Capítulo 25.

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Julie Young.

O dia veio pra lembrar que quem é vivo sempre dá a cara a tapas, mas, vida que segue com essa rotina puxada, que envolve faculdade e trabalho ao mesmo tempo. A Noora desde cedo não se sente bem, agora estamos na lanchonete e o mal estar continua, já é a vigésima vez que ela reclama sem parar de um embrulho no estômago. A cada dois minutos é algo acontecendo, pior que não adianta falar nada porque a teimosa não dá o braço a torcer.

— Você tem certeza que não comeu nada estragado? — Repeti amarrando o avental. — Se você não tá legal, vai pra casa e descansa um pouco.

— Ficar em casa me deixaria pior. — Arrumou a bandeja com alguns pedidos. — Minha menstruação tá atrasada... — Derrubei um garfo no chão na hora do susto.

— Calma. — Respirei fundo. — Você e o Taylor andaram esquecendo dos riscos? Tá maluca?

— Foi sem querer, estávamos bêbados, era meu aniversário. — Disse meio cabisbaixa. — Não posso nem quero ter um filho agora.

— Não se desespera. Pode ser e também pode não ser, menstruação também atrasa de vez em quando. — A confortei. — E bem, apesar de tudo, se você tiver mesmo com um bebê, vou estar aqui pra te ajudar com o que for preciso. Vamos dar um jeito das coisas darem certo independente de qualquer coisa, não dá pra apagar o que já está feito, mas dá pra olhar com outros olhos.

— Obrigada. — Sorriu me abraçando. — Tô com medo, isso é tão assustador. Não consigo pensar em outra coisa, meu estômago embrulha com tudo, certas coisas não quero nem pensar porque colocaria pra fora, tô me sentindo inchada, minha cabeça roda e dói. Quanto mais imagino, mais passo mal.

— Não acha melhor ir pra casa? Te levo uns testes e a gente esclarece isso de uma vez. — Sugeri. — Só, por favor, não sofre por antecedência, nem sabemos o que está por vir.

— Tudo bem, vou tentar descansar e te espero mais tarde. — Nos despedimos pouco antes dela ir até o pai e se justificar para sair mais cedo.

Tive que dar conta quase que sozinha, mesmo tendo a companhia do Zac na administração das tarefas. Fiquei com a parte de atendimento, ele organizava os pedidos e atendia as mesas mais próximas, além de vez ou outra me perturbar. Nada como o tempo para fazer as coisa andarem no ritmo, fui liberada cinco minutos antes do expediente normal, porém, acabei demorando por ter que passar na farmácia com o constrangimento a mil.

Cheguei em casa com a cabeça explodindo, a primeira coisa que eu fiz foi tomar um banho e colocar um moletom quentinho. A Noora estava descansando no quarto, segundo o Eric, ela passou mal de novo e resolveu se deitar até que adormeceu.

— Tá ocupado? — Ele assentiu mexendo no Notebook em cima da mesa. — A louça sobrou pra mim! — Revirei os olhos indo até a cozinha fazer o serviço.

— Trabalho da faculdade, fofinha. — Disse concentrado. — Vocês me fizeram de escravo, lembra? Liberdade concedida por hoje, também tenho direitos.

— Para de drama. — Ri aumentando minha voz para que ele escutasse, enquanto passava a esponja com detergente sobre os pratos. Tinha pouca coisa para usar o lava-louças. — O que você tá fazendo?

— Uma coleção de estampas, faltam duas. E você tá me desconcentrando... — Resmungou. — São cinco, todas inspiradas na minha rainha.

— Pra você ver como é irritante quando faz o mesmo.

— Cala a boca, sua filhote de cobra! — Riu parando o que estava fazendo. — Não sei como o Noah te aguenta, ele já descobriu esse seu lado?

— Hahaha, ridículo! — Debochei voltando minha atenção aos últimos pratos. Ele até ia retribuir, no entanto fomos atrapalhados pelo barulho insistente da campainha. — Atende, tô ocupada. — O Toby começou a latir em direção a porta. — Vai logo, não quero receber multa por barulho, não deixa meu filho exaltado.

Luz, câmera e... Paixão! Wo Geschichten leben. Entdecke jetzt