Tinder - T3ddy (segunda temporada)

Caminhada

Já estávamos de volta, Lucas no seu apartamento, Eduardo e eu no meu. Como estava muito cansado ele foi dormir e eu fiquei na sala vendo o que as pessoas estavam falando de mim, me impressionava o bom retorno que estava tendo por que eu  não esperava isso.

A campainha toca e eu vou atender, como sempre eu não achava a chave e a campainha não parava de tocar, quando eu finalmente encontro as chaves e consigo abrir a porta o Lucas pula e me abraça.

- Maria, eu to muito feliz. - Ele grita empolgado.

- Lucas fala baixo, o Eduardo ta dormindo. - Cochicho.

- O quê? - Ele grita.

- Vem cá. - Seguro sua mão e o puxo pro corredor. - Fala baixo por que o Eduardo ta dormindo.

- Ah bom. - Ele cochicha fazendo eu rir. - Eu to muito feliz.

- Mas por que?

- Aconteceu uma coisa que eu não esperava. Eu recebi um e-mail de um cara dizendo que tinha sido ele quem tinha hackeado meu canal e dizendo que ia me devolver. - Ele me abraça com força e começa a pular.

- Lucas para. - Eu peço ainda pulando. - Lucas eu to ficando tonta. - Peço outra vez. - Lucas.

- Desculpa, é que eu to muito empolgado. - Ele me solta e então vejo seus olhos brilhar.

- Eu to muito feliz por você. - Digo.

- Sério? Não parece. - Lucas me olha confuso.

- Claro que tô bobo. - Dou um tapa no seu braço. - É que o seu jeito me deixou... sei lá.

- Como assim?

- Não sei Lucas. - Olho pra baixo e minhas bochechas coram.

- O que você vai fazer agora? - Questiona.

- Acho que vou tomar banho e ir dormir. - Olho no seu rosto.

- Acho que isso pode esperar um pouco.

- Por que?

- Vamos dar uma volta, não muito longe. Só caminhar. - Ele diz um pouco sem graça.

- Lucas, tá tarde. Você já olhou o relógio?

- É rapidinho, só uma caminhada.

- Ta bom, mas tenho que estar em meia hora em casa.

- Pode ser. - Ele sorri empolgado.

Entrei no meu apartamento, peguei um casaco, meu celular e as chaves e saí, encontrei o Lucas no elevador e então descemos. O ar frio na rua fez meu corpo arrepiar, o casaco não foi o suficiente pra me esquentar, cruzei os braços e caminhei assim.

- Se eu for assaltada você vai me dar um celular novo. - Disse.

- Me diz que assaltante em plena consciência roubaria uma menina linda como você? - Ele grita e então percebe o que disse e fica sem graça. - Quer dizer...

- Ta tudo bem Lucas. - Sorrio.

Ficamos em silêncio caminhando, olhei pro céu e vi a quantidade de estrelas lá, parecia um manto escuro com pequenos pontos de luz. Desde criança sempre gostei muito do céu, a ideia dele ser sempre o mesmo por cima de todas as cabeças me deixava maravilhada e me fazia querer entender melhor sob as estrelas que estavam ali, as constelações e aquela imensidão.

Um suspiro do Lucas me tira daquele transe então abaixo a cabeça e volto com meus pensamentos à terra.

- Que estranho né, a gente viveu tanta coisa e agora parece que nós recém nos conhecemos. - Ele diz e eu sorrio.

- Acho que inconscientemente a gente tá se dando uma segunda chance. - Respondo.

- Sabe, aquilo que você disse ao Eduardo sobre sermos amigos? - Ele questiona e eu confirmo com a cabeça. - Acho uma boa.

- Eu também. - Sorrio. - A gente se apressou antes, acho que agora podemos ser amigos.

- Pelo menos por enquanto. - O olho e ele pisca pra mim, abaixo minha cabeça e ele sorri. - Agora sim você é a Maria que eu conheci a uns tempos atrás.

- Por que?

- Tímida, meiga, sensível. - Ele diz e sorrio.

Caminhamos mais um pouco até que ele para bruscamente me fazendo parar também.

- Lucas o que foi? - Pergunto assustada.

- Nada, você fica aqui paradinha um instantinho que eu ja volto. - Ele diz.

- Por que?

- Por nada, mas fica aqui. - Ele ia saindo mas volta. - Não olha ta bom? - Ele ia saindo e volta novamente.  - Acho melhor você tampar seus olhos.

Ele coloca minhas mãos na frente dos meus olhos e pede pra eu ficar ali e não olhar, ele sai correndo e eu me sinto insegura, ficar ali, de noite, com os olhos tampados. De repente alguém coloca a não na minha cintura e eu me assunto, quando ia gritar o Lucas coloca a mão na minha boca.

- Sou eu, calma. - Ele diz.

- Que susto Lucas. - Levo a mão no peito.

- Desculpa. Trouxe uma coisa pra você. - Ele diz com um sorriso sapeca. - Toma pra você. - Ele me entrega e eu olho surpresa.