Pais da Maria

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Tive que arrastar o Lucas do taxi a porta da casa dos meus pais, ele ficava repetindo que tinha medo do meu pai e não queria vir.

Depois de muito sacrifício consegui fazê-lo ficar de pé na frente da porta, toquei a campainha e esperei minha mãe vir atender, Lucas se segurava em mim até ver a porta se abrir e me soltar completamente. Ri do seu jeito e abracei minha mãe.

- Como você está? - Mamãe me perguntou.

- Estou bem.

- Ei garoto - Minha mãe chamou o Lucas. - Ajuda minha filha a levar as malas pra dentro. Vem meu amor. - Minha mãe me puxa pelo braço pra dentro.

Olho pra trás e vejo o Lucas carregando com dificuldade as malas, rio mas minha mãe me puxa e não deixa eu ajudar, entro na cozinha e vejo meu pai e minha avó conversando assim que os vejo vou abraça-los.

- Cadê o menino? - Minha avó perguntou.

- Sua filha fez ele trazer as malas pra dentro sozinho. - Respondi rindo.

- Amélia você prometeu. - Minha avó disse a minha mãe que deu de ombros. - Maria vá busca-lo pois não garanto que ele vá querer vir sozinho.

- Tudo bem vó. - Vou em direção a sala mas encontro o Lucas entrando na cozinha, sorrio pra ele e seguro sua mão levando até minha família. - Pai, vó, esse aqui é o Lucas.

- Que bonitão. - Vovó diz se levantando pra ir abraçar o Lucas. - Prazer meu filho, eu sou a vó da Maria e agora sua também.

- Eu sou o pai da Maria e nada além disso. - Meu pai estende a mão pro Lucas apertar mas ele fica olhando sem reação.

- Lucas. - Seguro seu ombro. - Tudo bem.

- Pra-prazer conhece-lo senhor. - Lucas meio gaguejante aperta a mão do meu pai.

- Maria ele costuma ser assim? - Meu pai me pergunta.

- Ele tá nervoso pai. - Sorrio.

- Relaxa garoto, eu não sou a minha esposa. - Meu pai brinca e o Lucas da uma risada tensa.

- Eu já disse que não me importo mais. - Minha mãe se mete na conversa. - Não importa se eu gosto de você ou não, quem tem que estar feliz é a minha filha.

- Mãe, pai, vó vocês não acham que o Lucas e eu... Acham? - Olho para os três que confirmam com a cabeça. - Não, eca. O Lucas e eu somos apenas amigos.

- Mas vocês já namoraram né? - Vovó perguntou.

- Há anos trás, numa fase difícil da minha vida. - Olho pro Lucas e faço uma careta.

- Ah ta. - Vovó diz irônica. - Amélia as crianças devem estar com fome.

- A comida está quase pronta mamãe. Maria, me ajuda a arrumar a mesa? - Mamãe pergunta.

- Ah eu não mãe. - Respondo.

- Deixa de ser preguiçosa garota, vá ajudar sua mãe. Por acaso você vai fazer isso quando conhecer a sogra? - Vovó me pergunta.

- A sogra eu não sei, mas quando ela conheceu a minha mãe só faltou carrega-la no colo. - Lucas brincou e minha avó gargalhou.

- Ande logo Maria, vá ajudar sua mãe enquanto seu namorado e eu conversamos. - Papai diz.

- Pai a gente não namora. - Dei ênfase ao não.

- Tanto faz. Vai logo. - Ele diz impaciente.

Minha mãe e minha avó me empurram pra cozinha, olho pra trás e vejo o Lucas me olhando com tristeza, rio pra ele e entro na cozinha.

Após ajudar minha mãe na cozinha e minha avó arrumar a mesa sentamos todos pra comer, Lucas correu pra poder sentar ao meu lado mas meu pai sentou do seu outro lado. Era cômico de ver a nitidez do desconforto do Lucas, os três mais velhos conversavam enquanto eu sem fome mexia com a comida de um lado pro outro no prato e o Lucas comia de cabeça baixa.

- Maria não perde a mania de brincar com a comida. - Minha mãe disse.

- Me deixa. - Respondi.

- Olha os modos. - Minha mãe me advertiu. - Acho que você não quer levar um tapa na boca na frente do seu amigo.

- Amélia! A menina não é mais criança. Se ela quisesse comer ela já teria comido. - Minha avó diz e eu sorrio.

- A Júlia costuma colocar a comida na boca da Maria. - Lucas se intromete na conversa. - Ela diz que a Maria enrola e não come.

- Gosto dessa menina! - Minha avó diz entre um sorriso.

- Eu nem acreditei quando vi que ela vai casar. Que menina de sorte né. Conquistou logo o Maurinho. Não sei por que mas gosto daquele menino. - Minha mãe disse.

- O Mauro é um cara bacana mesmo. - Lucas disse.

- Ele é aquele cacheadinho? - Vovó perguntou e eu confirmei com a cabeça. - Ele parece ser gente boa mesmo, eu não gosto muito daquele cabeçudo. Ele parece ser meio babaca.

Lucas e eu caímos na risada, Christian como sempre o menos querido. Mas a verdade é que é só questão de conhece-lo melhor pra ver que ele não é má pessoa.

~~~

- Onde o menino vai dormir? - Vovó perguntou se referindo ao Lucas. - Com a Maria?

Nesse momento meu pai pigarreia como se estivesse engasgado e nós rimos, com essa atitude o Lucas que parecia mais a vontade ficou tenso novamente.

- Não né vó. - Respondo.

- Acho melhor ele dormir na sua casa Catarina. - Papai disse a vovó. - Os outros quartos aqui em casa não estão arrumados né Amélia?

- Sim, exatamente. - Minha mãe respondeu e era nítido a mentira deles.

- Vocês são dois caretas! Eles não são vizinhos lá em São Paulo? - Vovó pergunta. - É nítido que os dois vivem mais na casa um do outro do que cada um na sua, principalmente quando namoravam.

Meu pai tem uma crise de tosse e eu balanço a cabeça em negativo, Lucas fica mais vermelho do que um pimentão e abaixa a cabeça. Vovó percebe o que disse e engancha um braço no Lucas.

- Bom eu vou ficar quieta por que se não vai piorar pra você. - Vovó cochicha com o Lucas. - Bom, tem um quarto sobrando lá em casa então o menino pode dormir lá. Você não quer ir também Maria?

- Mamãe! - Minha mãe a adverte.

- O que foi? Se eu estou convidando é por que eu vou cuidar. - Vovó responde.

- Não mas ela não vai querer né filha? - Papai me abraça de lado. - Ela ta com saudade da cama dela né meu bebê.

- Sim pai. - Reviro os olhos.

- Bom você que sabe Maria. - Vovó se ajeita. - Vamos menino?

- Va-vamos. - Lucas pega sua mala. - Boa noite e até amanhã.

- Boa noite. - Respondemos em coral.

Vi os dois saírem pela porta e então encarei meu pai de braços cruzados, ele me olhou sem entender nada.

- O que foi? - Ele perguntou.

- Pai! - o repreendo.

- O que foi? - Ele pergunta novamente.

- Nada. - Reviro os olhos.

- Você ta tão bonitinha. - Meu pai aperta minhas bochechas como fazia quando eu era criança.

- Paie! - Digo.

- Vamos levar sua mala pro seu quarto de onde você não deveria ter saído. - Ele pega minha mala do chão.

- Pai! - Exclamo outra vez.

- O que foi? - Ele pergunta se fazendo de desentendido.

Tinder - T3ddy (segunda temporada)Where stories live. Discover now