Capítulo 12

16.5K 1K 341
                                    

Acordei com o Sol novamente nos meus olhos em plena manhã de segunda-feira, me sentindo destruída de ficar, mais uma noite, dormindo no sofá.

- Preciso dar um jeito nisso. - Falei passando as mãos no rosto e me levantando.

Como em todas as manhãs, me arrumei, acordei meu pequeno e o vesti, tomamos nossos cafés para podermos sair. A diferença dessa manhã foi meu "queridíssimo hóspede" atrás de nós feito barata tonta.

- Vai se sentar Anderson... você não pode ficar de pé. - Falei já sem paciência, enquanto ele estava atrás de mim.

- Eu não estou apoiando o pé no chão. - Respondeu me seguindo igual a um saci. - Quero saber se quer que eu faça algo para quando você voltar?

- Pelo amor de Deus... não toca em nada! - Falei levando as mãos a cabeça. - Isabel tá de folga e vai trazer seu almoço, não precisa vir para a cozinha.

- Mas...

- Não tem mas nem meio mas, Anderson... você não sabe nem fritar ovo, vai fazer o que aqui na cozinha?! Queimar tudo?! Não, obrigada! - Falei exasperada, pegando minha bolsa e a mochila de Gabriel para levá-lo para a creche. - Dá tchau para seu pai, já vamos.

Gabriel foi até Anderson, que nos olhava ainda de pé, e lhe deu um beijo na bochecha, vindo em seguida em minha direção. Peguei na mão do meu filho, fiz sinal de cabeça para meu ex e saí, pois não queria chegar atrasada no trabalho.

Não contei para vocês sobre minha ida na praia, né? Desculpem, sou esquecida e distraída demais. Então, foi maravilhoso! Meu irmão passou, como ele falou que faria, às 09:00 na minha casa para nos pegar. Aprontei tudo na noite anterior e deixei tudo certo para não haver contratempos.

Anderson, quando soube que sairia e deixaria ele sozinho em casa, fez o maior drama, dizendo que não poderia ir e ele ficar sem ninguém, pois poderia precisar de algo, etc. A verdade era bem simples: ele estava com ciúmes de eu ir e ficar de biquíni com vários marmanjos me olhando. Desde que o conheci, ele vivia dizendo que não gostava quando eu ia a praia, pois sempre tinha um cara para me olhar.

Quer saber? Problema dele, sou livre agora e desimpedida, posso ir onde quiser, quando quiser e como quiser. Não tenho que "agradar" ninguém. E também, não estava fazendo nada de mais, estaria com minha família curtindo um domingo de Sol.

Enfim... fomos a praia de São Conrado – eu queria ir para Copacabana, mas minha cunhada queria ir para essa, meu irmão dirigia, então, já sabemos quem venceu, né? - e passamos um dia maravilhoso.

Gabriel estava eufórico, não era a primeira vez que ele vinha a praia, mas toda vez que o levávamos, ele fazia uma farra tremenda. Comemos na areia, peguei um bronzeado ao lado de Vanessa, conversamos, rimos, ou seja, um domingo perfeito. Saímos de lá já eram quase 18:00. Eu sei, eu sei. Vocês devem estar se perguntando 'que tanto eles ficaram fazendo na praia?'. Gente! Vocês não estão entendendo, há mais ou menos um ano que não ia, queria aproveitar cada segundo, ainda mais agora que minha vida estava melhor que nunca. Entendem?

Mas, voltando ao momento atual, levei meu pequeno na creche e fui disparada para o trabalho. Tinha algumas coisas para arrumar para essa semana. Ainda bem que lembrei de avisar Fernanda da reunião que ela tem hoje cedo com o diretor daquela rede de calçados. Hoje ela teria um dia cheio.

Cheguei na empresa e, como sempre, fui para a minha mesa, preparar tudo para meu dia de trabalho. Organizei alguns contratos que Fernanda deveria assinar, verifiquei os e-mails, fiz o (sagrado) café que todos serravam. Já tinha virado rotina, tanto que agora o pessoal da operação trazia lanche, pó, açúcar. Eles me confidenciaram que não o faziam antes, pois tinham preguiça. Filhos da mãe.

Sombras do Desejo (Romance Lésbico)Where stories live. Discover now