Capítulo 13.

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Para um dia de trabalho até que foi tranquilo em comparação ao estresse que sempre passo aqui. Suponho que o frio afastou as pessoas, eu também escolheria ficar em casa curtindo os dezesseis graus debaixo do meu edredom, lendo um bom livro ou vendo filmes.

No entanto, a responsabilidade chama e preciso cumprir meus deveres se quiser continuar me sustentando e mantendo o apartamento de pé. Tive que limpar as mesas, me distrai completamente quando cheguei na última e minhas mãos já trabalhavam obedecendo as coordenadas automáticas. Suspirei em meio a pensamentos difusos enquanto suavemente passava o pano úmido sem ligar muito para a vida ao meu redor, bem, isso foi até ser surpreendida por mãos nos meus olhos. Grandes demais para serem da Noora.

— Que tipo de brincadeira é essa, Zac? — Ouvi um pequeno suspiro e logo o silêncio retornou. — Não é o Zac. — Afirmei agora tendo certeza, aliás que perfume cheiroso e... — Noah? — Finalmente pude apreciar sua risada quebrando o clima e me virei sorrindo também.

— Surpresa! — Disse cessando o riso. — Pesquisei o endereço na internet, peguei o nome que estava na embalagem quando você foi no prédio. — Encolheu os ombros enfiando a droga das mãos no bolso. — Fiz mal?

— Não, é bom te ver! — O abracei sem graça. Ele viajou por uns dias por causa dos eventos do filme e nós nos falamos por mensagens durante esse tempo, mesmo ambos tendo ocupações necessárias. — Deveria ter me contado que chegava hoje.

— Não queria estragar a surpresa, até porque tenho um convite. — Se separou voltando a me encarar.

— Hum... O senhor é rápido, não? Isso tudo é saudades, Noah Miller? — A Noora nos interrompeu me causando constrangimento. — Até ontem estava em New Jersey. — Ergueu as sobrancelhas.

— Peguei um voo na madrugada, tinha coisas importantes para resolver em casa. — Explicou. — Por um segundo esqueci que você é minha fã e deve ser uma daquelas que vivem bisbilhotando meu stories, né?

— É meu dever. — Deu de ombros. — Bom... Não vou atrapalhar a sua "coisa importante". Divirtam-se! — Riu maliciosa antes de voltar a cozinha e nos deixar a sós novamente.

— Então... Posso fazer um convite? — Retomou o foco.

— Desde que seja algo tranquilo dessa vez. — Brinquei.

— Vou te levar em um lugar, juro que você vai gostar. Só não posso falar agora porque vai perder a graça, vem comigo? — Esticou uma das mãos e eu pensei um pouco antes de aceitar.

— Não vai fazer a gente passar frio, né? — Ri de canto e ele negou com a cabeça, apenas retirei o meu avental jogando em uma das mesas e lhe dei a mão antes de sairmos dali.

Minha amiga entenderia o recado ao ver meu "uniforme", não precisávamos de muito para a comunicação fluir. O Noah realmente fez o misterioso e decidiu ir em silêncio o caminho inteiro, nenhuma pista de para onde estávamos indo, me restou apreciar a vista da janela enquanto o tempo passava devagar.

Depois de um longo caminho, notei que estávamos subindo uma colina - o que não fazia nenhum sentido na minha mente - comecei então a me perguntar o que ele estava fazendo e onde pretendia chegar. Só não digo que é um sequestro porque o rico e famoso aqui é ele, portanto mais uma vez engoli a curiosidade sem muita opção.

— Será que dá pra você falar alguma coisa? Tô começando a ficar preocupada. — Quebrei o silêncio.

— Tá nervosa? Já estamos quase lá. — Disse tranquilamente. — Qual é? Eu não vou te matar!

— Vai saber, né? — Ri. — To com fome. — Suspirei entediada.

— Relaxa, vim preparado. — Ok, agora estou realmente preocupada. — Não me olha com essa cara, não sou um maníaco! — Gargalhou pegando uma das minhas mãos por um instante. — Não confia em mim? Você vai gostar.

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