Capítulo 18.

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Vida de estudante universitária é quase uma vida escrava voluntária, se é que pode-se exercer essas duas funções antagônicas ao mesmo tempo. Voluntária porque escolhemos por isso, todavia nos tornamos escravos de professores exageradamente exigentes com zilhões de trabalhos além das provas. O fato é que a manhã foi bem movimentada com uma apresentação, logo em seguida mais alguns assuntos para entrar na grande lista acumulada de estudos das avaliações.

O estresse foi grande, a Noora tentou me acalmar com comida no intervalo e a Emy também se juntou a nós duas para fofocar. Entre assuntos aleatórios, mais aulas e finalmente a libertação, seguimos para a outra parte literalmente trabalhosa das nossas vidas.

— Hoje eu to com um sono anormal. — Resmunguei entrando no carro. — Pior que é dia do pessoal se reunir, vai lotar!

— Pensa no dinheiro, se conseguirmos lotar e economizar bastante, vamos poder viajar nas férias!!! — Sorriu empolgada enquanto girava a chave na ignição. — Já pensou? Vamos causar por aí.

— Amo essa sua positividade em momentos caóticos. — Ri. — Tá falando isso, depois vai querer enfiar o Taylor no meio. — Dei de ombros.

— Que Taylor o quê, vamos só nós duas. — Falou decidida. — Ou então você chama o Noah e fazemos uma viagem de casal.

— Noora, sem chances! — A encarei com desdém. — Nós não temos nada e ele é ocupado.

— Ok, nós duas então. — Sorriu cúmplice. — Pelo menos não vai ter a chatice deles.

Seguimos cantando God is a Woman, em alto e bom som até chegarmos na lanchonete. A parte boa de fazer isso durante o caminho é que pelo menos desestressa e trabalhamos mil vezes mais calmas, até a energia muda depois das músicas.

O começo da tarde foi tranquilo e tudo permaneceu sob controle, incluindo o Zac, que surpreendentemente não me encheu o saco hoje. Arrumei algumas mesas e recolhi os pratos a fim de levá-los até a cozinha, ao retornar fui interceptada pelo próprio em questão de segundos. Cedo demais pra ser verdade! - acrescentei mentalmente.

— Não é o que você tá pensando. — Sorriu provavelmente lendo minha expressão de tédio. — É que tem um cara ali querendo falar com você...

— Comigo? — Indaguei confusa. — Tem certeza?

— Sim, ele disse que gostaria de falar com a Julie. Tem outra? — Brincou puxando a bandeja da minha mão. — Vai lá, eu cubro!

— Não pensa besteiras, deve ser algum amigo. Não é o Eric?

— Não, se fosse eu teria dito ou ele mesmo teria feito um escândalo. — Assentiu. — E relaxa, não tô pensando nada a não ser que você goste de caras mais novos...

— Qual a mesa? — Perguntei caminhando em direção ao salão novamente e avistei o Luke de longe, ocupando uma das mesas da área externa. — É o meu meio-irmão... O que será que ele quer? — Apressei os passos indo até a mesa e o cumprimentei antes de qualquer coisa. — Tudo bem com a sua mãe e o meu pai?

— Calma, tá tudo bem lá em casa sim! — Me tranquilizou e eu sentei na cadeira ao seu lado. — É que... — Coçou a garganta.— Preciso da sua ajuda.

— Uau. Você quer um conselho?

— Mais ou menos, é que... Bem.. — Começou visivelmente nervoso e envergonhado. — Digamos que estou a fim da sua irmã, achei ela bonita sabe? Só que ela é complicada, seu pai me deu o número e mesmo mandando mensagem ela parece não me dar bola! — Bufou inquieto.

— Aí que bonitinho! — Apertei suas bochechas empolgada. — Tenho uma boa e uma má noticia pra te dar. A má é que você escolheu a pessoa mais difícil do mundo para tentar alguma coisa, a boa é que as coisas mais difíceis são sempre as melhores e portanto você é um cara sortudo.

Luz, câmera e... Paixão! Where stories live. Discover now