Capítulo 2.

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Julie Young.

Viver em conflito não é fácil, sobretudo quando isso envolve seus pais e uma irmã complicada, que ajuda quando o assunto é tornar sua vida um caos.

Meus pais são divorciados desde que eu tinha dez anos, até hoje os dois se estranham e não conseguem conviver. A minha mãe consegue ser pior e está sempre atacando meu pai, arranjando qualquer motivo para nos fazer acreditar que ele é o culpado por tudo, tenho impressão de que ela não aprova muito a minha boa relação com ele e minha madrasta.

Sim, meu pai está noivo e acho justo que ele seja feliz dando continuidade a sua vida com alguém que o faça bem, não consigo entender o porquê da minha mãe persegui-lo dessa maneira. A Maya, sempre fica do lado dela, aliás minha irmã me odeia sem razão e tenho certeza que não suporta a ideia de que eu tenha uma independência agora.

O fato é que dividir um apartamento com a minha melhor amiga foi a melhor coisa que já fiz na vida, junto com isso veio a paz e a liberdade de ter o meu lugar com o meu próprio dinheiro. Nós duas cursamos administração juntas e trabalhamos na lanchonete dos pais dela quando precisam do nosso reforço. Às vezes, organizamos alguns eventos por lá com o pessoal da faculdade e conseguimos um bom dinheiro, o suficiente para nos manter e dar conta do apartamento.

— Anda logo! — A Noora se irritou enquanto eu terminava de calçar os sapatos. — Nós vamos nos atrasar por sua causa e meu pai vai brigar. — Disse balançando a chave do carro.

— Calma sua chata! — Revirei os olhos.— Estou pronta. — Apareci na sala e ela praticamente me empurrou para fora de casa.

Ela foi dirigindo o nosso carro e ligou o rádio na altura máxima cantarolando 7 rings da Ariana Grande, confesso que acabei cantando também. É uma das nossas músicas favoritas e a gente sempre se empolga, posso dizer que não tem melhor jeito de começar um dia de trabalho.

Uns vinte minutos de trânsito e semáforos vermelhos se passaram, mas chegamos na hora certa. É incrível como me sinto em casa nesse lugar, a Noora é muito mais minha irmã que a verdadeira e os pais dela são uns amores comigo, considero-os minha segunda família.

A gente se conhece desde o ensino médio, de lá pra cá foram muitos altos e baixos que só contribuíram para o que somos hoje e, sinceramente, não sei o que seria de mim sem ela. A começar por esse emprego e a louca independência, chega a ser engraçado o quanto nos metemos nas situações mais improváveis e mesmo assim são as mais divertidas.

— Uau... Como você consegue ser cada dia mais linda? — O idiota do Zac, que também trabalha conosco, passou por mim como de costume. — Você é tão linda que seu nome deveria ser um elogio. Tipo... Você está tão "Julie" hoje.

— Faz favor, né. — Ri com desdém. — Da licença que preciso servir as mesas, se fosse você faria o mesmo. — Disse saindo do balcão e fui até os clientes para anotar os novos pedidos.

O movimento era típico para uma tarde calorosa e muitas pessoas aproveitavam o dia para sair e tomar um ar, aos poucos os grupos se juntavam para fazer um lanche e o que era para ser tranquilo se tornou loucura. Ainda bem que éramos três para conseguir dar atenção a todos e servir sem atrasos, embora houvesse extremo cansaço após cada rodada.

— Julie? — Estremeci ao ouvir a voz que antigamente me causará bons arrepios e hoje me da nojo. Que merda ele está fazendo aqui? — Amor, por favor me escuta! Trouxe pra você. — Disse ao me entregar um buquê de flores com a maior cara de pau possível.

Luz, câmera e... Paixão! Место, где живут истории. Откройте их для себя