hoje em dia já não sei mais como é estar sozinha e apreciar minha companhia já que quando não estou com ele, estou com o Mauro, que além de amigo se tornou uma parte de mim.

E será a ele que vou recorrer nesse momento.

Vou até meu quarto e pego meu travesseiro, caminho devagar pelo corredor dos quartos indo em direção ao quarto onde o Mauro dormia, quando parei em frente a sua porta bati lentamente na mesma e logo ouvi um murmuro.

- Entra. - Um grito abafado do outro lado ecoou.

Abri a porta devagar e espiei o quarto, o escuro invadiu meus olhos, percebi que tinha duas camas e em uma havia uma luz de um celular.

- Maurinho? - O chamo.

- Mauro está dormindo. - A voz do Lucas me responde.

- Ah bom. - Digo sem graça e vou até a cama do Mauro. Sento na beirada da cama e dou uma leve sacodida no meu amigo. - Maurinho. Maurinho acorda.

- O que foi? - Ele acorda assustado.

- Nada. Posso dormir com você aqui? - Peço.

- E o Pedro? - Ele me questiona com a voz rouca de sono.

- Já foi. - Respondo desanimada.

- Ta bom. - Ele se mexe na cama indo pra trás. - Deita aqui.

- Ta. - Dou um risinho.

Coloco meu travesseiro ao lado do dele e deito junto a ele. Pego parte da coberta do Mauro e me cubro. Fecho meus olhos e tento dormir, em algum momento abro os olhos e vejo uma luz quebrar a escuridão do quarto, vejo Lucas e seu celular e fico me questionando o que ele deve estar achando da minha presença ali.