Tinder - T3ddy (segunda temporada)

New rules

Ponto de vista: Lucas

Se não bastasse aquela foto no Instagram da Maria, ainda teve vídeo no canal dela. Os dois cantando como se nada tivesse acontecido, como se ainda namorassem e nunca tivessem ido naquela viagem, como se eu nunca tivesse existido.

Me atiro no sofá e fico imaginando o que estaria acontecendo lá no Rio de Janeiro nesse exato momento, o lado bom é que pelo que o Mauro me disse a Maria estaria de volta hoje, o lado ruim é que ela voltaria cheia de ódio e rancor e não ia querer me ver.

Adormeço e quando acordo percebo que já se passava das 20 hrs, vou até a minha sacada e tento espiar o apartamento abaixo do meu, mas não ouço barulho algum. Decido ir até lá, precisávamos conversar.

Ponto de vista: Maria

Mauro ia me ajudar a gravar um vídeo, então estava esperando ele chegar quando ouço som de batidas na porta, vou pulando atender, mas minha empolgação logo se esvai quando vejo quem tá ali.

- Você não se cansa? - Pergunto ao Lucas.

- Posso entrar? - Ele pergunta.

- Não, o que você quer?

- Falar, ta bronzeada, tava bom o Rio de Janeiro? - Ele pergunta irônico e eu semicerro os olhos.

- Sinceramente? Não devo satisfação a você, mas vou falar. O Rio de Janeiro continua o mesmo mas se você quer saber, o Pedro ta maravilhoso.

- Ele sabe que você terminou com ele pra ficar comigo em Portugal? - Ele da um risinho.

- Sabe. Eu te falei Lucas, eu nunca menti pra ele. Não precisou disso, no nosso relacionamento existiu uma coisa chamada confiança. - Dou ênfase na última palavra da minha frase.

- Existiu? - Ele sorri novamente. - Quer dizer que não existe mais?

- Não tô entendendo aonde você quer chegar. - O encaro nos olhos.

- Lugar nenhum, só vim ver você. - Seu sorriso era provocador e irritante.

- Você não tem vergonha mesmo, não é? - Grito e tento fechar a porta mas ele impede e como é bem mais forte que eu consegue abrir a porta novamente. - Vai embora.

- Para de gritar. - Ele cochicha. - Quem era pra estar bravo sou eu com essa sua ida pro Rio de Janeiro e eu to calmo.

- Você é maluco não é? Por que você estaria bravo se nós não temos nada? Até onde lembro, você e eu terminamos há quase dois anos.

- Maria...

- Não tem Maria, Lucas. Vai embora por que eu preciso trabalhar e você ta me atrapalhando. - Digo com raiva.

- Tudo bem, eu vou. Mas não adianta me mandar embora por que logo logo vamos nos esbarrar no elevador. - Ele sai caminhando em direção ao elevador. - Afinal, você veio morar logo no meu prédio.

- Lucas...

- Não tem Lucas, Maria. - Ele debocha e em seguida entra no elevador.

Dou um grito abafado de ódio. Odeio a arrogância dele, odeio o fato dele sempre vir me procurar e odeio ainda mais a forma que eu fico quando ele vai embora.

O Mauro aparece e não entende nada do que aconteceu ali, provavelmente se esbarrou com o Lucas no elevador. Ele caminha até mim me olhando curioso.

- O que aconteceu aqui? - Mauro pergunta entrando dentro do meu apartamento.

- Aquele seu amigo idiota não me deixa em paz. - Bufo.

- O que ele fez?

- Veio até aqui me provocar, você acredita que ele veio jogar na minha cara que eu terminei com o Pedro por causa dele?

- Ele mentiu? - Mauro me questiona.

- Maurinho, você precisa ficar do meu lado. - Me atiro ao seu lado no sofá. - Júlia já foi?

- Já. - Ele diz entristecido e eu chego a conclusão que a Júlia já devia ter falado com ele sobre não voltar mais.

- Ela vai voltar. - O abraço e ele sorri sem graça.

- Ela quer que eu vá pra Portugal, mas você sabe que não tem como. - Ele sorri forçado.

- Tudo vai se ajeitar Maurinho. - Ele vira o rosto e me olha. - Pode ter certeza.

- Eu sei. - Ele levanta do sofá e começa a mexer na mochila que trouxe. - Trouxe a câmera. Já sabe que música você vai cantar.

- Eu tava estudando uma mas acho que vou mudar.

- Qual vai ser agora? - Ele pega a câmera e me olha.

- New rules. - Sorrio sapeca.

- Maria, você ta provocando ele. - Mauro me adverte.

- Ele que começou. - Levanto do sofá e pego meu violão. - Vamos gravar ou não?

- Você tem certeza?

- Mauro é apenas uma música, não disse que vou dedicar a ele. Se alguém se sentir ofendido a culpa não é minha.

- As vezes você é tao parecida com a Júlia. - Ele balança a cabeça em negativo.

- E você as vezes é tão chato. - Reviro os olhos