Cap 38

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Thales pov:

Dizem que o álcool esteriliza, não é? E eu queria me limpar dele. Como não havia conseguido antes. E como possivelmente não conseguiria de novo, afinal de contas, não havia como apagar a tatuagem de suas digitais em cada cédula do meu corpo, não teria como tirá-lo assim de mim. E me doía pensar que eu era apenas uma peça a ser substituída. Outra vez.

Saio dos meus devaneios e tomo outro gole de bebida alcoólica, e peço mais uma pro garçom, e assim que ele me entregou, bebi e paguei tudo que consumi, e levantei, indo na direção do meu carro.

É tão simples ser feliz, porque complicamos tanto? Porque deixamos de nos alegrar pelo muito que temos para nos entristecer pelo pouco que nos falta? Ser feliz é reconhecer que, apesar das dificuldades da vida, vale a pena viver. É deixar de se sentir vítima dos problemas e passar a procurar maneiras de soluciona-lo. A felicidade não é como muitos pensam, complexa e nem difícil de encontrar. Pelo contrário ela é simples e está nas menores coisas, como em um botão que começa a brotar, em um pássaro que aprende a voar, no choro do recém nascido, no amanhecer e no crepúsculo de um dia. Em cada mínimo ato de amor e consideração, no tudo.

Sinto meus olhos marejarem e acelero mais o carro, quando viro na esquina que dava em direção ao apartamento de Paulo, respiro fundo e sigo.

Ao chegar, estaciono, retiro o cinto e saio do carro, fecho a porta e travo, para só então ir até o elevador. Clico no botão do andar e quando chega, vou até a porta dele e toco a campainha.

Assim que a porta se abre, o ar foge dos meus pulmões e encaro os olhos dele.

Paulo pov:

Fui atender resmungando, já que o porteiro não interfonou. Ao abrir a porta sinto um friozinho na barriga

- E...Entra?!

Sorri fraco, assim que o mesmo entrou pedi pra que sentasse

- Me avisava, eu teria feito algo pra gente comer ou tomar, talvez.

Quando ele passou por mim pude notar pelo seu cheiro que o mesmo havia bebido, balancei a cabeça negativamente em descrença.

Thales pov:

Olho ao redor e observo os quadros, no qual também tinha foto dele e do elenco do 220 volts. Se um dia eu batesse de frente com o Eduardo, não hesitaria em sair no soco com ele. Maldito.

- Sem cerimônias, Paulo Gustavo!

Ponho as mãos dentro dos bolso do casaco e me viro, lhe encarando.

- Você disse que queria conversar, e aqui estou!

Ergo uma das sobrancelhas.

- Seja direto, minha cabeça tá a mil com o fato de não ter te encontrado antes para resolver o inacabado!

Paulo pov:

Ergui uma sobrancelha, peguei na sua mão e sentei de frente pro mesmo pra conversarmos

- Eduardo armou tudo aquilo, ele quer fama a minha custa, ele quer mídia, ele me quer e eu não quero ele, entende? Ele tenta a todo custo algo que já acabou a tempos. Eu tentei falar contigo você me ignorou, eu publiquei o que tinha ocorrido verdadeiramente nos stories, posso te mostrar pelos arquivos se quiser ver. Depois de um tempo eu tinha cansado sabe? Cansado de correr atrás de você e não obter resposta alguma! Depois que soube do teu namoro foi somente um gás pra ir embora sabe? Foi bom. Pensei bastante. Tentei te esquecer não vou negar, mas é impossível, desculpa.

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