Fala sério! Aqui?

9K 834 656
                                    

Não tenho dormido bem durante as noites, tenho sonhado bastante. A faculdade vem ocupando metade do meu tempo. As 7h da manhã na sala, As 2h no trabalho. Meu pai é dono de uma franquia de academias — as mais caras e conceituadas da região. Vem deste motivo o meu gosto por educação física.

Estaciono a moto na entrada do prédio, descendo e jogando a bolsa nas costas. Adentro as portas de vidro que se abrem quando passo.

Kirishima é um dos professores auxiliares. Ele está rindo com Iida, o garoto da organização dos períodos.

— Qualé, Katsuki. — Kirishima sorri, acenando com as mãos sobre a cabeça. -

— O que estão fazendo aqui no corredor? — Olho para o lado.

Espera a porra de um minuto.

Já vi essa bunda antes.

Não pode ser.

Ele se vira.

Porra.

Ele me olha e me dá sua mão:

– Senhor Bakugou.

Sinto minha boca se abrir e fechar, mas nenhuma palavra sai. O choque em vê-lo — aqui dentre todos os lugares no mundo — deve ter congelado por um momento a parte do meu cérebro que controla a fala.

— O que está fazendo aqui? — Digo, sentindo os cinco dedos latejando no meu rosto da sexta passada.

— E-eu — ele gagueja. Meu pai surge por de trás, segurando os ombros do garoto de olhos verdes.

— filho, seja educado. Midoriya é nosso novo professor auxiliar, o currículo dele é ótimo. Ele vai ficar nas preparações físicas. — ótimo, onde eu passo a maior parte do tempo.

O fuzilo com os olhos. Neste momento dois pensamentos me invadem.

Deus me odeia. O segundo: tenho sido um menino mau, muito mau durante toda minha vida, e esta é minha punição.

Entre esbarrões na escada, prensadas contra a pequena porta de acesso de funcionários e algumas encouchadas mentais que eu lhe dava. Sobrevivi a primeira semana. Sem uma palavra trocado entre nós.

(...)

Segunda-feira de manhã, meu pai me chama em sua sala.

— Sente-se, filho. Tem algo que eu gostaria de conversar.

Meu pai costuma me chamar aqui para falar sobre coisas que ele ainda não está pronto para compartilhar com todo mundo.

— Acabei de falar com All might no telefone. Ele está querendo um tratamento. Está vindo para a cidade no próximo mês para analisar seu corpo, você sabe, ele tem envelhecido bastante. Ele quer ver qual academia da região tem a melhor proposta para cuidar dele e do seu elenco.

All migh é um ator popular da mídia — é o tipo de homem que faz com que endeavor, o astro das novelas das 9, pareça um pobre coitado. Tem um lenço? Acho que estou chorando.

— Mês que vem? Caramba. Está bem, posso resolver isso.

Sinto a agitação pulsar em minhas veias. Deve ser como um leão se sente após alguém jogar um grande balde de carne fresca. Adrenalina.

— Katsuki... — interrompe meu pai, mas minha mente está cheia de ideias surgindo para escutá-lo.

— Alguma ideia do que ele procura? Porque as possibilidades são infinitas.

— Filho... — meu pai tenta, mais uma vez.

— As estações de TV a cabo são minas de ouro. Mídia social está na merda agora, então poderíamos fazer um marketing da academia por cima disso. o que você você acha, coroa?

Obsessed Where stories live. Discover now