Cap 3

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Não me responsabilizo por tais reações que virão, após o fechamento desse capítulo 3. haha 🤭. Boa leitura ❤️

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Minha visão do passado:.

Quando se trata de expressão, geralmente, palavras são usadas com relação a finalidade, entretanto, nem sempre elas são as que dizem mais.
Gestos, toques na alma, e olhares são capazes de colocar para fora qualquer sentimento que esteja queimando por dentro. Eu não tenho certeza do que sinto quando vejo Paulo Gustavo, na verdade, se tem algo que eu não tenho nessa vida, é certeza. Em um mundo cercado de interrogações, buscar certezas é dar um tiro no escuro.

Meu tio sempre me disse que somos donos dos nossos atos, mas não dos nossos sentimentos. Somos culpados pelo que fazemos, mas não pelo que sentimos. Podemos prometer atos, mas não sentimentos. Atos são pássaros em gaiola, e sentimentos são pássaros em vôo.

Até aquele momento eu não havia pensado em uma descrição para a cor dos olhos de Paulo. Ele possui um olhar intimidador, mas não no sentido de impor algo ou colocar pressão. É um olhar forte, mas ao mesmo tempo tão singelo.

Sai dos meus devaneios e sorrir de volta para ele, naquele dia em que ele sorriu para mim no corredor. Continuei meu caminho, ao lado da minha amiga. Que segundos depois me para no corredor e me faz olhar para ela.

- Meu Deus Thales, eu não creio que você recebeu um sorriso daqueles e não falou nada! Menino, faz tempo que tu tá secando o Paulo. Por que não vai logo falar com ele bicha?

Arregalo os olhos e olho para os lados. Imagina só a vergonha que seria alguém ouvir aquilo e espalhar? Seria horrível.

- Ele é do terceiro ano, e é maior de idade! Você acha mesmo que ele vai se envolver com um "pirralho", como eles nos chamam? Claro que não!

Respondo e ponho as mãos no bolso da calça. Procuro Paulo com o olhar e o vejo juntos de mais três pessoas, os garotos que formavam o grupinho dele. Bando de idiotas, que se acham superiores por serem de uma série mais avançada que as outras. Eles nem sequer se davam o trabalho de parar para pensar que já estiveram nos nossos lugares.

- Se você não for falar com ele, eu vou! De quebra ainda puxo papo com o meu crush. Vai, Thales! Eu vou contigo macho!

Ergo uma sobrancelha e encaro a mesma, enquanto ela fazia uma carinha fofa. Trapaceira, utilizando um golpe baixo como esse é sacanagem.

- Tudo bem... Vamos lá!

Digo por fim, e ela comemora do jeito discreto dela. Respiro fundo e ajeito meu cabelo, e em seguida vamos até eles.
Quando olhei pare Paulo, um sorriso tomou contorno dos meus lábios, minha pulsação acelerou, minhas mãos começaram a soar e um frio na barriga surgiu.

- Oi... Tudo bem, Paulo? Me chamo Thales.

Sorrio minimamente e estendo a mão para cumprimentar o mesmo. Seus amigos começam a rir e ele faz o mesmo, dando em seguida uma resposta um tanto ignorante. Ponho as mãos no bolso novamente, mas tento de novo.

- Então... Queria saber se você quer ir no cinema comigo?!

Pergunto, após criar coragem. Sempre fui bem tímido, já por medo de passar vergonha, ou falarem algo do contra para mim. E a resposta dele só me fez ter certeza que eu não deveria ter nem me aproximado. Nunca pensei que ele chegasse ao ponto de ser tão babaca, por está perto dos amigos.

Sinto meus olhos começarem a marejar, e meu nariz formigar. Me viro e saio dali imediatamente. Pego minha mochila e vou até a diretoria, minha amiga veio atrás de mim, e eu realmente precisava dela. Depois de enganar a diretora, dizendo que estava passando mal, conseguimos sair, já que a mais velha pediu que minha amiga me acompanhasse.
Saímos da escola e fomos diretamente para minha casa. Como meus pais estavam trabalhando, e minha irmã estava na casa do namorado, podíamos conversar a sós.

- Não fica assim, você não tem culpa que ele tenha agido daquele modo. Você sabe o quanto os meninos conseguem ser babacas na companhia dos amigos. Com exceção de você, claro.

Ela sorrir, e eu sorrio de canto. Aquela frase: tem que rir, pra não chorar, fazia todo sentido naquele momento.
E assim ficamos a tarde toda, assistindo, comendo besteiras, jogando conversa fora e rindo.

Já pela noite, meus pais não pareceram surpresos ao nos encontrar esparramados em minha cama, cercado de recipientes de comidas, notebook e celulares. Talvez eles achassem que temos algum tipo de relação, ou namoro. Tadinhos.

[...] No outro dia:

No outro dia, acordei 7 de manhã e levantei da cama, fui até o banheiro, tomei banho e fiz minhas higienes. Quando já estava totalmente pronto, e ia ajeitar a mochila, Bia chega e me abraça por trás. Sorrio automaticamente.

- Veio ver o bebê?

"- Que bebê?"

- Eu ué!

Ela revira os olhos e logo gargalhamos. Pego a mochila e em seguida seguro em sua mão, para saímos. Ao passarmos por meus pais, ambos sorriram ao me ver de mão dada com Bia, enquanto minha irmã se acabava de rir internamente. Nos despedimos deles e logo saímos.

Ao chegarmos na escola, meu olhar logo procurou por Paulo, e o encontra. Reviro os olhos e adentro na escola, junto a menor. Seguimos até nossa sala e em minutos o sinal toca, fazendo assim todos os outros adentraram na sala, inclusive a professora.

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