21 I Isso é um obstáculo [?]

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Enzo, Fevereiro de 2013.

– Quem é desgraçado, Enzo? – Tarso tava atrás de mim.

– Que susto, mano! Ah, deixa pra lá... É um cara do trabalho. – Tava mentindo pro meu amigo.

– Vamo logo, afinal tua ex tá lá e pode fazer besteira com a Bárbara.

– Sim, mano. Tu putasso com isso. A Marina chama a menina sabendo do que houve entre nós.

– Marina sendo Marina. – Tarso dizendo a verdade.

[...]

No carro com o Tarso...

– Então, Tarso. Tu disse que conheceu o Bruno no bar há uns meses, né? Como tem sido? – Perguntava pra ver se sacava algo.

– Ué, Enzo. Foi super daora a forma como a gente ficou pela primeira vez e tal, daí desde então fomos ficando muito próximos e o que era pra ser só uma foda, virou em namoro.

– Mas tipo, ele te trata legal?

– Demais, me sinto bem perto dele.

– E tu tá com ele porque ama ele mesmo ou porque decidiu quetar?

– E esse questionário, Enzo? – Eu era péssimo em disfarçar.

– Ué cara, sô querendo saber como andam as coisas contigo... – Tentei contornar...

– Haha eu tô te zoando, não importo de falar contigo... Eu não gosto de usar a palavra amor, mas eu tenho confiado nele os meus sentimentos. Tanto que nem tenho contato com outros caras mais. Isso, no meu caso, é a maior prova de confiança que posso dar em alguém. – Coitado do meu amigo.

O celular do Tarso vibra e logo ele visualiza...

– Caralho, mano! Tem um cara que não sai do meu pé...

– Ué, tu acabou de dizer que não conversa com outros caras mais.

– Porque eu não converso. Esse aqui é um cara da instituição que não para de me perguntar como eu tô.

– O cara da medicina?

– Esse aí mesmo. – Tarso me disse com uma cara de tédio.

– Talvez ele só se importe contigo... – Falei.

– Qual é, Enzo. Tu quer dizer algo? Cê sempre fala que eu devo parar de putaria e ficar com o Bruno sério. É o que tô fazendo e agora...

– Calma, Tarso. Foi mal. Só parei pra pensar que o cara é novo aqui na cidade, talvez ele só queira sua amizade.

– Não tô com tempo pra mais amizade! Cês já me dão trabalho o suficiente. – Tarso disse sarcástico. Pena que meu amigo tava sendo enganado.

[...]

Chegamos no que tinha virado uma festa... Bernardo e Caleb tavam com a Fernanda de um lado e do outro Bárbara e Bruno. Nada de Marina por ali. Bárbara tava numa risada com o Bruno pilantra... Ela nem deixou eu chegar e já foi falando horrores, tava meio alterada por causa da bebida.

– Amor, o Bruno conhece Bariloche, acredita? – O sonho da Bárbara era ir lá no inverno.

– Opa! – Dei um beijo na Bárbara com um abraço calmo.

– E aí, Enzo! – Bruno me cumprimentou sem saber que eu sabia que ele era um vagabundo.

– E aí, Bruno... – Pouca empolgação e o Tarso percebeu.

Cumprimentei a Fê, o Caleb e no B. eu dei um abraço.

– Precisamo conversar, mas sem a galera perceber. – Tava acontecendo algo... E realmente o B. já tinha tomado umas porque a voz dele tava falhando.

ADOLESSÊNCIAS - VERSÃO 2018Onde histórias criam vida. Descubra agora