Capítulo 21.

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A aula de cálculos sugou todos os meu neurônios, a parte cognitiva do meu cérebro só funciona depois das dez, mesmo em todo esse tempo de faculdade. Com um esforço consegui entender a matéria, a Noora, parecia ainda mais concentrada que eu e nós duas quase glorificamos quando o professor deu como aula encerrada. Terminei de guardar minhas coisas e fomos surpreendidas ao tentar caminhar em direção a porta da sala.

— Oi! — Um garoto nos interceptou. — Desculpa, sou novo aqui e reparei que vocês são estudiosas. Você pode me passar a matéria depois? — Me encarou jogando um certo charme.

— Eu? — Pisquei incrédula.

— É ué, você parece inteligente. — Engoli seco tentando não transparecer o meu constrangimento. — Aliás, se me permite, você é linda. — Corei instantaneamente.

— Se você quiser, te mando as anotações. A outra parte você me desculpa mas não tenho tempo, inclusive estou atrasada para o trabalho.

— Oh, desculpe. — Riu sem graça, até parece que sabe o que é timidez. — Aceito as anotações, pode salvar meu número? — Assenti meio contrariada internamente e lhe entreguei o celular o aguardando. — Prontinho, até qualquer hora. — Piscou se retirando e eu balancei a cabeça negativamente assim que o vi desaparecer pelo corredor.

— Parece que alguém ficou a fim de você... — Noora brincou me dando um empurrãozinho. — Uiui, arrasando corações!

— Para com isso, ele só deve ser um galinha mesmo. — Reafirmei com desdém. — Prefiro não comentar sobre isso, estou bem.

— Hum, então quer dizer que o Noahzinho conquistou? — Gargalhou e eu corei. — Eu sabia!

— Não é bem assim, mas você sabe que ele tá me fazendo bem então... — Suspirei. — Você acha que estou certa? — Me apoiei na porta do carro esperando ela destravar.

— Claro que sim, você merece ser feliz. Depois de ontem ficou mais que comprovado que ele está na sua. — Disse com um sorrisinho malicioso no rosto e nós duas entramos. Eu havia contado tudo à ela, como sempre, talvez seja minha maneira de saber se to fazendo tudo certo. — Você também tá que eu sei, deixa assim e o que for pra ser seu será.

— Tudo bem, você tem razão. — Sorri de canto. O caminho até a lanchonete foi repleto de músicas, dancinhas e cantorias, o repertório foi de Ariana Grande a Demi Lovato, assim recuperamos a energia para começar com o pé direito.

...

O movimento foi intenso, tivemos que nos desdobrar para conseguir atender todos com rapidez e eficácia necessária. Afinal de contas, cliente insatisfeito não volta jamais e ainda faz uma má propaganda de graça para ninguém querer comparecer também. Enfim, chegar no prédio significa que finalmente terei a minha paz divina resgatada novamente e poderei descansar feliz.

Abri a porta na esperança de que o Eric também estaria quieto e assim poderíamos dormir em paz, na verdade tudo que encontrei foi uma surpresa super agradável sentada no meu sofá.

— Uau, a que devo a honra? — Ri me aproximando, porém antes que pudesse cumprimentá-lo, uma bola de pelos me atingiu e logo em seguida começou a pular e latir nas minhas pernas. — Own meu Deus, você é tão lindo e fofinho! De quem é? — Perguntei acariciando o pequeno cachorrinho.

— Então... — Ele sorriu sem graça por um instante. — É seu. Esse é o Toby, seu novo amigo!

— Meu? — Parei de brincar na mesma hora. — Como assim meu? Tá doido?

— Uhum. — Confirmou sem muita preocupação.— É um presente.

— Aceita logo, vai? Ele é tão lindinho! — Eric interviu perturbando o coitado, que latia tentando se esquivar da brincadeira dele.

Luz, câmera e... Paixão! Donde viven las historias. Descúbrelo ahora