(Ralph)
Amanhecemos no hospital e nenhuma notícia de Júlia, o Dtr não apareceu mais. Meu corpo está dolorido por ficar sentado aqui nessa cadeira. A Recepcionista que nos atendeu já foi embora, e outra chegou para assumir a recepção.
Decidimos então cada um ir em casa para tomar um banho, trocar de roupas e comer alguma coisa.
Quarenta minutos depois, já estou chegando em casa, quer dizer na casa dos meus pais. Entro e vejo que estão sentados à mesa se servindo com o café da manhã.
— Ralph querido, onde você estava? — Você parece cansado, você não dormiu? — perguntou minha mãe.
— Com certeza ele estava atrás da garçonete estranha do cabelo ruivo. — falou meu pai.
— Não fala assim dela! Sim eu estava atrás dela e para a sua informação, enquanto você está julgando ela fisicamente, ela está desacordada em uma cama de um hospital público, porque levou dois tiros, correndo risco de morte — Grito indignado.
Percebo que eles se olham surpreso e antes que meu pai possa retroceder para se desculpar, saio batendo os pés e entro no meu quarto, batendo a porta.
Não demora muito e meu pai abre a porta.
— Ralph meu filho, me desculpa não fazia idéia que essa moça se encontrava nessas condições.
Retiro a minha camisa e jogo em cima da cama.
— Ralph o que está acontecendo? Como essa moça levou um tiro? E, porque você está assim tão preocupado, a culpa foi sua por acaso? — pergunta meu pai.
Respiro fundo e sento na cama para responder.
— Ela estava sendo mantida em cárcere privado pelo ex namorado que é traficante do complexo do alemão, então eu pedi ajuda para o Sr. Moreira que imediatamente quis me ajudar. Mais quando a polícia invadiu o morro, os traficantes atiraram nela. Passei a noite no hospital pai, estou cansado! Pode me da licença por favor. — Relato objetivamente.
— Você podia ter falado comigo, eu poderia ter ajudado. Cadê a família dela? — me pai pergunta.
— O senhor estava preocupado de mais em julga-la para me ajudar. Ela não tem família, eu me coloquei a disposição para ajudar. E agora me sinto culpado por ela ter levado um tiro, talvez se a polícia não tivesse invadido o morro as coisas teriam sido diferente. — falo de cabeça baixa.
— Você não tem que se culpar, você fez o que achou que seria certo. Vamos tratar dos cuidados dela, transfere ela para um hospital particular que eu pago. Ok? Se sente melhor? — pergunta ele.
— O senhor acredita que pode pagar tudo? — Estamos falando de uma vida droga! — Questiono inconformado.
— Ralph essa garota não é da mesma classe social que você, é óbvio que ela tem envolvimento com o tráfico. Quer um conselho? Paga um bom hospital e se livra da culpa. Depois se afasta dessa gente, para você não ser o próximo a levar um tiro. — Meu pai afirma.
— O senhor não sabe o que fala. Me deixa sozinho! — Peço.
— Ah! Ralph não vai me dizer que você gosta dela?
Abaixo a cabeça e ele continua.
— Você sempre foi e sempre vai ser um mulherengo! — Você só está seduzido pela aventura que é a vida dela. Uma pobrezinha, uma zé ninguém, tatuagem, cabelo vermelho, a típica rebeldezinha, depois que você dormir com ela, você vai esquecer. — Ela vai ser mais uma a querer dá o golpe da barriga. — Meu pai cospe essas palavras sobre mim.
Meu sangue ferve com essas palavras, penso em dá um soco nele, mas simplesmente pego uma mala e jogo o máximo de coisas minhas lá dentro e vou saindo.
— Para onde você vai meu filho? — pergunta minha mãe.
— Estou indo viver a minha vida! Satisfeito pai! Estou realizando seu sonho. — Pergunto ironicamente.
Jogo a mala dentro do carro com raiva, e entro. Saio o mais rápido possível. Então dirijo até o meu apartamento, que para a minha sorte, não fica tão distante dali, já que estou muito cansado e cheio de dor nas costas.
Uns 15 minutos depois chego no prédio, e estaciono o carro na garagem e sigo para o elevador, aperto para o vigésimo andar torcendo para chegar o mais rápido possível.
Quando o elevador para e saio no corredor, avisto uma morena alta de cabelo liso preto, vestindo um vestido branco que por sinal é nítido que está sem sutiã, em minha direção.
— Bom dia! Sou a Ellen. — Ela me cumprimenta com um sorriso largo no rosto.
— Bom dia, sou o Ralph.
— Finalmente estou tendo a oportunidade de conhecer meu vizinho. — comenta ela.
Percebo que a minha vizinha está muito simpática para o meu lado e apesar de ser muito atraente não estou a fim de conversar com ela. Em outros tempos já tinha rancado esse vestido dela, mais olho para ela e falo:
— Preciso ir! — Saio do elevador e abro a porta e vou entrando no apartamento e fecho a porta rapidamente.
Sei que fui muito mal-educado, mais estou realmente cansado e nesse momento não tenho interesse em nenhuma mulher a não ser a Júlia.
Vou para o quarto e jogo a bolsa no chão, parto em direção ao banheiro, retiro a minha roupa e entro no box. A água quente sobre a minha pele, me faz relaxar…
Termino o banho, coloco o meu celular para carregar no criado mudo do lado da minha cama, e deixo no último volume para ter certeza que vou ouvir caso ele toque. Deito na cama e simplesmente apago.
“Vejo Júlia de longe. Ela está chorando desesperada, meu coração dispara ao ouvir o seu choro, e grito: Júlia! Ela então olha ao redor me procurando e grita: Ralph! Quando finalmente ela olha em minha direção, ela sorrir e por algum motivo não consigo correr em sua direção, mais ela está vindo, ela está linda, seus cabelos vermelhos estão ainda mais vivo sob a luz e esvoaçantes. Quando de repente escuto dois disparos, ela para de correr, seus olhos perdem o brilho, ela cai sangrando no chão, desacordada. Dou um grito de desespero: Júuuliiiaaaa... ”
Acordo suando frio, coração disparado, boca seca.
“Que droga de sonho foi esse?”
_____A Garçonete ______
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A Garçonete (Em Revisão)
Romance**Prefácio** Quem é ela? Uma garçonete chamada Júlia, que vive sozinha no Rio de Janeiro e que guarda vários segredos. Ela é bem descolada com suas tatuagens e com o seus belos cabelos vermelhos. Seu hobby ? Uma boa noitada, beber uns bons drinks e...