A primeira vez

| Capítulo 13 |

Estou aqui parada com o bilhete de Nicolas em minhas mãos, tentando entender todas as sensações que percorrem meu corpo, arrepio na espinha, medo e alegria. Meu coração está batendo descompassado e um sorriso de orelha a orelha da forma às minhas bochechas redondas e rosadas.

- Sim! - digo percebendo que todos me olham sem entender nada, então retiro o pequeno anel da rosa e o coloco em meu dedo fazendo questão de mostrar a todos.

- Ai minha gorduxa, até que enfim alguém desencalhou. - Karol diz e eu dou um tapa em seu braço como se fosse só eu a encalhada aqui né, embora ela só esteja solteira por opção mesmo.

- Minha filha estou tão feliz por você, eu e seu pai aprovamos esse namoro. Minha menina cresceu.

- Ah mãe não chore se não eu irei chorar também. - digo enquanto pego o buquê e separando em pequenos ramalhetes para espalhar pela casa, enquanto minha amiga sobe as escadas correndo para fazer sei lá o que.

Coloco um buquê na sala, um no balcão da cozinha, no escritório do meu pai, um no banheiro e outro no meu pequeno criado ao lado da cama. Sempre amei flores, mas nunca havia ganhado um buquê sequer e o fato do meu primeiro ter vindo de Nicolas me deixa extremamente feliz, nunca imaginei que poderia viver um romance simplesmente pelo fato de ser gordinha, não que eu esteja me rebaixando mais todas nós gordinhas sabemos que não é fácil encontrar alguém que nos valorize de verdade e não que apenas queira uns pegas para depois nos trocar por uma outra.

Karol desce correndo as escadas com um pequeno estojo de maquiagem nas mãos e eu fico me perguntando o que ela vai fazer com isso a essa hora do dia.

- O que você está fazendo com maquiagem a essa hora? - pergunto, mas logo me arrependo vendo ela caminhar na minha direção com cara de que seria para mim. - ah não nem vem Karol, não estou afim.

- Você vai sim, anda logo, vamos te arrumar e você irá falar com aquele deus grego. - isso me faz franzir a testa, já que ela está cobiçando meu melzinho. Antes que eu possa fugir ela vem até mim e me faz sentar na banqueta do balção, tirando alguns pinceis de uma pequena bolsinha com estampa de onça, bem a cara dela mesmo.

Ela faz uma maquiagem discreta e eu gosto do que vejo no espelho. Sempre gostei de maquiagem, mas nem sempre ela tem o efeito que desejo em mim e depois do ocorrido eu não tenho ânimo nem mesmo para ir ao mercado ou tomar sol na calçada, só quero ficar no meu quarto lendo meus romances, tentando enganar a mim mesmo que a vida é perfeita ou quase sempre. Pego o pequeno buquê colocado em cima do balcão e sinto o doce cheiro das flores, fico imaginando Nicolas na floricultura escolhendo-as e isso me faz sorri, quando percebo Karol está tirando uma foto.