Capítulo 31

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*Julia*

Não aguento mais, já raiou outro dia. Daqui a pouco completa 24 horas que eu estou aqui nesse lugar. Mesmo Renan trazendo comida, tenho medo de aceitar e estar envenenada.

Meu corpo está dolorido, minha cabeça doe, de tanta porrada que ele me deu. Minha mãos e pés estão machucados, devido a corda está amarrada muito forte.

"Não quero que Ralph venha aqui, sabe lá Deus o que pode acontecer com ele." Penso.

Renan cruza a porta do quarto que eu estou, começo a suplicar mentalmente para não me bater mais. Olho para cima com muita dificuldades já que estou com uma terrível dor de cabeça, e com muito sono.
Renan senta na beira da cama ficando de frente para mim, que estou sentada na cadeira.

-Porque você me obrigou a fazer isso? Era pra gente está juntos, lá no morro. Não te faltava nada lá. -olha o que você fez?-fala ele.

Não tenho força para reagir, só fico olhando.

-Você é muito mal agradecida, fiz tanta coisa por você. Achei que você me amava.-falou ele com lágrimas nos olhos.

Olho para baixo, minha cabeça vai caindo de fraqueza e de sono.

-Olha para mim!-Fala ele segurando minha cabeça para ficar frente a frente com ele.

-Eu te amo tanto! Enquanto eu estava na cadeia minha motivação lá era a nossa foto, eu não recebia visita, o meu único familiar morreu. Você não foi me ver. E mesmo assim eu guardei o nosso amor. Foi só por isso que eu não me deixei me levar. Por muitas noites pensei em me matar e acabar com aquele inferno, mais a nossa foto me impedia. Eu achava que você estava me esperando. (Risos de deboche), mais não(balançou a cabeça negativamente) você estava com outro! Seus pais iam gostar dele, é o oposto de mim. -desabafou ele.

Meus lábios estão branco, minha pele está sem cor. Renan pega um copo de água com um canudo e bota na minha boca, e então resolvo ceder bebendo a água. Estou com tanta cede que bebo tudo.

-Você alguma vez ja me amou? - pergunta ele acariciando meu rosto.

Respiro fundo e respondo ainda com um pouco de dificuldade.

-Sim e você sabe disso! Se não eu não teria saído da casa dos meus pais para ficar com você. Mais você sabe que eu nunca fui a favor desse mundo que você escolheu para viver. Eu sempre tive esperança que você saísse. Mais você entrou mais ainda e se tornou o chefão. Então eu resolvi ir embora para não assistir a sua morte ou a sua prisão.

-Eu só fui preso porque você me denunciou!-grita ele.

-Eu já falei que não fui eu! Eu sempre fui grata a você e mesmo sabendo o que você estava fazendo, eu não te entregaria, porque naquela época eu ainda amava você.- Você não sabe o quanto eu lamentei a sua prisão, e quantas vezes eu usei droga para esquecer.

-Você mudou muito! Não consigo acreditar em nada do que você fala.

-Renan deixa eu ir embora por favor! Me joga em qualquer lugar de alguma estrada. E você foge! Toma um rumo na sua vida. Você está com dinheiro, você pode ir para qualquer lugar longe. Eu invento uma história para a polícia.-Vamos refazer as nossas vidas? Não te desejo mal, mesmo com toda essa situação.

-Vem comigo então Julia! Vamos para bem longe só eu e você. Por você eu mudo a minha vida! Se você aceitar eu esqueço tudo o que você fez comigo. Eu te amo tanto. Você aceita meu amor? -falou ele com a testa encostada na minha.

Começo a chorar, porque ele está doente, e não quer sair do meu caminho de jeito nenhum. Ele está obcecado. Simplesmente balanço a minha cabeça e digo:
-Não posso!

A Garçonete (Em Revisão)Where stories live. Discover now