✥ㅡ PROMESSAS ㅡ✥

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   Humana Asterin.

   Dia 23 de novembro.

   O total impacto daquelas palavras ainda não foram registradas por mim. Minha mente coloca tudo em câmera lenta enquanto tento acreditar que ele realmente veio para me buscar depois de nove anos. Me deixou sofrer durante quase uma década para que eu sempre tivesse essa insegurança morando dentro de meu peito até o dia em que ele viria finalmente cumprir sua promessa.

   O que ele planeja fazer comigo, afinal? Aqueles dentes afiados brilham de sangue. Fará o mesmo comigo aqui e agora ou me levará a algum lugar secreto para me executar longe da vista de todos? Só desejo que seja rápido e bem longe daqui, para que ninguém precise ver meu executamento. Aquelas garras afiadas poderiam me fatiar aqui e agora, mas tenho sérias dúvidas de que ele faria isso.

   Os homens atrás dele abrem sorrisos maliciosos para mim, fechando as asas atrás das costas. Os corpos musculosos e do tamanho de um tronco de árvore me dá arrepios, mas é o olhar que me intimida. A fome em seus atos quando lambem os lábios ao encarar meu pescoço. A sede de meu sangue quando encaram a espada inútil que coloquei na mão. Sei que ela de nada adianta agora caso eles resolvam me atacar, mas não tornaria isso fácil para eles.

   ㅡ O que está fazendo, humana Asterin? Certamente não deve achar que esta pequena espada me fará algum dano permanente, não é?

   Oh, sim, eu penso. Ainda mais agora que você disse que não faria danos permanentes, mas danos passageiros ela pode fazer. Então você também sente dor.

   Digamos apenas que eu ficarei mais do que feliz se ele puder ter um pouco do sofrimento que fez àquelas outras tantas pessoas que matou.

   Seguro a espada com mais força para lhe mostrar que o ferirei se resolver aproximar de mim. Os olhos dele se voltam para a arma e depois ele solta um riso alto e animalesco, inclinando a cabeça para trás e expondo aquele pescoço com pele repuxada e tão branco que é possível ver suas veias internas. As pessoas ao meu redor soltam sons medrosos pelos lábios, e pelo canto do olho eu vejo Kennai sacar sua espada do coldre.

   Bom, pelo menos aqui ainda existe alguém sensato.

   A criatura olha para mim dos pés a cabeça, aqueles olhos vermelhos brilhando quando encontram os meus cheios de desafio.

   Em um piscar de olhos, antes que eu possa sequer notar o movimento, os homens atrás dele se deslocam poderosamente rápido com suas asas e abordam os moradores da vila, cada um apontando espadas gigantescas para eles. Outros, com as mãos estendidas e cheias de poder.

   Os gritos alcançam meus ouvidos no mesmo instante que viro a espada para eles.

   Perto de suas armas, minha espada não passa de uma faca. Uma mera faca que não fará qualquer dano a eles.

   Quando o terror no olhar das pessoas chega em mim, finalmente me livro do transe em que estava presa. Lentamente solto a espada e ergo as mãos, tentando não demonstrar minha raiva por essas criaturas idiotas que adoram mostrar sua superioridade ao derramar o sangue de inocentes.

   Trincando os dentes até senti-los ranger de raiva, olho para o sorriso maligno da criatura à minha frente e para seus braços cruzados antes de lentamente abrir os dedos, fazendo tanto esforço que tenho medos de quebrá-los. A espada cai fracamente no chão, o barulho do metal em contato com pedras me fazendo lembrar da inutilidade da arma. Da minha inutilidade contra todos eles.

   Mas isso não vai ficar assim, isso eu prometo. Pelo seu sorriso aumentando conforme os segundos passam, sei que ele captou meus pensamentos e aceitou a ameaça.

A ƑILHA ƊO ƑOƓO - A MALƊIƇ̧ÃO ƊO SOLSƬÍƇIOWhere stories live. Discover now