A voz que me faz tirar a roupa

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Não podia ser... Eu só posso ter sido abençoado. O garoto do bar. O garoto que deixei escapar; cuja a boca ainda quero de todo o jeito sentir no meu pênis. Estava caminhando ali, próximo a mim.

Seu cabelo solto se movimenta, enquadrando o seu rosto. Por um segundo, imagino como seria os fios fazendo cócegas em meu peito, enquanto eu observo aquele ser tão bonito dormindo num domingo de madrugada, após uma boa foda.
Que pensamento horrível... Tenho que admitir que talvez não seja tão ruim quanto pareça.

Ele está vestindo uma camiseta verde escuro e tênis da mesma cor que meus olhos, vermelhos. Esse garoto deve adorar vermelho, lhe cai tão bem. Um olhar de surpresa decora a sua face quando as suas orbes me focam.

Kirishima acena com ambas as mãos, falando alto o suficiente ao meu lado e quase me deixando surdo.

— Midoriya! Bom dia. — Por algum motivo, o garoto pequeno também o deixa nervoso. Seus passos são leves, como se dançasse no piso granilite transparente da faculdade.

— Bom dia, Kirishima – Ele retribui o aceno.

— E-Esse aqui é meu melhor amigo, Katsuki Bakugou – Kirishima sorri e me dá tapinhas nas costas.

Os olhos esmeraldinos se encontram com os meus escarlates pela segunda vez, e suas bochechas ruborizam de leve quando ele se dá conta da direção que me direciono — a sua boca.

Izuku gagueja um cumprimento enrolado, e eu dou um sorriso provocativo ao encará-lo.

— Já não nos encontramos antes? —
pergunto, e ele desvia o olhar para uma das paredes.

— Acho que não... – Midoriya coça a nuca, agora fitando o chão — É o meu primeiro dia aqui. Aliás, estou atrasado. Desculpa.

Ele sorri de modo gentil e adentra a sala do lado. O professor Aizawa se despede dos colegas os quais jogava conversa fora; segurando um copo de café de praxe, entra e encosta a porta, me roubando a visão do aluno da primeira carteira de cabelos verdes e olhos lindos, os quais se esquivam até demais.

— Cara, você parecia que ia engolir o menino. Não assuste as pessoas assim! — Kirishima me tira dos devaneios, devolvendo o soco no braço.

Reviro os olhos e retruco:
— Não fode, caralho.

De repente, a aparição de uma ideia me faz morder o lábio inferior. Olho para meu amigo com superioridade, expondo o pensamento genial:

— Sobre o trabalho, quer bater uma aposta?

Kirishima ergue as sobrancelhas em sinal de confusão.

— Qual é?

— Na próxima aula, eu vou fazer ele chupar a minha língua — Aponto para a porta branca — Se eu não conseguir, você não precisa me pagar. Agora se eu conseguir, você vai me dar o dobro do que eu pedi no trabalho. Agora vai, vamos estudar.

A aula nunca demorou tanto para passar.

O professor torino, como gostava de ser chamado, estava passando formas mais fáceis de se perder valores calóricos e nisso, o novo aluno pode me ajudar.

Na verdade, eu não estava prestando muita atenção, estava ocupado demais batucando minha caneta na carteira enquanto deixava ser levado pela minha imaginação.

Sou um garoto mau, muito mau... Será que Midoriya irá me castigar se eu lhe contar o quanto sou mau?

Algumas explicações a mais sobre nutrição e o professor encerra a aula. Olho pra Eijirio, e ele retribuiu, apreensivo — ele sabe que eu sempre consigo o que eu quero. E eu o quero agora.

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