✥ㅡ PESADELOS ㅡ✥

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   9 anos antes

   A forte tempestade que caía sobre a mansão fazia a tenda onde eu me escondia sacudir para todos os lados. Já conseguia ver o castigo que eu ia levar por simplesmente sair de casa a esta hora da madrugada, mas não me importava. Desde que vim parar aqui, minha vida se tornou cheia de regras e promessas, e tudo o que eu quero é um pouco de aventuras nesta minha vida chata. Sejam elas aventuras mortais ou não.

   Uma rajada forte de vento me atinge, fazendo meu corpo sacolejar dentro da pequena despensa onde me escondi. O espaço é tão pequeno que apenas foi o suficiente para me abrigar sentada e com os joelhos grudados no peito, mas é o suficiente. Quero dizer, seria bem melhor se não estivesse escondida nessa terrível tempestade em um cubículo como esse. Maldita hora em que fui inventar de arrumar as coisas dentro do celeiro. As galinhas devem estar mortas a esta hora, penso. Pobres animais.

   O teto da despensa ㅡ na verdade, é apenas uma grande lona cobrindo tudo presa às paredes com um prego gigantesco ㅡ está sacolejando para todos os lados, quase a ponto de ruptura. Eu preciso sair daqui. Várias coisas das prateleiras já caíram em minha cabeça, e não pretendo ser atingida por mais nada.

   Minha mente começa a projetar todos os tipos de imagem: prisões ao norte, onde os prisioneiros ficam presos em celas tão estreitas que são obrigados a ficarem de pé o dia todo; crianças que são castigadas e mandadas para o quartinho, onde ficam lá sem comida e bebida. Apenas esperando que seu responsável venha e o tire de lá.

   Eu não gosto de me manter presa. Quando olho para as paredes finas e balançando um pouco, sinto que ela está se aproximando de mim cada vez mais... Pronta para me esmagar se fosse necessário. E se aproxima cada vez mais...

   O teto parece se mover em minha direção, cada vez mais perto de mim até chegar na altura de minha cabeça. Paranoias... Paranoias. Isso não é verdade, Asterin. Você só tem que gritar e alguém virá atrás de você.

   Mas e se não vier? Nessa tempestade, duvido bastante que alguém me escute ou, se me escutar, que saia no perigo apenas para salvar uma escrava que não vai fazer a menor diferença se morrer ou não.

   Um trovão alto e forte brilha no céu, me fazendo engolir o medo e o desespero quando o pequeno esconderijo se mexe mais uma vez. Eu posso ser arrastada se continuar aqui.

   Tirando coragem de onde não existe mais nada, me ergo lentamente e caio de volta no lugar quando outro trovão me faz perder as forças. Eu consigo. Eu consigo. Por favor, alguém me ajude. O chão molhado e escorregadio piora ainda mais a situação das minhas pernas: tremendo tanto que preciso me apoiar nas prateleiras podres para ficar de pé.

   Quando olho para a devastação que ficou o jardim, estremeço. As flores, antes lindas e bem cortadas, agora estão uma confusão de pétalas e talos espalhados pelo chão. As árvores sacodem de um lado para outro quando o vento forte sopra sobre elas. A maioria doa galhos se encontra no gramado do jardim, contrastando com as flores coloridas e a grama verde. Parece que uma guerra aconteceu aqui.

   Vários pedaços de madeira voam com a ventania, e o medo se instala mais uma vez com o pensamento de ser atingida por um deles. Agarro mais firmemente o manto ao meu redor e saio decididamente do esconderijo, escondendo o estremecimento doentio que me sacode inteira. Eu preciso chegar lá. Preciso chegar até Lena. Ela vai me ajudar, eu sei. Não quero nem imaginar como meu irmão Grant deve estar.

   Fico encharcada em menos de um minuto quando tento me mover para a entrada da mansão que leva à cozinha. Está longe, mas eu posso me mover rápido. Mesmo que os ossos não funcionem da maneira correta no frio, eu consigo. Sei que consigo.

A ƑILHA ƊO ƑOƓO - A MALƊIƇ̧ÃO ƊO SOLSƬÍƇIOजहाँ कहानियाँ रहती हैं। अभी खोजें