Antes de casar, leia a bula.

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Cinco semanas antes

— Bom, caramba, parece que fechamos um negócio!

O cara que está com um chapéu de caubói, assinando uma pilha de papéis, do outro lado da mesa de conferências? Aquele é o senhor Snipe. E a versão mais jovem com chapéu preto, sentado ao lado dele? Aquele é seu filho, Tetsutetsu — Eu sei, isso soa como se você estivesse um batuque de funk.

Fazendeiros. São donos da maior fazenda de gados na América do Norte, acabaram de adquirir o desenvolvedor de músculos para gados e, também um treinamento para novos peões. Mas você deve estar se perguntando por que dois empresários ricos viriam até o outro lado do país para expandir seu império? Porque eles querem o melhor. E eu sou a melhor. Ou será que eu deveria dizer nós?

Katsuki pega o documento final dele:

— Com certeza, Snipe. Se eu fosse você, eu começaria a procurar por iate para viagens de negócios. Quando os relatórios de lucro saírem, seu conselheiro fiscal vai querer algo grande para poder detalhar.

Katsuki e Midoriya. A dupla dos sonhos da Evans. Masaru Katsuki, pai do Katsuki, realmente sabia o que estava fazendo ao nos colocar juntos. Esse é um fato do qual ele, orgulhosamente, adora nos lembrar. Dizem que ele sempre soube que eu e Katsuki seríamos um time imbatível, não ser que nos matássemos antes. Aparentemente, isso era um risco que ele estava disposto a enfrentar. Claro que ele não esperava que terminássemos como estamos atualmente, mas... ele também se vangloria disso. Está começando perceber a quem o Katsuki puxou, não é?

Kirishima entra com os casacos de nossos clientes. Ele faz contato visual com Katsuki e tamborila seu relógio.

Ele acena discretamente.

O Snipe nos convida para uma cervejada. Apesar de ele ter quase setenta anos, tem a energia de um cara de vinte. Também acho que deve ter algumas histórias de rodeios escondidas debaixo da manga. Abro a boca para aceitar o convite, mas Katsuki me corta.

— Adoraríamos, mas infelizmente Izuku e eu já tínhamos agendado um compromisso. Tem um carro lá embaixo esperando para levá-los aos melhores estabelecimentos da cidade. Aproveitem. claro que tudo será por nossa conta.

Eles se levantam e Snipe tira seu chapéu para Katsuki:

— Isso é bem legal da sua parte, filho.

— O prazer é nosso. — Katsuki diz, rápido como sempre.

Enquanto vamos até a porta, Tetsutetsu vira para mim e me entrega seu cartão:

— Foi um prazer trabalhar com você, senhor Midoriya. Na próxima vez que estiver lá na minha cidadezinha, terei o prazer de levá-lo para conhecer tudo. Acho que você iria adorar o Texas. Talvez você até decida ficar e criar algumas raízes por lá.

Sim, ele está dando em cima de mim. Talvez você ache isso vulgar. E também acharia isso há dois anos. Mas, como Katsuki me disse naquela época, isso acontece o tempo todo. Empresários são astutos, convencidos. Eles meio que precisam ser. Essa é uma das razões de este ramo ter a terceira maior taxa de infidelidade, logo depois dos caminhoneiros e dos policiais. As longas horas de trabalho e as viagens constantes fazem com que encontros sejam inevitáveis. Uma conclusão
antiga. Foi assim que eu e Katsuki começamos, lembra?

Mas Tetsutetsu não é como os outros idiotas que fizeram propostas para mim. Ele parece honesto. Gentil. Então, sorrio e estendo a mão para pegar seu cartão apenas como forma de respeito. Mas a mão de Katsuki é mais rápida do que a minha.

— Adoraríamos. Não pegamos muito trabalho no sul, mas na próxima vez que pegarmos, nós vamos aceitar seu convite.

Ele está tentando ser profissional, impassível. Mas sua mandíbula está tensa. Lógico que ele está sorrindo, mas você já assistiu aquele filme; anaconda? Bom, as cobras também brigam entre si e mostram bem os dentes. Elas sorriem também, eu acho.

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