Capítulo XV - Os rolês aleatórios de Nora

855 91 163
                                    

" 'Olhe para dentro de você, Darrow, e perceba que você é um bom homem que terá que fazer coisas ruins.'

'Veja, isso é o que eu não entendo. Se eu sou um bom homem, então por que eu quero fazer coisas ruins?'"

- Pierce Brown, Red Rising

Dois anos, sete meses e 20 dias atrás

Min Han Su não se considerava uma pessoa particularmente ambiciosa por bens financeiros. Dinheiro nunca havia sido um problema na sua vida, tendo nascido em uma família que possuía condições confortáveis. Sua ambição se resumia ao conhecimento.

Desde pequena ela queria saber como as coisas funcionavam, principalmente no corpo humano, especialmente a natureza das quirks. De onde elas surgiram? Como? Por que ela tinha uma quirk e sua irmã gêmea não?

Esse foi seu foco, uma vida inteira de estudos e quando eventualmente se formou e se tornou geneticista, ela continuou no mesmo rumo, tentando destrinchar qual exata parte do genoma humana criou essas mutações que vieram a se tornar a norma.

Em algum momento esses estudos se tornaram tudo o que possuía e ela fez alguns sacrifícios pelo caminho. Nada que não julgou necessário, se a levou onde estava no momento. Se a levou até Dr Tsubasa. Há anos ela tentava capturar seu interesse, não só por o homem ser brilhante na área e não se guiar pelos preceitos éticos dos demais como ela, mas também pelo rumor de seu envolvimento com alguém que era considerado uma lenda urbana naquele ponto, mas que ela havia visto sinais suficientes para saber que ele era muito real: Alguém com o poder de remover e dar quirks, foi essa a base que a levou até ali. Era isso que ela tentava conseguir por anos. Foi para isso que colocou sua irmã em uma mesa anos atrás e a colocou a parte tentando entender o que a fazia diferente, tentando a tornar melhor. Outros vieram depois, incontáveis. Sacrifícios em nome de algo maior.

E agora ela colhia os frutos desse sacrifício.

Na penumbra da sala ela conseguia ver apenas os óculos dele brilhando nos monitores. Ele era uma pessoa privada, e Min não se incomodava com os segredos da aparência dele. Não se ela pudesse ver seu trabalho.

Desde que eles começaram aquela sociedade seus resultados alavancaram. Graças a sua quirk de persuasão, ela nunca tivera dificuldade de conseguir os espécimes que necessitava. Crianças sem quirk não eram exatamente bem vigiadas. Alguns foram vendidos pelos pais, muitos do abrigo, outros vieram por conta própria da rua, se não pela possibilidade de um lugar para ficar, também pelo sonho de conseguir finalmente uma quirk. Esses eram os mais fáceis de trabalhar.

Ainda assim ela os perdia rapidamente. Na primeira dosagem ela havia perdido quase todos, uma redução plaquetária drástica e falência dos órgãos, as amostras haviam sangrado da noite para o dia. Alguns ajustes da dosagem e a perda foi reduzida para mais da metade. Os mais fracos sempre eram perdidos na primeira leva, o que no fim era algo positivo. Quanto mais forte o espécime, maior a possibilidade de um resultado final satisfatório.

A sociedade com Dr Tsubasa havia lhe dado mais do que desejava. Com as fichas antigas dos pacientes dele ela agora podia ir direto aos alvos, ao invés de procurar de forma aleatória as amostras. A outra é que ela podia finalmente ver o resultado de quirks transferidas para as amostras, além das mutações que havia conseguido realizar em laboratório. Afinal, trabalhar com mudanças no DNA de uma criança ou adulto era algo dificultoso, e as amostras eventualmente eram perdidas, mesmo com dias de sucesso. Mesmo com crianças sem quirk, que tinha o material mais 'limpo' para trabalhar.

- Quantas amostras você tem atualmente?

- Treze. Nas últimas semanas, estranhamente, o policiamento começou e não consegui mais nenhum. Os heróis notaram os sumiços.

A teoria do caosحيث تعيش القصص. اكتشف الآن