Cap 24

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Paulo pov:

Tava tudo muito bom pra ser verdade, olhei pro rapaz quando chegou falando o nome de Thales, olhei pro loirinho na minha frente, sorri fraco e fixei o olhar no chão do local, eu havia entendido, assim que ambos saíram dali, surgiu lágrimas em meus olhos.

- Sou uma besta mesmo!

Tirei o carregador da tomada, botei no bolso, paguei minha conta no bar. Fui pra fora da festa, caminhei um pouco e me escorei na parede, vi um casal gay se beijando na minha frente. Algo que tava longe de acontecer entre eu e Thales. Ele tava em outra. Nosso "nós" não era pra ser. Deslizo pela parede e me sento no chão. Disse baixinho

- Que bom que ta feliz, espero que a pessoa com quem esteja te faça bem!

Limpei meu rosto e levantei indo pra casa. Ao chegar lá, tomei banho, deitei na cama todo encolhidinho, tipo numa posição fetal. Precisava seguir sem ele. Respiro fundo. Quando eu estava deitado, vi um cartaozinho no chão perto da minha roupa que havia ido pra festa. Levantei e peguei o mesmo. Ao olhar era dele, sorri fraco, hoje o meu menino era um homem, médico dermatologista. Peguei meu celular, salvei e abrir a conversa, fui na foto do seu perfil e fiquei admirando. Decido não mandar mensagem vai que seu marido, namorado ou sei lá o que pegasse, não ia incomodar o relacionamento dele.

[...]

No outro dia lá estava eu em mais uma gravação fazendo as pessoas quase chorarem de rir, ao acabar chamo Marquinhos e a gente conversa por horas sobre aquilo que havia ocorrido. Sinto alguém chegar por trás e me abraçar. Marcus fala

- Ah não Paulo Gustavo, ficar de vela não dá. Se cuidem garotos!

Ele levanta e sai dali. Olho pra trás e vejo que era Eduardo, sorri fraco, o mesmo me abraça e saímos dali. Formos tomar sorvete e conversar, contei pra ele o que tava acontecendo, afinal éramos amigos apesar de tudo. Não sou do tipo de pessoa que guarda rancor, então já tava de bem com ele. Era impossível falar sobre Thales, mais precisamente ontem, e não chorar, mas logo passei a mão no meu rosto limpando as lágrimas, precisava por na cabeça que ele tinha partido pra outra e tava bem. E a felicidade dele era o mais importante ali.

Agora eu tinha o amor como um ser malvado, que só fazia sofrer, talvez fosse esse o meu destino, sofrer por um amor impossível.

Eduardo tenta me consolar com algumas palavras, mas foi em vão. Peguei meu celular, botei novamente no whatsapp e fiquei olhando a foto dele. Abaixei a cabeça na mesa.

- Por que somente assim que posso te namorar? Somente de longe, por foto agora.

Começou a tocar a música das meninas que fui ver o show com Samy. Aquela música parecia ter sido feita pra aquele momento

Eu poderia acordar sem teu olhar de sono
Sem teu lábio que é dono
Mas eu não quero
Eu não quero

Eu poderia encantar qualquer outro par de ouvidos
Não te ter mais aqui comigo
Mas eu não quero não
Eu não quero

Poderia imaginar
Ou até acostumar
O meu querer
Noutro lugar
Tanta coisa em que aqui cabe um sim
Mas não

Porque eu te amo
E não consigo me ver sem ser o teu amor por anos
Não é acaso, é só amor
Não existe engano
Que me carregue pra longe
Que te faça outros planos, meu bem
Teu cheiro só tu tem
Tua boca só tu tem
Me tem

Eu poderia não viver tuas primeiras rugas
Nem estar aqui pra adivinhar a tua memória em fuga
Mas eu não quero
Eu não quero
Eu poderia não lidar
Eu poderia nem ligar
Mas não, não, não
Eu não quero não

Poderia imaginar
Ou até acostumar
O meu querer
Noutro lugar
Tanta coisa em que aqui cabe um sim
Mas não

Porque eu te amo
E não consigo me ver sem ser o teu amor por anos
Não é acaso, é só amor
Não existe engano
Que me carregue pra longe
Que te faça outros planos, meu bem
Teu cheiro só tu tem
Tua boca só tu tem

Tanta cara
Tanta esquina
Tanto fogo
Tanta fome
Tanta rima
É tanta coisa que nem sei onde vai dar
Tanto que eu posso imaginar
Tanta falta
Tanta fome
Tanta pressa
Tanta, tanta, tanta
Tanta coisa em que aqui cabe um sim, mas não

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