Capítulo 26.

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Mais uma manhã em L.A e uma baita preguiça de enfrentar o dia. Estou saindo de casa para trabalhar e mal posso esperar pelo meu retorno, o melhor lugar do mundo é a minha cama e eu posso provar. Bem, a Noora saiu cedo porque foi com o Taylor até a casa dos pais dele - isso significa uma longa trajetória - e os dois vão ficar por lá mesmo, o Eric também se ocupou com seus afazeres e enquanto isso terei um longo dia de trabalho pela frente.

— Bom dia, Zac! — Sorri o cumprimentando. — Se preparando psicologicamente também?

— A Noora sempre foge nos dias mais movimentados. — Bufou arrumando o balcão. — Já prevejo o inferno por aqui.

— Nossa, quanto otimismo. — Revirei os olhos. — Ela é a dona e isso foi coincidência, você sabe muito bem que ela pega pesado. Agora melhora esse seu bom humor e vê se atende bem os clientes! — Apontei com a cabeça os dois jovens que adentraram ao espaço. — Vou me trocar. — Avisei indo até a área dos funcionários, tirei as coisas da minha bolsa e a guardei no pequeno armário. O uniforme básico logo ocupou meu corpo, saí do aposento ainda amarrando o avental e pisei no hall pronta para atender os outros cinco clientes que apareceram nesse meio tempo em um piscar de olhos.

— É bom você se apressar também, daqui a pouco lota e hoje estamos sozinhos. — Comentou visivelmente frustado.

— Você tá chato, em? Acordou de ovo virado? — Dei de ombros voltando a me concentrar no trabalho. É claro que lotou como sempre, a algazarra só aumentou até a noite e nós mal tivemos tempo pra comer ou descansar, aliás, não sei se consigo suportar minhas pernas por mais tempo. Enfim, o esforço atípico me fez querer voltar pra casa correndo só pra ter a oportunidade de deitar de novo e finalmente relaxar. O Zac tem razão, os dias sem a minha melhor amiga são realmente muito puxados, no entanto sabemos que uma equipe nunca pode falhar mesmo desfalcada.

O fato é que o dia acabou e dirigir até em casa foi quase uma tortura a cada sinal fechado, até que o universo ouviu minhas preces fazendo as coisas fluírem mais ligeiramente e isso inclui o lerdo elevador do prédio que dessa vez me aguardava no térreo. Cheguei no hall totalmente exausta, arrumei apenas um resto de força para procurar a chave na bolsa. O desespero começou a bater quando não a encontrei em lugar nenhum, sendo que tenho absoluta certeza de que a coloquei aqui dentro hoje pela manhã assim que tranquei a porta. Droga, estava bom demais pra ser verdade!

— Por que comigo, Deus? Justo hoje. É um teste? — Ri de nervoso tirando o celular da bolsa e disquei o número do Eric, ele havia dito que ia sair a tarde. Chamou uma, duas, três e finalmente na quarta vez ele atendeu. — Alô? Eric? — O barulho petulante me fez afastar o aparelho do ouvido. — Você tá me ouvindo?

"Oi mana, to ótimaa!"

— To perguntando se tá me ouvindo, não se tá bem, seu imbecil. — Rolei os olhos impaciente. — Eu perdi a minha chave, estou presa fora de casa, tem como você vir me salvar?

"Eu também me perdi, o mundo se perdeu. Quem ainda não se perdeu?" — Gargalhou embolando a voz. — "O Noah, eu me perco sempre que vejo ele e você?"

— Eric! — Respirei fundo. — Esquece, volta pra sua festa e se diverte aí. Tchau.

"Tchau por quê? Eu gosto de falar como você. Vamos falar sobre o tanquinho do seu namorado? Você já tocou?"

— Tchau. — Desliguei sem pensar duas vezes. Ótimo, agora vou dormir no chão do corredor.

Me sentei conseguindo finalmente descansar as pernas e decidi tirar tudo da bolsa, pegando os ítens um por um. Parecia ter um mundo ali dentro, maquiagem, absorvente, chave do carro, celular e mil coisas por precaução, mas nada da porcaria da chave! Tudo bem, acabo de notar que perdi o meu chaveiro e provavelmente o Eric vai demorar, se é que vai voltar pra casa hoje.

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⏰ Last updated: Nov 02, 2019 ⏰

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