Eu te odeio.

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— Sou eu quem vai falar — eu o aviso com firmeza. Tendo seus olhos sobre mim.

— Não, de jeito nenhum!

— Izuku...

— Essas são minhas ideias e sou eu quem vai apresentá-las! Você não vai rouba-las de mim.

Ele deve estar tentando me enlouquecer de propósito. Ele está tentando fazer com que eu perca a cabeça. Deve estar torcendo para que eu me jogue da janela, só para ter o All might só para si.

Bem, seu esqueminha maquiavélico não vai funcionar. Vou me manter calmo. Vou contar até dez. Não vou deixar esse brócolis me abalar.

— All might — Eu digo – é um empresário antiquado. Você mesmo acabou de dizer. Ele vai querer conversar com outro empresário, não com alguém que ele vê como um secretário de sorte delicado e — Nesta hora o fito de cima a baixo — Baixinho.

— Este é o comentário mais preconceituoso que já ouvi. Você é nojento!

A calmaria desaparece rapidamente.

— Não disse que eu penso desse modo, disse que ele pensa assim! Inferno!

E é verdade. Não me importo o que você está levando em suas calças ou em que time você joga. Um pau, uma boceta, ou ambos – para mim é tudo igual. Contanto que você faça seu trabalho direito, é isso o que importa. No entanto, Izuku parece determinado em pensar o pior de mim.

Passo minhas mãos pelos cabelos para me livrar um pouco da frustração que me faz querer sacudi-lo.

— Olha, é assim que as coisas funcionam. Tentar fingir que alguns estereótipos não existem, não vai fazer com que eles sumam. Temos uma chance maior em conseguir o All might se você me deixar falar.

— Eu disse não! Não me importo com o que você pensa. Com certeza, não!

— Caramba, você é tão teimoso. Parece uma mula irritada na menopausa!

— Eu sou teimoso! Eu sou teimoso? Bem, talvez eu não precisasse ser assim se você não fosse o maníaco-por-controle!

Ele está certo sobre a coisa do controle. Mas o que posso dizer? Gosto das coisas feitas do jeito certo — Do meu jeito. Não vou me desculpar por isso, ainda mais para o Senhor Certinho.

— Pelo menos eu sei o momento certo de ceder, ao contrário de você. Você anda por aí como um perfeccionista tenso sob efeito de cafeina!

Neste momento, ambos estamos em pé, a menos de um passo um do outro, nos encarando. Sou muito mais alto, mas ele não parece se intimidar com isso.

Ele me cutuca no peito quando argumenta.

— Você nem me conhece. Não sou tenso! Nem um pouco. 

— Ah, por favor. Nunca vi uma pessoa precisar transar tanto como você. Não sei o que essa vida de solteirinho está fazendo contigo, mas te digo, está te fazendo muito mal.

Sua boca se abre, formando um grande O, diante do meu insulto contra seu status. De canto de olho, vejo sua mão vindo em minha direção, pronta para me dar um tapa no rosto.

Não é a primeira vez que ele tenta me dar um tapa. Isso não te surpreende, certo?

Agindo como um profissional, seguro seu pulso antes que ele toque minha bochecha e abaixo seu braço.

— Caramba, Izuku, pra um garoto que diz não querer trepar comigo, você está com muita vontade de ter algum contato físico.

Ele levanta a outra mão para tentar me bater pelo outro lado, mas eu o bloqueio de novo e agora estou prendendo suas duas mãos em seus quadris. Eu sorrio maliciosamente.

— Precisa melhorar, querido, se você quiser um pedaço meu.

— Eu te odeio! — ele grita para mim.

— Eu te odeio mais! — eu rebato.

Reconheço que esta não foi minha melhor resposta, mas foi o melhor que consegui fazer nas atuais circunstâncias.

— Ótimo!

É a última palavra que ele diz.

Antes da minha boca se encostar na dele.

E nossos lábios se chocarem.

Já beijei centenas de garotas e garotos. Não, na verdade, foram milhares. — Mais mulheres, claro. Eu sou homem, você sabe como é... —  Só me lembro de algumas delas. Mas este beijo? Este eu não vou esquecer tão cedo.

Ele tem gosto de... minha nossa, nunca usei drogas, mas imagino que, quando se usa cocaína ou se injeta heroína pela primeira vez, o gosto deve ser o mesmo. Muito viciante.

Nossos lábios se chocam e se separam, cheios de raiva e molhados.

Não consigo parar de toca-lo. Minhas mãos estão em todos os lugares: em seu rosto, em seu cabelo, pelas suas costas, pegando em seus quadris. Puxando-o para mais perto, com muita vontade de sentir mais partes dele – querendo que ele sinta o que está me provocando.

Precisando de ar, arranco minha boca da dele e ataco seu pescoço. Eu me alimento dele, como um homem faminto. E é exatamente como me sinto —  esfomeado. Eu inalo na mesma hora em que lambo, chupo e mordo todo o trajeto do seu queixo até a orelha.

Ele está resmungando de modo incoerente, mas compreendo. O som de sua voz, selvagem e sensual, me faz gemer. E seu perfume. Deus do céu, ele tem cheiro de... flores e açúcar. Como uma daquelas rosas de confeito no topo de um bolo.

Muito delicioso!

E suas mãos também não ficam à toa. Ele agarra meus bíceps, e o calor de suas mãos entra em minha camisa. Arranha minhas costas com as unhas, passa os dedos por baixo da minha calça, primeiro tocando levemente minha bunda e depois a apertando. Estou morrendo. Estou queimando. Meu sangue está como a porra de uma chama e sinto como se fôssemos virar fumaça antes de irmos para o sofá. Izuku ofega quando eu envolvo sua orelha em minha boca e deslizo minha língua por ela.

— Katsuki? Katsuki, O que estamos fazendo?

— Não sei — eu gemo com uma voz rude — apenas... não pare de me tocar.

Ele não para.

Estou de volta à sua boca. Mergulho minha língua na dele, deslizando-a do mesmo modo que estou morrendo de vontade de fazer com o meu pau em seu corpo úmido e receptivo. Sinto seu quadril encostar-se ao meu. E o que restou de sangue em meu corpo desce, deixando meu pau mais duro do que nunca.

Semanas de desejo e frustração estão transcorrendo por mim. Já escovei meus dentes com Colgate por muito tempo – e detestava o gosto.

—Você tem noção do quanto quero isso? Do quanto quero você? Izuku... sonhei com isso... implorei por isso. Você me deixa... ah, não consigo... me cansar de você. Eu quero te comer.

Obsessed Where stories live. Discover now