Cap 48

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Thales pov:

Tomo meu banho, troco de roupa, arrumo o cabelo, ponho creme, protetor e perfume. Em seguida pego a chave do carro, relógio, anéis, carteira, celular e saio de casa. No caminho do aeroporto, olho o whatsapp e nada de mensagem de Paulo, respiro fundo e resolvo eu mandar mensagem logo.

Amor :

Então... ia falar pra você antes, mas acabei esquecendo, e quando lembrei, me dei conta de certas coisas... e deixei.
Bom, sabe aquele garoto que você cismou na nossa viagem? O Henrique! Pois então... Ele é primo distante do meu melhor amigo, e ele não conhece muito do Leblon, então Ricky pediu que eu fosse buscar ele, e que o ajudasse a encontrar um hotel. Acabei oferecendo pra ele ficar no meu apartamento, e também ir busca-lo. Ele vai dormir na minha casa por uns 3 dias só, até o Ricky voltar. E bom... é isto.

Mando e respiro fundo. Teria que me preparar pro surto e brigas com meu namorado, ou um gelo daqueles de uma semana no mínimo.
Saio dos meus devaneios e acelero o carro.

[...]

- Cara, sério, quanto tempo hein!

Damos risada de sua ironia.

- Obrigado por me deixar ficar no seu apartamento, de verdade. Porque dependendo do meu primo, ele me deixaria dormindo na rua, mas não voltaria dessa viagem com o macho dele.

Sorrio e respondo um "por nada", dando risada.
No caminho conversamos do motivo da vinda dele, e também de projetor em comum que temos. Descobri nisso tudo que ele havia nascido em BH, que ele iria trabalhar em medicina, que amava pão de queijo e mel, e que ele tinha se mudado pra fora quando perdeu seu irmão em um acidente de ônibus, a caminho de uma viagem.

[...]

Definitivamente andar com Henrique era pior que andar com minha irmã. Ele virava pra um lugar e queria entrar. E as surtadas com as promoções? misericórdia.
Certo que eu tinha essa reação nas livrarias, mas é diferente.

É diferente sim, cala a boca, que eu to certo e acabou.

- Henrique, eu não aguento mais mover um passo! Eu vou pro carro, quando você terminar, você me avisa e me encontra no estacionamento.

Digo já saindo.

- Espera Thalim... eu só vou pagar esse daqui, e a gente vai!

Paro, me viro e cruzo os braços esperando. E realmente saímos quando ele pagou e pegou a sacola. Fomos em direção ao meu carro, entramos, colocamos o cinto e eu imediatamente dei partida. No caminho, acabei parando de novo para que Henrique fosse comprar mais coisas. Enquanto olhava ao redor, pude notar uma criancinha ali perto, olhando ao redor, com a expressão confusa. E logo meu olhar foi de encontro a um homem de barba e postura suspeita se aproximando do menor.

Ele fala alguma coisa pro garotinho, que aparentava ter uns 6 anos. Hesito, mas assim que noto o garoto querer fugir dele, e ele o puxar, vou imediatamente até eles.

- Ei, solte o garoto! O que pensa que tá fazendo com o meu sobrinho?

Ela solta a mão do garoto imediatamente, que parecia tão confuso quanto ele.

- Ele estava sozinho, iria levá-lo pra delegacia. Eu só tinha boas intenções!

Ergo a sobrancelha e pego o menor nos braços.

- De boas intenções o inferno tá cheio!

Retruco e me viro, saindo dali com o garoto. Vou até o meu carro com ele, e o ponho no carro, e entro junto.

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