Capítulo III - Que tipo de herói você quer se tornar?

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"Uma pequena variação nas condições em determinado ponto de um sistema dinâmico pode ter consequências de proporções inimagináveis."

A teoria do caos

Izuku foi o primeiro a perceber, embora tivesse certeza que Kacchan já havia se dado conta, mas não queria assumir a fraqueza.

Kacchan ignorar as pessoas nem sempre era por ele ser rude ou se achar superior. A forma como ele falava alto demais, nem sempre era para chamar atenção para si. A irritação dele com Izuku 'falar baixo demais de propósito' era algo estranho, com a frequência que se repetia, e o fato de que tinha certeza que seu tom de voz era normal.

A principio pensou que ele ter parado de reclamar de seus sussurros era resignação, mas Katsku Bakugou nunca seria uma pessoa resignada.

Ele não estava o ouvindo, era isso.

Izuku contou a ele, que tentou arrancar a sua cabeça. O canal normal falhando, contou a sua mãe, que contou a tia Mitsuki, que o levou arrastado ao hospital.

-As explosões causaram isso. – Tia Mitsuki explicou depois. – A audição dele está deteriorando. Ele vai usar o aparelho auditivo e aprender sinais. O médico disse que em alguns anos ele vai perder totalmente, tem que começar a adaptação logo.

Era mais fácil falar do que fazer, claro.

Kacchan não queria assumir 'a fraqueza', e por isso não ia as aulas ou deixava o aparelho em casa ao sair. Izuku ficava surpreso de ele não ter explodido, mas até Kacchan entendia o conceito de dinheiro e o quanto seus pais gastaram com aquilo.

Ainda assim, a paciência de Tia Mitsuki não era infinita – era bem pequena na verdade -, ainda mais quando ela estava preocupada com o 'pirralho'. As ameaças falhando, ela e sua mãe juntaram armas e fizeram o plano mais simples e perfeito na situação.

Matricularam Izuku para aprender sinais, e comentaram o quanto ele tinha talento aprendendo.

-Nem pensar que esse nerd maldito vai passar de mim nisso!

No mesmo dia Kacchan começou a frequentar as aulas e tirar as melhores notas, porque claro que ele seria bom nisso também. Ser melhor do que Izuku em algo sempre fazia o truque.

E Izuku apenas ficava feliz em ajudar e aprender algo novo.

O aparelho começou a ser utilizado com o tempo, a necessidade falando mais alto que o orgulho. E sendo Kacchan, depois dos sussurros iniciais, ninguém ousou falar nada. Izuku sabia que quando ele começasse a precisar de um interprete nas aulas seria outra luta, e estava curioso em como suas mães iam o usar nessa.

Izuku só esperava que ele não explodisse o aparelho que ele estava criando para ele no natal, com a ajuda de Dr. Shinsou e sua mãe. Talvez se ele não contasse que foi ele que criou, ou se tio Masaru o entregasse em seu lugar ele aceitaria sem muito estardalhaço.

Izuku ficava satisfeito se ele usasse, ele não precisava saber que era dele.

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Levando em conta que Izuku havia sido o único da sala que havia se dado ao trabalho de aprender sinais para falar com ele, talvez ele aceitasse o presente de qualquer forma.

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Aconteceu um dia antes do natal. As ruas cheias de pessoas comprando presentes no último momento, crianças apontando as vitrines, pessoas vestidas de Papai Noel. Era engraçado como o costume ocidental havia sido incorporado por ali.

A teoria do caosWhere stories live. Discover now