Capítulo 2

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Acordei no dia de hoje me sentindo uma pilha de nervos. Ainda não tenho uma nova secretária, mas estou determinada a resolver esse problema agora. Ontem mesmo, no final do expediente, determinei ao pessoal do administrativo a entrar em contato com a agência de recrutamento para saber como anda a seleção e me informaram que tinham alguns nomes.

Como é um cargo que trabalhará diretamente comigo, sendo meu braço direito – e se bobear o esquerdo e as pernas também – decidi que a entrevista final eu mesma faria.

Agora estou chegando no meu escritório e me deparo com três jovens moças sentadas na sala de espera. Belas moças, diga-se de passagem. Provavelmente as que foram escolhidas para eu sabatinar e escolher.

Quero alguém dinâmica, que tenha responsabilidade e que não espere eu pedir para realizar um trabalho, pois, querendo ou não, sou alguém muito ocupada e não tenho tempo de ficar mandando a pessoa realizar seu trabalho, como se tivesse tratando com crianças ou adolescentes.

Entro em minha sala, jogo minha bolsa sobre a mesa e me sento. Sei que o dia será puxado, mas não posso reclamar, afinal, se tenho muito trabalho, isso significa que eu estou indo bem, não é? Caso não seja também, que se dane, é assim que encaro.

Ligo meu computador e, não demora muito, vejo a porta se abrir e Cláudio entrar sorridente.

- Bom dia sócia. - Fala se sentando à minha frente.

- Bom dia. - Respondo com pouco ânimo.

- Vi que tem um trio bem interessante lá fora, suas candidatas para nova secretária? - Pergunta rindo debochado.

- Só espero não perder meu tempo aqui.

- Sério, não sei como Amélia te aguentou por 2 anos com esse mal humor matinal. - Cláudio fala gargalhando.

Amélia era minha antiga secretária. Ela trabalhou – e muito bem – comigo por um pouco mais de 2 anos. Era uma excelente profissional e sabia lidar com meu temperamento de maravilha. Infelizmente, após se casar, ela acabou se mudando com o marido para o Canadá, onde recebeu uma proposta de emprego numa empresa de TI.

Não posso recriminá-la, afinal, ir para um país de primeiro mundo e ainda com um bom emprego não é algo que se tem todos os dias e, quando se tem, não se deve desperdiçar. Porém, agora estou nesse problema "maravilhoso", para não dizer o contrário.

- Quando vai chamá-las para entrar para a tão temida entrevista? - Ele disse fazendo voz de "pavor".

- Daqui a pouco, vou adiantar meus e-mails e já as chamo. Não quero perder meu tempo. - Respondi focada na tela do meu computador.

Cláudio ficou ali me incomodando por mais alguns minutos, quando, finalmente, me deixou em paz. Terminei de responder meus e-mails e resolvi dar prosseguimento a "entrevista" com as belas mulheres que me aguardavam na ante sala.

Chamei uma por uma, não seria nada demorado, não queria saber de seus currículos, suas qualificações, nem mesmo qual sua visão para o futuro. Só quero saber se conseguem trabalhar comigo, com minha pressão diária e se conseguiam fazer o que mando. Nada mais!

A primeira parecia assustada, mas respondeu as coisas que perguntava com propriedade. Porém, algo nela não me passava confiança, ela era um pouco evasiva e não me encarava. Dispensei ela assim que terminamos.

A segunda, altiva, inteligente, mas muito questionadora e, por alguns segundos, senti que era debochada. Uma bela mulher, um belo currículo, mas nenhuma experiência na área. Não serve para mim.

A terceira, e última, uma jovem que aparentava ser simples, parecia um pouco nervosa, mas, assim que entrou, se sentou e me encarou, olhando nos meus olhos.

Sombras do Desejo (Romance Lésbico)Where stories live. Discover now