PART 1 - Bakubabacão, se prepare para uma lição.

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Gays andam por uma linha tênue.

Pocs.

Vagabundos.

bixa facil.

marmitinha.

certinho-pra-casar.

Padrão-másculo-bombado-queseachamelhorquetodomundo...

Definir quem você é para o mundo é um constante ato de equilíbrio. É exaustivo. Mas, para algumas pessoas, há uma saída. Uma desculpa para dizer que realmente se passa na cabeça delas, algo que faz com que elas perdoem, mesmo sabendo que não deveriam, e realizem todas aquelas fantasias pervertidas — sem ter nenhum arrependimento. Álcool. Ele pode te dar coragem para falar safadezas e permitir que você vá embora com o barman ursão. Agir como um veado saltitante ou talvez arriscar beijar o seu amigo gay, não sei, você também pode ser um hetero-não-tão-hétero, chame como quiser. É o álibi. A matéria de capa bombante. Não era você mesmo. A culpa é toda da bebida.

Infelizmente, meu organismo tolera muito bem o álcool. É uma droga ser eu. Durante todos os anos em que ficamos juntos, Shinsou nunca conseguiu beber mais do que eu. Nem uma vez. Talvez porque eu comecei a beber cedo demais. Talvez eu tenha nascido desse jeito. De qualquer modo, para que eu fique alto, é preciso beber muito e, caso e queira ficar bêbado, tenho que encher a cara ainda mais. É por isso que, antigamente, eu preferia maconha. Muito mais eficaz.

Isso mesmo, você entendeu certinho. Midoriya Izuku: maconheiro.

Eu e Bob? Poderíamos ter sido melhores amigos.

A coragem que a maconha dá foi o que me fez ser valente o bastante para fazer uma tatuagem. Mas, infelizmente, aqueles dias já eram. Quando comecei a faculdade de fisioterapia, percebi que as consequências de ser pego com uma substância controlada eram muito extremas por isso que agora fico apenas com drogas legais. De preferência, vinho. Katsuki e eu bebemos toda noite para espairecer. Uma vez por semana, fazemos algo parecido com um encontro, uma noite especial. Cozinhamos juntos. Katsuki adora coisas apimentadas. Bebemos e conversamos e bebemos umpouco mais. Nesta noite, a gente acabou bebendo um pouco além do normal. Então, apesar de eu não estar literalmente bêbado, meu corpo está soltinho. Relaxado. Igual às minhas inibições.

Consegui prender sua atenção? Excelente. Senhoras e senhores, abram uma janela, pois vai começar a ficar quente por aqui.

Estamos deitados. Estou de costas. Katsuki está entre as minhas pernas. Na verdade, é o seu rosto que está.

— Adoro sua bunda.

Gemo e ele reforça suas palavras com ações. Ele ama ações. Ações molhadas e admiráveis.

— Porra, eu podia viver aqui embaixo.

Ele se recompõe e, antes que você consiga dizer "Me espanque com um chicote", estou puxando seu cabelo e gritando seu nome. Algum tempo depois, ele sorri com orgulho e se arrasta pelo meu corpo. Meus membros estão preguiçosos por causa do vinho e, claro, do orgasmo. Ao redor, há um mormaço agradável, uma névoa de torpor, como se estivéssemos em um sonho. Logo, estamos nos beijando. E o calor se espalha por todo o meu corpo como uma corrente elétrica, me atiçando novamente. Fazendo com que eu sinta como isso é verdadeiro. Arranco minha boca da dele e, com o álcool me dando coragem, sussurro:

— Katsuki... Katsuki, quero tentar algo.— Isso prende sua atenção.

— O que você quer tentar?
Sua boca desliza sobre meu mamilo. Sorrio e mordo o lábio. — Algo novo.

Ele levanta a cabeça. Suas pálpebras estão adoravelmente pesadas.

— Adoro coisa nova.

Rio e o afasto de mim, depois levanto e vou até a cômoda, batendo no criado-mudo no meio do caminho. — Com licença. Abro a primeira gaveta e tiro dois pares de algemas.

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