Capítulo IX - Sua mãe nunca te ensinou a mentir, mas deveria

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Notas inicias

Muitas informações nesse capítulo, muitas mesmo, fiquem atentos. Alguns encontros também, flashbacks e o passado de Izuku vindo cobrar suas contas. Eu não re-li esse capítulo também, então fiquem a vontade para apontar algum erro que deixei passar, fico grata! 

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"Sensibilidade às condições iniciais significa que cada ponto em um sistema caótico é arbitrariamente aproximado por outros pontos com caminhos futuros significativamente diferentes, ou trajetórias."

Teoria do caos

Dois anos, 8 meses e 3 dias atrás

Izuku se sentia desconectado. Como se visse tudo de fora do seu próprio corpo. Era difícil sentir o banco ou a mochila a que estava abraçado. Ele não sabia quanto tempo havia passado e não lembrava de ter saído do carro ou da viagem até ali. Olhou ao redor, confuso, tentando voltar à terra.

Izuku havia lido sobre dissociação em certa madrugada insone, por isso ele reconhecia os sintomas em si mesmo. Era tudo...demais. Ele não queria pensar, ele não sabia o que pensar sobre tudo o que tinha acontecido. O que estava acontecendo.

-Não conseguimos contato com o pai. – Ele ouviu o assistente social falar com alguém, não tão baixo quanto deveria. – Provavelmente mais um daqueles casos.

-Abandono? – Ele sentiu vagamente que olhavam para ele de perto da porta.

-Ele não tem quirk.

A mulher fez um som de entendimento, como se isso explicasse tudo.

Izuku não ouviu mais nada, tentando focar nas outras crianças sentadas no banco. Três delas, também vítimas da noite, esperando os guardiões aparecerem. Um deles estalava os dedos, uma luz aparecendo como lanternas neles. Izuku focou na luz para tentar não se perder de novo, voltar a se sentir em seu próprio corpo.

Mais tempo se passou, ele não sabia quanto. Em algum momento alguém falou com ele. Outra sala, mais pessoas.

-Alguém vem o pegar mesmo? Quem iria... – a voz se cortou, o olhando. A expressão um pouco envergonhada. Ele não precisava terminar de falar, Izuku havia entendido. – Quem?

-Alguém com pressa, pelo jeito.

-Não devia checar mais a fundo?

-E correr o risco de ele desistir?

Izuku abraçou a mochila, seus olhos focaram na luz nos dedos do garoto. Ele se perguntava se ele conseguia acender apenas um dos dedos, ou sempre teria que ser todos. Se ele poderia controlar a intensidade da luz, e se poderia criar calor com ela, se...

-Midoriya, seu novo guardião veio te buscar.

Piscou os olhos. Havia perdido a noção do tempo de novo.

Olhou para cima, ainda sentado. Ele era tão alto que mal conseguia ver o rosto.

-Izuku.

A voz era macia, e piscou, ainda desconectado, enquanto o homem se agachava na sua frente. Olhos verdes como os seus, cabelos muito escuros, rosto pálido.

E era como um deja vú, de anos atrás. De encontrar um desconhecido na sua casa com sua mãe, que descobrira ser seu pai.

A sensação era familiar, como um arrepio percorrendo a sua pele, um sinal de perigo por trás do sorriso que tentava o assegurar. De repente se sentiu mais alerta, voltando a terra como se puxado de forma abrupta para seu próprio corpo.

A teoria do caosWhere stories live. Discover now